Igreja da Atalaia

Vila Nova da Barquinha


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Fundada ou reedificada no início do século XVI por D. Pedro de Meneses, senhor de Cantanhede, a Igreja Matriz da Atalaia apresenta uma feição medieval, sugerida pelo escalonamento das três naves. Possui um portal de entrada renascentista, atribuído a João de Ruão, composto por um arco de volta perfeita com o intradorso em caixotões, ladeado por um par de pilastras e ornamentado com grotescos e dois tondi representando duas figuras masculinas em relevo.

O interior recebeu azulejos seiscentistas de padrão e figurativos, com cenas do Antigo Testamento na nave central e do Novo Testamento nas naves laterais. No século XVIII, a igreja é novamente intervencionada, acolhendo o túmulo tardo-barroco do cardeal-patriarca D. José Manuel da Câmara, então refugiado na casa dos condes de Atalaia devido às quezílias com o Marquês de Pombal acerca da expulsão da Companhia de Jesus. Do mesmo período e gramática artística seria o retábulo-mor setecentista, removido aquando da campanha de restauro da DGEMN na primeira metade do século XX, bem como os panos em meia-empena curva que ladeiam a fachada principal e nos quais se rasgam arcos de volta perfeita de acesso ao adro.

Igreja das Carmelitas

Aveiro


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Aberto: de terça a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 13h30 às 18h00.

Encerrado: segundas, 1 de janeiro, 1 de maio, domingo de Páscoa, 25 de dezembro

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Fundado em 1657 por D. Raimundo de Lencastre, 4º Duque de Aveiro, o Mosteiro de São João Evangelista resulta da disposição testamentária de D. Brites de Lara, tendo o mesmo apenas sido concluído pelo sobrinho do primeiro, D. Gabriel de Lencastre, 7º Duque de Aveiro, em 1738. O mosteiro foi entregue às freiras da Ordem das Carmelitas Descalças, razão pela qual a sua igreja é ainda conhecida por Igreja das Carmelitas.

Possui uma arquitetura sóbria, com a decoração a concentrar-se exclusivamente no eixo axial do portal, sobreposto por um frontão curvo interrompido por uma cruz e encimado, no frontão da fachada, por um emblema heráldico. Em contrapartida, o interior é ricamente ornamentado com talha dourada correspondente a três períodos nacionais distintos: o protobarroco, o barroco joanino e o rococó. O teto é em caixotões de talha com pinturas referentes à vida da Santa Teresa, na nave, e à vida de Cristo, na capela-mor, aqui acompanhadas nas laterais por telas com representações da vida da Virgem. Possui painéis de azulejo de António Vital Rifarto, colocados no segundo quartel do século XVIII, com representações de paisagens e enquadramentos arquitetónicos. Já após a extinção das ordens religiosas e a morte da última religiosa, parte das dependências conventuais são destruídas para a abertura da Praça do Marquês de Pombal.

Igreja de Algosinho

Mogadouro


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A igreja de Algosinho deverá ter sido construída entre os séculos XIII e XIV, apresentando elementos arquitetónicos de gramática tardo-românica, fenómeno recorrente nas regiões setentrionais e periféricas de Portugal, onde o gótico pouco imperou.

O seu caráter românico é enfatizado pela robustez dos muros, apoiados exteriormente por contrafortes, e pela simplicidade e rusticidade ornamental, com destaque para a cachorrada exterior e a rosácea preenchida com uma estrela de David. O portal axial em arco apontado, à semelhança do arco triunfal, ou ainda a tentativa de criação de espacialidade, são reveladores de uma estética goticizante. No entanto, esta monumentalidade interior, incaracterística das condicionantes histórico-geográficas deste templo, permanece envolta em mistério. Junto ao arco triunfal são visíveis duas pinturas murais quinhentistas representado São Bartolomeu e Santa Catarina, as quais sobreviveram devido ao restauro de Abel Moura, em contexto de intervenção da DGEMN, na qual se removeram os retábulos barrocos que as cobriam. O retábulo-mor maneirista, realizado no século XVII, conserva as tábuas originais alusivas ao ciclo do Nascimento de Cristo. A intervenção da DGEMN, já na segunda metade do século XX, manteve-se fiel aos princípios de unidade estilista, conferindo à igreja o seu aspeto atual.

