Com vestígios de ocupação entre o século I d.C. e o Baixo Império (séculos IV/V d.C.), esta vila romana e respetiva parte rústica, com uma área total de um hectare, é igualmente conhecida por Castellum Romano, ao apresentar um sistema defensivo composto por duas linhas de muralhas em xisto. Dos vários achados da “Estação arqueológica do Alto da Fonte do Milho”, destaca-se a banheira decorada com mosaicos policromos, dentro da gramática decorativa registada em Milreu, a qual potenciou a identificação do sítio pelo médico e escritor João Maria Araújo Correia, em 1938.

Posteriormente, as escavações arqueológicas empreendidas por Russel Cortez, a partir da década 1940, revelaram a existência de dependências vocacionadas para a atividade agrícola, de que é exemplo o lagar – ou torcularium – de vinho e azeite, comprovativo da importância que o cultivo e produção vinícola alcançaram neste território logo no início do primeiro milénio da nossa Era.

Citânia de Santa Luzia

Viana do Castelo


Aberto: de terça-feira a domingo das 10h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30

Encerrado: segundas-feiras; 1 de janeiro; Domingo de Páscoa; 1 de maio; 25 de dezembro; 20 de agosto (feriado municipal)

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Já habitada no século VIII a.C. e reestruturada entre os séculos I a.C. e I d.C., a “Cidade Velha de Santa Luzia”, como também é conhecida, apresenta uma preocupação vincadamente defensiva, à semelhança de outros povoados da Idade do Ferro do norte do país, como a Citânia de Briteiros ou a Cividade de Âncora. Neste sentido, apresenta três linhas de muralhas formadas por dois muros paralelos com o interior preenchido por pedras e terra.

A sua localização no topo do Monte de Santa Luzia não se prende exclusivamente ao caráter defensivo, possibilitando o domínio de toda a área envolvente, desde a costa atlântica ao estuário e foz do Rio Lima, mas também atendendo a condições de ordem cinegética e à capacidade agropecuária e aproveitamento dos recursos naturais.

O povoado organiza-se predominantemente em quarteirões definidos por muros e áreas de circulação, com as habitações a apresentarem planta circular, elítica ou retangular, esta última menos frequente, com ou sem vestíbulo. O interior das casas é constituído por lareira e por uma pedra disposta no centro, revelando que a cobertura seria com materiais ligeiros, sustentados por pé-direito. Encontrando-se a descoberto apenas um terço da área total da citânia, as suas primeiras escavações foram empreendidas por Joaquim Possidónio Narciso da Silva, em 1876, embora a maior parte das estruturas atualmente visíveis se deva à intervenção do investigador Albano Belino, em 1902.

Atualmente possui um centro de acolhimento e interpretação.

Miróbriga

Santiago do Cacém


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Aberto: de terça a sexta, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30; de sábado a domingo, das 9h00 às 13h00.

Encerrado:  25 de julho (feriado municipal) e nos dias 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.

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Localizado perto de Santiago do Cacém, as origens de ocupação de Miróbriga remontam à Idade do Bronze Final e à Idade do Ferro, permanecendo habitada até ao século IV d.C.

Este povoado encontra-se implantado numa elevação provida de estruturas defensivas, assumindo-se como uma zona privilegiada de visibilidade, o que permitia controlar territorialmente toda a região rica em recursos agrícolas, marítimos e mineiros.

Durante a época romana, Miróbriga desenvolve-se e expande-se, passando a albergar um fórum, termas e uma hospedaria. A escavação deste sítio arqueológico iniciou-se em 1801, por iniciativa de D. Frei Manuel do Cenáculo, contando atualmente com um centro de acolhimento e interpretação.

Povoado do Castelo Velho de Freixo Numão

Vila Nova de Foz Côa


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Aberto: de sexta a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30

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Implantado no cume de um esporão de xisto, os indícios de ocupação povoado do “Castelo Velho” de Freixo Numão remontam ao calcolítico, passando desde então a habitar-se este local de forma mais ou menos fixa.

A primeira fase construtiva remonta ao terceiro milénio a.C., altura em que terá surgido uma primeira ocupação de caráter efémero, contudo, suficientemente estável para que construíssem uma série de estruturas de caráter doméstico, assim como um torreão que será utilizado até cerca de 1300 a.C. A segunda fase construtiva é delimitada entre 2900 a.C. e os inícios do segundo milénio a.C., marcada pela construção de um “monumento” de planta subelítica delimitado por murete e complementado por um recinto subcircular, a sul, assim como pela edificação de uma rampa e algumas cabanas. Até à terceira fase construtiva, entre o início do segundo milénio a.C. e 1300 a.C., a utilização defensiva do recinto murado não apresenta relevância, altura em que se passa a dificultar o acesso ao seu interior, bem como a monumentalizar as estruturas envolventes, datando deste período a reconstrução da rampa. Em cerca de 1300-1200 a.C., o conjunto terá sido reduzido à sua base pétrea e abandonado. A partir de 1989 realizaram-se várias escavações arqueológicas, contribuindo para o conhecimento da ocupação do território.

Santuário de Panóias

Vila Real


Aberto: de quarta-feira a domingo das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00

Encerrado: segundas-feiras e terças-feiras; 1 de janeiro; Domingo de Páscoa; 1 de maio; 25 de dezembro 13 de junho (feriado municipal)

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A cerca de sete quilómetros da cidade de Vila Real, Panóias guarda um dos dois únicos santuários de cultos orientais na Península Ibérica, onde se conservam, entre outras, três grandes fragas talhadas com escadas de acesso e diversas cavidades, para fins cultuais, e um importante conjunto de inscrições com instruções litúrgicas, dedicadas às divindades infernais, encabeçadas pelo deus Serápis.

