Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto é Património Imaterial

Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto é Património Imaterial

Começou por ser uma técnica de defesa/ataque, afirmando-se posteriormente como uma atividade lúdica. O Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto é agora Património Cultural Imaterial.

O Jogo de Pau de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, integra desde o dia 29 de dezembro o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. O anúncio, publicado em Diário da República, vem reconhecer a importância desta manifestação enquanto reflexo da identidade da comunidade em que se insere.

As origens desta prática remontam ao mundo rural, onde o pau era usado por pastores e agricultores para conduzir o gado, mas também como arma de defesa e de ataque, quer nas lides de pastoreio, quer na defenda em qualquer quezília, para que eram desafiados.

Com o decorrer dos tempos, esta prática caiu em desuso, mas a arte continuou a passar de geração em geração, entre membros unidos por laços familiares, alguns deles descendentes de mestres que continuam a ser uma referência para as comunidades de praticantes desta arte. O Jogo do Pau acabou por ganhar expressão no espaço urbano, onde se afirmou como um jogo exigente a nível físico e intelectual.

Preferencialmente feito em madeira de lódão, o pau é torneado manualmente, levando um tratamento próprio para não se partir.

Geradora de um sentimento identitário na região, o Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto está hoje ativo em duas escolas, nas freguesias de Bucos e Abadim, representadas, respetivamente, pela Associação Recreativa, Desportiva e Cultural de Abadim – ARDCA e pela Associação Desportiva e Cultural S. João Baptista de Bucos.

A inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), cujo pedido foi apresentado pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, vem reconhecer a importância desta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da respetiva comunidade ou grupo, bem como os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu na contemporaneidade, atendendo ainda ao facto de que a transmissão desta tradição construtiva não está devidamente salvaguardada, o que pode pôr em perigo a sua continuidade.

O Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto tem vindo a apresentar-se em feiras, festas, romarias e outros eventos culturais, tanto em Portugal como no estrangeiro.