Igreja de Cete

Paredes


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Aberto: das 9h30 às 12h30 e das 12h30 às 17h00 (outubro a março) e das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 19h00 (abril a setembro)

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Possivelmente já existente no século X, sob a proteção da família de Leoderigo Gondosendes, a fundação do atual Mosteiro de São Pedro de Cete é tradicionalmente atribuída a Gonçalo Oveques, tumulado na capela da torre que ladeia a fachada. No século XII adere aos costumes clunicense da Regra de São Bento, à semelhança de outras casas monásticas do Entre-Douro-e-Minho.

É amplamente reformada pelo abade D. Estevão Anes, entre o final século XIII e o primeiro quartel do século XIV, remodelando-se a fachada principal e reconstruindo-se e ampliando-se a capela-mor, segundo preceitos arquitetónicos próprios do gótico, com destaque para a espacialidade do interior da igreja e para a utilização de arcos apontados no arco triunfal ou nos portais de entrada. No entanto, o Mosteiro de Cete é um exemplo da aceitação dos padrões românicos na arquitetura religiosa, levando à persistência de determinadas formas e técnicas construtivas, motivo que levará a que este conjunto seja considerado tardo-românico. A torre lateral que ladeia e enfatiza o caráter defensivo da igreja é reformada no século XV, altura em que terá sido ameada e terá recebido o botaréu monumental. Já em pleno século XX, o mosteiro é alvo de intervenção da DGEMN, da qual resulta, entre várias alterações, o rasgamento da atual rosácea na fachada principal da igreja.

 

Fundado entre os séculos XI e XII, o Mosteiro do Divino Salvador é pertença da Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho até 1540, altura em que é anexado ao dominicano Convento de São Gonçalo de Amarante. Devido ao primitivo claustro e à torre sineira, é testemunho de uma monumentalidade incomum na realidade arquitetónica do românico em Portugal.

O muro que delimita o adro fronteiro recorda a primitiva galilé aí existe. Na fachada principal destaca-se o portal românico enquadrado por arquivoltas e animada por toros diédricos, expressão românica que proliferou nos vales do Sousa e do Tâmega. O interior é caracterizado pela sua sobriedade ornamental, pautada por silhares lisos e despojados, recebendo pavimento e teto em madeira. No entanto, atenta-se para o despojamento de parte significativa do património móvel e integrado pela DGEMN, visando a unidade estilística do monumento. Possui um painel de pintura mural alusivo à “Epifania”, atribuído à oficina do Mestre de 1510, destacado da parede aquando da referida intervenção purista da DGEMN, nas décadas de 1940-50.

Igreja de Gatão

Amarante


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Aberto: sábado às 18h e domingo às 11h.

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Construída entre os séculos XIII e XIV, a Igreja de Gatão é de feição românica, caráter conservado com maior integridade na capela-mor, visível quer na fresta rasgada na parede fundeira, quer no arco triunfal de volta perfeita, quer na banda lombarda que sustenta a cornija em ambos os alçados, motivo este considerado próprio do “românico nacionalizado”.

Apesar da intervenção moderna, a nave mantém parte do seu caráter medieval através do par de frestas rasgadas em cada lado e do portal lateral, com um arco ligeiramente quebrado e desprovido de elementos decorativos, indicativo de uma cronologia avançada na fábrica da igreja. A galilé que a antecede é acessível por dois arcos rasgados nos alçados laterais e por um existente na fachada principal, todos de volta perfeita e com um mascarão no fecho, realçando a sua matriz clássica. Datado do final do século XV, encontra-se no interior um conjunto de seis painéis de pintura mural, descobertos aquando da intervenção de restauro da DGEMN realizada na década de 1930. Na parede testeira da nave, junto ao arco triunfal, localizam-se o painel da “Coroação da Virgem”, um conjunto formado por “Santa Luzia, São Sebastião e Santa Catarina” e o painel do “Calvário”, este último localizado no eixo axial e datável da segunda metade do século XVI. Na parede fundeira localizava-se um tríptico fingido, com as representações afresco de “Santo António”, “Cristo a caminho do Calvário” e “São João Batista”, orago da igreja, o qual foi destacado na referida intervenção da DGEMN para libertação da fresta entaipada. O escritor e poeta Teixeira de Pascoaes encontra-se sepultado no cemitério paroquial, na envolvente da igreja.

Igreja de Mancelos

Amarante


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Aberto: domingo, das 6h46 às 9h45.