Mandado construir na transição do século II para o séc. III pelo senador romano Caius Calpurnius Rufinus, no Santuário de Panóias tiveram lugar rituais de iniciação com uma ordem e um itinerário muito precisos – a matança das vítimas, o sacrifício do sangue, a incineração das vítimas, o consumo da carne, a revelação do nome da autoridade máxima dos infernos e, por fim, a purificação –, de forte influência oriental, em especial da Ásia Menor, onde se encontram vestígios deste culto. 

Também chamado de Fragas de Panóias, o Santuário de Panóias terá mantido em simultâneo o culto a deuses indígenas identificados nas inscrições como os Lapiteas.

São Cucufate

Vidigueira


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Aberto: terça, das 14h30 às 18h30; de quarta a sexta, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h30; e de sábado a domingo, das 10h00 às 13h00.

Encerrado: nos feriados de 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 25 de abril, 1 de maio, 5ª da Ascensão e 25 de dezembro

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Construida no século I d.C., a villa romana de São Cucufate foi um centro de exploração agrícola onde poderá ter residido o proprietário, dominando a paisagem a sul, até Beja.

Inicialmente com funções de casa agrícola, a villa irá desenvolver-se e monumentalizar-se até ao século IV, apresentando essencialmente duas fases distintas. A primeira data do século II, com um caráter urbano vincado através do desenvolvimento da habitação para o interior, fechada em si mesma e contando com a presença de pátios internos. Posteriormente, no século IV, é substituída por uma arquitetura voltada ao exterior, comprovada pela valorização das fachadas, pela multiplicação dos vãos e pela intensificação da ligação entre espaços interior-exterior, conferindo à habitação um caráter palaciano.

Apesar de sofrer descontinuidades, transformações e adaptações, a ocupação deste espaço prolongou-se até aos finais do século XVIII. Atualmente possui um centro de acolhimento e interpretação.

Templo Romano de Évora

Évora


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Iniciada a sua construção na época de Augusto, no século I d. C., a sua conclusão apenas terá sido finalizada nas duas centúrias seguintes. No entanto, o Templo Romano de Évora sofrerá diversas alterações, tendo sido destruído durante as invasões “bárbaras” (século V), servido de casa-forte ao castelo de Évora e de açougue (século XIV) e consequentes reformas mudéjar e manuelina.

Será apenas no século XIX que se intervirá arqueologicamente no local, removendo todos os elementos adicionais à “traça primitiva” do templo, com projeto de José Cinatti, cenógrafo e arquiteto italiano. De todo o complexo sobreviveu, até à atualidade, parte do podium; uma colunata intacta, composta por seis colunas, arquitrave e fragmentos do friso no seu topo norte; e parte da coluna oeste, com apenas três colunas inteiras. Escavações mais recentes, como as orientadas por Theodor Hauschild, revelaram que o templo seria rodeado por pórtico monumental e um espelho de água.

TONGOBRIGA

Marco de Canaveses


Aberto: abril a setembro | terça a sexta: 09h30 às 12h30/14h00 às 17h30 | Sábados, domingos e feriados: 09h30-13h00/14h30-18h00 | outubro a março | terça a sexta: 09h30 às 12h30/14h00 às 17h00 | Sábados, domingos e feriados: 09h30-13h00/14h30-17h00 – Última entrada 30 minutos antes do encerramento da receção.

Encerrado: segundas-feiras; 1 de janeiro; Domingo de Páscoa; 1 de maio; 25 de dezembro; 8 de setembro (feriado municipal)

 

As ruínas da cidade romana de Tongobriga, no concelho de Marco de Canaveses, distribuem-se por cerca de 15 hectares de área classificada como Monumento Nacional desde 1986.Erguida entre o final do século I e o início do século II, a cidade terá sido edificada sobre um importante castro, contemporâneo da integração desta região no império romano.A revelação de Tongobriga para a Arqueologia e para a população em geral aconteceu na década de 80 do século XX e desde as primeiras escavações foi possível identificar áreas residenciais castrejas e romanas, muralha, fórum, balneário pré-romano e termas romanas e Necrópole, o que atesta a importância desta localidade, que chegou a ascender acivitas. Sabe-se que o seu prestígio se manteve mesmo para além da queda do Império Romano, confirmado pelos vestígios de uma basílica paleocristã do século V.

Há, no entanto, ainda muito para descobrir em Tongobriga. As escavações continuam e a importância do local alterou por completo a vida da pequena aldeia do Freixo, que acolheu ainda, entre 1990 e 2023,a Escola Profissional de Arqueologia, que além de formar novos profissionais, contribuiu para a continuidade dos trabalhos arqueológicos.

Vila Romana de Milreu

Faro


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Aberto: das 10h00 às 18h00 (de maio a setembro); das 9h00 às 17h00 (de outubro a abril)

Encerrado: nos dias 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 7 de setembro e 25 de dezembro.

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Habitada de forma contínua do século I ao século XI, esta opulenta villa do Império Romano era, nos inícios do século IV, uma luxuosa residência senhorial. Possui termas, lagares de azeite e de vinho e instalações agrícolas, confirmando o estilo de vida de uma família de elevado estatuto social e político. Integra ainda um templo cristianizado no século VI, o qual, no período de domínio islâmico na Península Ibérica, será utilizado como cemitério até ao século X, mantendo-se conservado até ao arranque das abóbadas.

Hoje um dos seus maiores ex-libris, escavações arqueológicas realizadas no final do século XIX viriam a desvendar mosaicos de temática predominantemente marinha, mármores e cerâmicas diversas, bem como estuques pintados e esculturas que ornamentavam os interiores e os jardins.

Localizada a poente da aldeia de Estói, no concelho de Faro, conta com um centro de acolhimento e interpretação.