Convento de Cristo em Tomar
A sua construção do Convento de Cristo começa com o castelo templário, obra de vanguarda da arquitetura militar medieval (sécs. XII-XIII). Da mesma época é a construção da Charola, românica, inspirada na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém e que assumia a dupla função de oratório e de atalaia militar. Quando a Ordem Militar do Templo foi extinta, D. Dinis, em Portugal, cria a Ordem Militar de Cristo, em 1319, que vem a ser herdeira dos bens, graças e privilégios que haviam pertencido aos templários. No início do período dos Descobrimentos Portugueses, D. Henrique o Navegador inicia a ampliação do Convento com a construção de dois claustros, do cemitério e da lavagem. Sobre a antiga casa militar templária, na ala norte do castelo, D. Henrique instala o seu Paço (1420-1460).
No apogeu da Expansão Portuguesa, D. Manuel I, manda construir a magnífica Igreja manuelina e decorar a Charola com pintura mural, pintura sobre tábua, escultura em madeira policromada, talha dourada, estuques, numa riqueza decorativa que, hoje, constitui a peça mais original e rara do complexo monumental. Na fachada ocidental da igreja manuelina, destaca-se a Janela da Sala do Capítulo, enigmática e profundamente simbólica, construída entre 1510 e 1513.
A reforma religiosa de D. João III, transforma a Ordem Militar de Cristo, obrigando os freires a viver em clausura e dando ao Convento de Cristo uma nova dimensão, com uma vasta campanha de obras coordenadas pelo arquiteto João de Castilho. O aqueduto dos Pegões, extraordinária obra de engenharia hidráulica, ficou a dever-se a Filipe II de Espanha.
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