Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática – CNANS

Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática – CNANS

 

A arqueologia náutica e subaquática constitui um ramo da arqueologia que recorre às técnicas de acesso ao meio subaquático. A arqueologia e o património subaquáticos vistos, respetivamente, como uma prática científica e um recurso cultural, têm vindo a ser objeto de uma atenção acrescida em todo o mundo, tanto pelo público em geral, como pelas entidades públicas responsáveis neste domínio. Uma gestão interveniente nesta área do património arqueológico impõe-se assim como resposta aos desafios da sua salvaguarda, estudo e valorização, não podendo deixar de obedecer a pressupostos de exclusiva índole científica e cultural.

Em Portugal, a gestão pública da arqueologia subaquática iniciou-se nos anos oitenta do século XX no quadro do Museu Nacional de Arqueologia, beneficiando da experiência pioneira de diversas personalidades e instituições. Mas só em 1997, com as profundas modificações da arqueologia portuguesa, saídas do movimento de preservação das gravuras rupestres de Vale do Côa, viria a ser criado o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), no âmbito do então Instituto Português de Arqueologia (IPA).

Desde então, compete ao CNANS a gestão da atividade arqueológica subaquática, de processos de achados fortuitos, de projetos de investigação, de situações de emergência, assim como as ações de fiscalização técnica e de peritagem e as intervenções no quadro de grandes obras do litoral, sem prejuízo das numerosas iniciativas no âmbito da divulgação científica e cultural, desenvolvidas tanto no plano nacional como internacional.

Consciente de que a arqueologia e a salvaguarda do património arqueológico subaquático não se podem desenvolver sem a colaboração dos utentes do mar, na primeira linha dos quais estão os mergulhadores amadores, o CNANS privilegiou, desde sempre, o reconhecimento do mérito e dos direitos dos achadores declarantes de descobertas fortuitas, a colaboração íntima com voluntários amadores e o estabelecimento de uma relação privilegiada com o mergulho amador. Disto são exemplo a criação de condições para a promoção do acesso do mergulho amador a sítios habitualmente interditados.

Assim, frequentemente imaginada e publicitada como um passatempo lúdico e como paradigma de uma das últimas aventuras possíveis no nosso tempo, a arqueologia subaquática vem-se afirmando progressivamente como atividade científica e como recurso patrimonial ímpar.

Ao CNANS compete:
-A definição das normas a que deve obedecer o impacte arqueológico de obras públicas ou privadas em meio subaquático;

-A fiscalização e acompanhamento técnico da realização dos trabalhos arqueológicos em meio aquático;

-A promoção da salvaguarda e valorização dos bens arqueológicos náuticos e subaquáticos, móveis e imóveis classificados ou em vias de classificação, bem como os não classificados situados ou não em reservas arqueológicas de proteção;

-Tratamento de bens arqueológicos móveis proveniente de meio subaquático e húmido – Laboratório de Conservação e Restauro do CNANS.

-A realização da Carta Arqueológica de Portugal para os sítios em meio aquático.

Laboratório de Conservação e Restauro do CNANS

O Laboratório de Conservação e Restauro do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), está vocacionado para a conservação de artefactos provenientes de contextos arqueológicos em ambiente húmido e encharcado. Este laboratório tem por missão conservar e curar diferentes materiais arqueológicos provenientes deste tipo de contextos, do território nacional, com especial enfoque para bens culturais de grandes dimensões.

Atualmente o laboratório dispõe de uma unidade de impregnação de madeiras (vocacionada para o tratamento de elementos estruturais e tabuado de forro de embarcações) com capacidade total de 90m3 divididos em quatro tanques iguais (CxLxA: 7,4x2x1,5), dotados de sistema de aquecimento e recirculação de soluções; uma câmara de secagem com 30m3 de volume interior, equipada com unidades de humidificação e de closecontrol ambiental; um liofilizador com uma câmara de 2,5m de comprimento (Ø 90cm) e aproximadamente 100m3 de tanques de imersão preventiva distribuídos por 26 unidades de tamanho diferenciado (4: 2×1,5×0,6m; 14: 4×1,5×0,6m; 8: 6×1,5×0,6m); para além de 3 tanques destinadas ao tratamento eletroquímico de artefactos metálicos de grande porte, designadamente canhões até 5 metros de comprimento.

Este laboratório desempenha ainda ações de monitorização sobre espólio que se encontra conservado in situ em parceria com outras entidades de âmbito nacional, regional ou local.

Arquivo do CNANS

O Arquivo do CNANS integra documentação técnica, gráfica, fotográfica e audiovisual relacionada com a gestão e salvaguarda do património cultural subaquático português. Encontra-se, tal como o Arquivo da Arqueologia Portuguesa, disponível para consulta dos investigadores, sob marcação prévia, nas instalações do CNANS.

Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática – CNANS
Rua da Manutenção, n.º 5, 1900-318 Lisboa
+351 967 196 287 (Rede Móvel Nacional)
cnans@patrimoniocultural.gov.pt