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Possivelmente criado no início do século XII pelos Portocarreiros, o Mosteiro de Mancelos é testemunho dos cenóbios de fundação privada medieval como forma de domínio territorial, tendo posteriormente sido passado como padroado e espaço eclesial familiar a Mem Gonçalves da Fonseca e Maria Pais Tavares, tradicionalmente considerados seus fundadores. Inicialmente pertencente aos cónegos regrantes de Santo Agostinho, é doado por D. João III, em 1540, ao Convento de São Gonçalo de Amarante, com o objetivo de aumentar os seus réditos e direitos, auxiliando assim a ação administrativa e evangelizadora deste.

A igreja apresenta feição românica, sendo monumentalizada pela galilé, pelas ameias que coroam a empena, e pela torre lateral. A galilé permitiu a conservação do portal de entrada, o qual é revelador da aproximação do gótico devido ao desenho cuidado dos capitéis que sustentam as quatro arquivoltas e das impostas com duas figuras humanas, esculpidas ao modo de atlantes. A sineira, de linguagem classicizante e coroada por pináculos e aletas, é resultante de uma intervenção nos séculos XVII-XVIII. As cicatrizes expostas nos paramentos exteriores são demonstrativas das várias intervenções efetuadas. O afamado pintor modernista, Amadeo de Souza-Cardoso, encontra-se sepultado no cemitério junto do mosteiro.

Igreja de Nossa Senhora da Assunção

Elvas


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Aberto: das 10h00 às 12h00 e das 15h00 às 18h00 (horário de inverno); das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h00 (horário de verão)

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Construída em 1517 sob uma primitiva igreja-matriz com invocação de Santa Maria dos Açougues, o traço da atual igreja de Nossa Senhora da Assunção é atribuído a Francisco de Arruda, mestre de obras dos Paços de Évora e autor do Aqueduto da Amoreira.

Posteriormente, o seu filho, Miguel de Arruda, virá a colaborar na fábrica da igreja com a construção do portal de acesso, o qual virá a ser substituído por uma porta de desenho austero e clássico, em 1657. A igreja é caracterizada pelo seu caráter defensivo, conferido pela robustez da fachada-torre. No interior destacam-se a abóbada de nervuras, as pinturas murais e esgrafitos no coro alto e a regalia manuelina, de que são exemplos a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo, assim como sereias e monstros alados. A diocese de Elva é apenas criada em 1570, por forma a facilitar a administração do extenso território eborense, vindo a ser novamente integrada na Diocese de Évora em 1881.

Igreja de Santa Clara

Santarém


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Aberto: das 9h00 às 12h30 e das 13h30 às 18h00 (horário de inverno) e das 10h00 às 12h30 e das 13h30 às 19h00 (horário de verão)

Encerrado: terças

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Fundado em 1264 por D. Afonso III, o Mosteiro de Santa Clara é entregue às clarissas transferidas de Lamego. Após sofrer dois incêndios no final do século XVII, o mosteiro será alvo de várias alterações no século seguinte, das quais se destacam a substituição da abóbada da capela-mor, a demolição dos absidíolos, a mutilação do transepto, o entaipamento da rosácea da fachada ocidental e a remodelação do claustro.

Do vasto complexo monacal, apenas resta atualmente a igreja, tendo os restantes edifícios sido demolidos entre 1906-1909, após a morte da última religiosa. A secularização deste mosteiro motivou igualmente a transferência de imagens, alfaiais e património integrado por diferentes igrejas paroquiais, despojando quase por completo o seu interior. No século XX, é alvo de intervenção da DGEMN, responsável por conferir um aspeto neogótico, segundo os preceitos de restauro de Viollet-Le-Duc. Assim, resulta a reconstrução da rosácea e coberturas, o entaipamento de algumas janelas e construção de outras, a construção do campanário, a construção dos absidíolos e respetivas abóbadas, assim como a reconstrução de janelas geminadas e cachorrada da capela-mor e a construção de uma nova abóbada para esta. No interior encontra-se o túmulo gótico da Infanta D. Leonor, filha de D. Afonso III, encontrado durante as referidas obras de restauro.

Igreja de Santa Maria de Aguiar

Figueira de Castelo Rodrigo


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Com origem numa comunidade beneditina leonesa, a construção do atual Mosteiro de Santa Maria de Aguiar remonta à sua passagem para a Ordem de Cister, na década de 1170. Apresenta uma planta em cruz latina com três naves, transepto saliente e cabeceira composta exclusivamente por capela-mor, segundo o esquema utilizado na igreja da Abadia de La Prée, uma das primeiras fundadas por São Bernardo de Claraval e a mais antiga abadia cisterciense da província de Berry.

