A Casa de Ramalde, comprada por João Dias Leite a Vasco Gil de Bacelar, senhor da Torre e Solar de Bacelar, na primeira metade do século XVI, estará na posse da família Leite até ao final do século XIX, altura em que passará por casamento à família Tavares Távora. A atual construção, projetada por Nicolau Nasoni no século XVIII, articula os novos corpos com pré-existências, nomeadamente a torre, promovendo ainda a transferência da capela do local original para junto da casa, ligando-as por passagem interior.

O conjunto, constituído por solar, capela, jardim e terrenos agrícolas, é delimitado por um muro, rasgado na frontaria por um portão encimado pela pedra de armas dos Leites Pereiras. A Casa de Ramalde é igualmente conhecida por Casa Queimada, devido ao incêndio que sofreu durante as invasões francesas. Tendo assumido diversas funções desde a sua aquisição pelo Estado Português, alberga desde 2024 diversos serviços do Património Cultural, I.P.

Domus Municipalis

Bragança


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Aberto: de terça a domingo, das 9h00 às 17h00

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Sobrepondo duas estruturas funcionais distintas e de períodos diversos, facto que a torna invulgar no contexto peninsular, o edifício quinhentista que teve por função a realização das reuniões do senado e, por isso, igualmente conhecido como Paços Municipais de Bragança, assenta sobre a estrutura da cisterna medieval, contruída possivelmente entre os séculos XII e XIII, e caracterizada interiormente por uma cobertura em abóbada de berço.

Esta cisterna permitira colmatar a falta de aprovisionamento de água, desde sempre insuficiente no interior da cidade de Bragança. Por sua vez, o novo acrescento apresenta-se como uma galeria ampla de espaço único iluminada por uma arcaria e circundada por uma sedia a toda a volta, destinada aos membros do conselho para discussão de assuntos da municipalidade. Devido à integração de uma cornija assente numa cachorrada com decoração arcaizante, este edifício integra-se no chamado românico de resistência do século XVI.

 

Afirmando-se como o mais antigo farol de Portugal, a capela-farol de São Miguel-o-Anjo é construída por D. Miguel da Silva, abade comendatário do Mosteiro de Santo Tirso, em 1528, num afloramento rochoso da Canteira (Foz do Douro), devido às dificuldades de navegação na barra do Rio Douro. Com desenho de Francisco de Cremona, apresenta-se como uma torre quadrangular em cantaria, possuindo no seu interior um oratório composto por três nichos com abóbadas em concha, os quais seriam possivelmente ocupados por São Miguel-Arcanjo, homónimo do abade tirsense; São João Batista, orago da paróquia da Foz do Douro; e São Bento, patrono do Mosteiro de Santo Tirso, ao qual o couto de São João da Foz pertencia. Após a construção do farol da Senhora da Luz, na primeira metade do século XVII, o farol de São Miguel-o-Anjo será desativado, passando a funcionar essencialmente como ermida. Deste período datará a construção da cúpula facetada, de perfil classicizante, semelhante à existente na primitiva igreja matriz de São João da Foz, projetada pelo mesmo arquiteto. Na segunda metade do século XIX, adossar-se-ão o edifício da Corporação dos Pilotos da Barra do Douro, igualmente conhecido como Edifício de Socorros a Náufragos, e a torre semafórica, ocultando parcialmente o farol quinhentista. Entre 2019 e 2022 a Ermida de São Miguel-o-Anjo foi alvo de intervenção de conservação e restauro.

Palacete Vilar de Allen

Porto


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Horário do centro de documentação/ biblioteca: de segunda a sexta, das 9h às 13h e das 14h às 17h30

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A Casa Allen é mandada construir na década de 1920, pelo 3º visconde de Vilar d’Allen, Joaquim Ayres de Gouveia Allen, engenheiro de formação e cônsul da Bélgica no Porto, para ser a sua residência, numa época pautado pelo surgimento de um elevado número de palacetes, imprimindo um caráter burguês à zona oriental da cidade do Porto. O primeiro projeto do palacete, com autoria de José Marques da Silva, data de 1927, aliando elementos art déco com uma estética neoclassicista. Apesar de o alçado nascente estar voltado para a via pública, com acesso através de um pátio, a fachada sul, voltada para o jardim, é projetada como a principal, possibilitando um maior usufruto paisagístico do espaço, com destaque para o espelho de água e um tulipeiro-da-virgínia com 31 metros de altura. Tendo assumido diversas funções desde a sua aquisição pelo Estado Português, alberga desde 2024 a sede do Património Cultural, I.P.

Palácio Nacional da Ajuda

Lisboa


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Aberto: de quinta-feira a terça-feira das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h30 – em época de horário normal)

Encerrado: Quarta-feira, 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 13 de junho, 25 de dezembro.

 

Também popularmente conhecido por “Real Barraca”, o Palácio Nacional da Ajuda é iniciado em 1796 com projeto do arquiteto Manuel Caetano de Sousa, posteriormente afastado e substituído por José da Costa e Silva e Francisco Xavier Fabri. Será a residência oficial da família real portuguesa, desde o reinado de D. Luís I (1861-1889) até à implantação da República.

Apresenta uma linguagem neoclássica, encontrando-se incompleto por terem cessado os trabalhos em 1910. A disposição e decoração das salas estiveram a cargo de Joaquim Possidónio Narciso da Silva, as quais acompanham os novos padrões de salubridade, conforto e privacidade, adventícios de uma nova mentalidade burguesa do século XIX. Tendo assumido diversas funções desde a implantação da República, a sua ala norte alberga desde 2024 diversos serviços do Património Cultural, I.P.

 

Por iniciativa do abade do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, D. Fernando, em 1465 era construída a torre que hoje se encontra adossada à mais conhecida passagem do rio Varosa. A Ponte de Ucanha, já erigida durante os séculos XIV-XV, marca a entrada no couto monástico e a separação entre os poderes monástico e episcopal.

A Torre de Ucanha assume-se assim como a afirmação máxima do poder de Cister na região, que exigia aos viandantes o pagamento da portagem naquela que era a mais importante via de acesso à cidade de Lamego e que daqui se dirigia para o interior, passando por Moimenta da Beira e Trancoso, podendo-se ainda hoje observar alguns troços de calçada bem conservados.

Para estes viandantes, o abade de Salzedas ordenou ainda a construção, em 1472, de um hospital nas proximidades da ponte, possivelmente no local onde hoje se mantém uma porta de cariz manuelino. Monumento Nacional, deste conjunto de excecional beleza é ainda possível observar os moinhos de rodízio que se estendem pelas margens do rio, marca incontornável do Varosa.