A arqueologia Subaquática em Moçambique
No próximo dia 3 de junho, o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS) organiza uma conferência sobre “A Arqueologia Subaquática em Moçambique”. Os investigadores Yolanda Teixeira Duarte e Ricardo Teixeira Duarte vão partilhar experiências, a partir das 18h00, nas instalações do CNANS, sobre o contributo do Centro de Arqueologia Subaquática (CAIRIM) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), sediado na Ilha de Moçambique, no conhecimento da história marítima e da arqueologia subaquática moçambicanas.
Durante a sessão, serão apresentados alguns exemplos do trabalho realizado, que tem incidido na extensa pesquisa de arquivos e análises documentais, nos aspetos técnicos e arqueológicos dos trabalhos realizados nas estações arqueológicas e na complexidade envolvida na identificação de navios naufragados, onde se incluem alguns sítios arqueológicos que são património cultural subaquático de origem portuguesa.
Serão ainda abordados alguns dos projetos estruturantes que o CAIRIM se encontra a desenvolver: a criação de um centro de Arqueologia, instalado este ano na Ilha de Moçambique Património Cultural da Humanidade, a primeira infraestrutura do género no país e um dos poucos existentes no continente africano, e projeto internacional Slave Wreck Poject, trabalho que tem sido desenvolvido em parceria com os Estados Unidos da América, Brasil, Cuba, Senegal, África do Sul, Reino Unido e Uruguai, e que está a usar a arqueologia subaquática e a investigação histórica no estudo dos navios negreiros naufragados, com o intuito de contribuir para o estudo do comércio transatlântico de escravos.
Organizada pelo Património Cultural, I.P. / Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, a conferência “A Arqueologia Subaquática em Moçambique” debaterá ainda os desafios para o setor e a articulação com a UNESCO, nomeadamente a participação em formações teóricas e práticas, que promovem a cooperação regional e internacional, capacitando mais recursos humanos na área do património cultural marítimo e subaquático.
Tome nota!
“A arqueologia Subaquática em Moçambique” | 3 de junho | 18h00 | CNANS – Rua da Manutenção, n.º 5, 1900-318 Lisboa
Yolanda Teixeira Duarte, moçambicana, é licenciada em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa e pós-graduada em Arqueologia Subaquática pelo Instituto Politécnico de Tomar. Sócia-gerente da ARQMOZ, Lda., é arqueóloga e trabalha tanto em meio terrestre como subaquático em Moçambique desde 2004.
É investigadora do Centro de Arqueologia Subaquática (CAIRIM) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) sediado na Ilha de Moçambique e da Universidade George Washington pelo Slave Wreck Poject, um projeto internacional que usa a arqueologia subaquática e a investigação histórica na localização e no estudo de navios negreiros naufragados, contribuindo assim para o estudo do comércio transatlântico de escravos.
Ricardo Teixeira Duarte, é formado em Arqueologia pela Universidade de Uppsala na Suécia (Master Field). Atualmente, é regente de várias cadeiras na Universidade Eduardo Mondlane, entre elas de Arqueologia Marítima, onde também é investigador.
Ao longo de sua carreira, desempenhou vários cargos importantes na área do património cultural. Foi Diretor Nacional de Museus e Monumentos de Moçambique, foi criador do Arquivo do Património Cultural de Moçambique (ARPAC), é co-organizador e coordenador do Centro de Arqueologia, Investigação e Recursos da Ilha de Moçambique (CAIRIM), e membro do Slave Wrecks Project em Moçambique, tendo também colaborado com o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS). Reconhecido internacionalmente, é especialista da UNESCO para o património subaquático e membro do ICUCH (Conselho Internacional da UNESCO para o Património Arqueológico Subaquático).
Autor do livro “Northern Mozambique in the Swahili World,” resultado da sua tese pela Universidade de Uppsala, também escreveu “Escultura Maconde” e inúmeros artigos científicos em publicações internacionais. Tendo ainda contribuído para a divulgação do património cultural africano através da série de programas “Encontros de África,” produzidos para a RTP. A sua dedicação e trabalho têm sido fundamentais para a preservação e valorização do património arqueológico e cultural de Moçambique e da África, destacando-se como uma figura de referência na área.