A construção de absidíolos durante a campanha de restauro da DGEMN, no século XX, irá altar este desenho. A igreja possui uma linguagem austera e rígida, pautada pela ausência decorativa, características próprias da arquitetura cisterciense, tendo recebido ao longo da idade moderna diversas obras de beneficiação, tanto motivadas pela sua decadência advinda de um longo período de guerras, como pela necessidade de atualização estética segundo reformas na própria ordem monástica. Após a expulsão das ordens religiosas, será vendido em hasta pública, com o seu claustro a ser demolido na década de 1920.

Igreja de Santo Agostinho

Santarém


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Aberto: das 9h00 às 13h30 e das 14h30 às 18h00 (horário de inverno) e das 10h00 às 13h30 e das 14h30 às 19h00 (horário de verão)

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Fundado por D. João Afonso Telo de Meneses, 1º conde de Ourém e D. Guiomar de Vilalobos, o Convento de Santa Maria da Graça destina-se aos Eremitas de Santo Agostinho, instalados em Santarém desde 1376, razão pela qual o templo é igualmente conhecido por Igreja de Santo Agostinho. É iniciada a sua construção em 1380, contudo, apenas será concluída no primeiro quartel do século XV, inserindo-se na esfera de influência do estaleiro da Batalha.

Tal é atestado pelo gótico flamejante que impera na fachada principal, de caráter cenográfico e com uma rosácea de grande dimensão, assim como pelo túmulo de D. Pedro de Meneses e D. Beatriz Coutinho, Condes de Vila Real, inspirado no túmulo conjugal de D. João I e D. Filipa de Lencastre. Aqui será igualmente sepultado Pedro Álvares Cabral, célebre navegador e explorador português. Em 1829, ainda antes da extinção das ordens religiosas, o complexo funcionará como cadeia, vindo posteriormente a ser vendido em hasta pública e a funcionar como asilo. Na década de 1940-50, o mosteiro será alvo de intervenção da DGEMN, a qual retira todos os acrescentos ao corpo da igreja, com o intuito de restituir a imagem original do monumento.

Igreja de São Nicolau

Santarém


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Aberto: de segunda a sexta, das 9h00 às 19h30; sábado, das 18h00 às 20h00; domingo, das 8h00 às 10h00

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Tendo-se construído a igreja de São Nicolau no século XIII, em 1324, será instituída a Capela de São Pedro, anexa à igreja. Esta servirá de capela-tumulária dos fundadores da mesma, Fernão Rodrigues Redondo e Marinha Afonso, donatários de Arganil e Pombeiro, cujo túmulo evidencia uma gramática decorativa gótica, com jacente ladeado por leões e faces laterais ornadas com escudos e inscrições em caracteres góticos.

No início do século XVII, a igreja de São Nicolau será destruída por um incêndio, procedendo-se à sua reconstrução em 1613, com desenho de Baltazar Álvares, integrando as capelas preexistentes e dois tramos da estrutura anterior, cobertos por abóbada de cruzaria de ogivas e apoiados em mísulas com modinatura e decoração manuelina. O novo traçado denota uma espacialidade maneirista, com o interior inundado de luz através da abertura de janelões e de um óculo na fachada principal, adaptada às disposições catequéticas pós-tridentinas. Integra igualmente no programa decorativo pinturas de brutescos e silhares de azulejo. Na segunda metade do século XVIII, uma nova campanha decorativa barroca dota a igreja de novos retábulos e intervém ao nível da fachada, nomeadamente na modinatura dos janelões e frontão do alçado principal e no oratório da fachada posterior.

Igreja de São Pedro

Elvas


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Uma das mais antigas da cidade, a Igreja de São Pedro data do início do século XIII, após a integração definitiva de Elvas no território português. Deste período, chegou até à atualidade o portal axial, de desenho românico de transição, pautado pelo arco apontado e pela ornamentação dos capitéis com folhas de hera.

Ao longo do tempo, sofrerá diversas alterações, nomeadamente entre os séculos XV e XIX, motivando a confluência de diferentes estilos e influências. Assim, a fachada da igreja é igualmente caracterizada pelo seu frontão curvilíneo, à qual se associa, a nordeste, a torre sineira rematada por coruchéu e, no interior, os vários altares barrocos e rococós e demais obras de mármores fingidos, pinturas e painéis azulejares. Possui igualmente diversas placas epigráficas, com destaque para uma do século XVI, pertencente a um fidalgo, a qual utiliza letra cursiva gótica, pouco usual na epigrafia portuguesa. Nas décadas de 1960-70, a igreja será alvo de obras de conservação e restauro pela DGEMN.

Igreja de São Vicente

Abrantes


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Fundada em 1148 por D. Afonso Henriques, depois da conquista do castelo de Abrantes, e reconstruída no final do séc. XII, após a destruição da vila num cerco do exército mouro, a atual igreja é mandada construir por D. Sebastião, em 1569, sendo reaproveitada a capela-mor existente.

A sua edificação contará com diversos mestres-pedreiros, como Francisco Lopes e Pedro Antunes, provenientes do estaleiro do Convento de Cristo em Tomar, mas também com o arquiteto Mateus Fernandes, mestre de obras do Mosteiro da Batalha. A fachada principal, maneirista, segue um modelo derivado das fachadas-retábulo de João de Ruão e Nicolau de Chanterenne, aplicando de forma depurada ornamentações de matriz classicista. Assim, a decoração concentra-se no portal axial, composto por um pórtico com dois registos, o primeiro marcado por colunas jónicas e o segundo por colunas coríntias a ladear uma janela com varandim. Apresenta duas torres sineiras, sendo a nascente rematada por sineira e coruchéu, revestido a azulejo, e a torre poente exclusivamente por sineira. O interior alberga altares maneiristas em pedra, recebendo, no século XVII, revestimento a painéis de azulejo azul e amarelo, com episódios da vida de São Vicente.

Igreja de Trofa do Vouga

Águeda


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A Igreja de São Salvador, paroquial da Trofa, é construída entre os séculos XVIII e XIX, aproveitando a capela-funerária aí existente como capela-mor. Esta capela é edificada por D. Duarte de Lemos, no século XVI, para panteão dos Lemos, fazendo-se aí tumular, em conjunto com a sua esposa e antepassados, senhores da Trofa. De desenho renascentista, atribuído a Diogo de Castilho, apresenta abóbada de nervuras, elemento tardo-gótico comum nesta primeira fase do renascimento português, com a chave central decorada com as armas dos Lemos, rodeada por chaves rematadas com florões.

Os túmulos, atribuídos a João de Ruão, estão organizados em dois grupos, formados por arcos separados por pilastras e rematados por entablamento. Nas arcas tumulares são visíveis as efígies dos primeiros senhores da Trofa, inseridos em tondi, elemento popular da imaginária renascentista.A restante igreja apresenta uma arquitetura chã, de linhas austeras e depuradas, com elementos decorativos de influência flamenga, destacando-se o nicho que encima o portal, com a imagem quinhentista do Salvador.

Igreja do Mosteiro de Santa Clara

Vila do Conde


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Aberto: de terça a sábado, das 10h00 às 12h00 e das 14h30 às 17h00; domingo, das 10h00 às 12h00 e das 15h30 às 18h30.

Encerrado: segundas

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Fundado em 1318 pelo casal D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Dinis, e D. Teresa Martins Teles de Menezes, senhora de Vila do Conde, o Mosteiro de Santa Clara é doado às freiras clarissas, responsáveis pela sua gestão e expansão até à extinção das ordens religiosas e morte da última religiosa, em 1893. É exemplar da continuidade programática da arquitetura das ordens mendicantes, caracterizada pela sua monumentalidade e austeridade.

A Igreja de Santa Clara recebe assim uma rosácea radiante no alçado poente, único elemento decorativo existente nesta fachada compacta, bem como contrafortes e ameias, conferindo-lhe um aspeto militar. A capela dos fundadores data do século XVI, tendo-se para tal refeito os túmulos de acordo com a estética manuelina coetânea, com autoria de Diogo Pires, o Moço, mas mantendo os jacentes medievais: D. Afonso Sanches, de leão aos pés, a segurar uma espada, e D. Teresa a envergar o hábito de clarissa. Pretendendo aumentar a capacidade do mosteiro, empreende-se no século XVIII a construção de um novo dormitório e demais dependências monásticas, encomendado a Henrique Ventura Lobo, afamado arquiteto do ciclo neoclássico portuense, tendo-se apenas completado a ala sul. Após a secularização do mosteiro, é aqui instalada a Casa de Detenção e Correção, em 1902, estabelecimento de internamento de menores do sexo masculino que aqui laborará até ao século XXI, sob o nome de Reformatório de Vila do Conde.

Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Leça do Balio

Matosinhos


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Aberto: terça, das 14h às 17.30h; e de quarta a domingo, das 9.30h às 12.30h e das 14h às 17.30h.

Encerrado: 3º fim de semana de cada mês.

Horários das celebrações:
De segunda a sexta: 8h30
Domingos, feriados e dias santos: 8h, 11h

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Construído no local de um convento pré-românico, doado pela condessa D. Teresa à Ordem de São João do Hospital, em 1122, os monges hospitalares são responsáveis pela construção de um mosteiro, primeira sede da Ordem em Portugal, o qual, após entrar em estado de ruína, virá a ser totalmente reedificado no século XIV, por iniciativa de Frei D. Estevão Vasques Pimentel. Assim, esta igreja-fortaleza integra diversas matrizes culturais, com destaque para o românico e o gótico, conferindo-lhe um aspeto militar através das fiadas de merlões e ameias, pelos balcões de mata-cães e pela robusta torre sineira, fundada anteriormente à igreja, apesar de a enorme rosácea radiante quebrar este paradigma, para inundar o interior de luz.

Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, o mosteiro cai em estado de ruína, sendo adquirido, já no século XX, pelo engenheiro Ezequiel de Campos, o qual empreende uma série de obras de restauro e remodelação da ala norte e oriental, bem como à construção de uma nova parte a sul, de acordo com o gosto gótico. Neste mosteiro pode-se ainda encontrar uma pia batismal renascentista em pedra de Ançã, obra ímpar do escultor coimbrão Diogo Pires, o Moço, bem como uma lâmina de bronze que encima a sepultura rasa de Frei D. Estevão Vasques Pimentel, ornamentada com inscrições e motivos figurativos vários, com destaque para uma rara representação da Anunciação, com a alma do Menino Jesus a descer de Deus e a encarnar na Virgem.

Igreja Matriz da Golegã

Golegã


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Construída no século XIV, a igreja paroquial da Golegã apresenta uma organização segundo o esquema gótico mendicante de três naves escalonadas, possuindo cobertura em madeira nas naves e abóbada polinervada na capela-mor. Posteriormente, no século XVI, é alvo de uma campanha parcialmente custeada pela Coroa, confirmando o interesse régio, nomeadamente de D. Manuel I, nesta vila ribatejana.

O portal axial deve-se a esta intervenção, apresentando um duplo arco policêntrico, colunas torsas e elementos decorativos da regalia manuelina, como cordames, cruzes da Ordem de Cristo, esferas armilares e escudos reais. A torre sineira que ladeia a fachada principal recebe o acrescento de um piso no século XVIII, vindo a ser aumentada novamente no século XIX, para introdução de um relógio que será substituído em 1955. No interior, destacam-se os quinhentistas painéis azulejares hispano-árabes dos altares colaterais, assim como os azulejos provenientes do Convento da Graça e colocados na capela-mor durante a intervenção de restauro realizada pela DGEMN já no século XX. Nas memórias paroquiais de 1758 já se identifica a imagem de Nossa Senhora da Conceição na capela-mor, invocação pela qual esta igreja é igualmente conhecida.

Igreja Matriz de Caminha

Caminha


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Aberto: Janeiro, fevereiro, março, novembro e dezembro: aos sábados e domingos das 14h00 às 17h00;

Abril, maio, outubro: de sexta a domingo, das 10h00 às 18h00

Junho, julho, agosto e setembro: de quarta a domingo das 10h00 às 18h00

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Iniciada a sua construção em 1488, sob orientação dos mestres biscainhos Tomé de Tolosa e Francisco Fial, a Igreja Matriz de Caminha é uma das mais notáveis obras do tardo-gótico da história da arte em Portugal, devido à sua relevância artística e rápida execução, reproduzindo ainda o esquema de três naves das igrejas mendicantes do gótico português.

Construída em vinte e cinco anos, alguns dos quais durante o reinado de D. Manuel I, apresenta um teto mudéjar e uma guirlanda na cabeceira, únicos elementos da estética manuelina, imperando antes uma inovadora linguagem renascentista nos portais axial e lateral, bem como no arco triunfal da capela do Senhor dos Navegantes, fruto das influências do plateresco espanhol introduzido pelos mestres biscainhos. Estes irão progressivamente deslocar-se para estaleiros no sul do país, pelo que assistiremos à condução e conclusão da fábrica deste templo por Pêro Galego.

Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta

Freixo de Espada à Cinta


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Aberto: Terça, das 14h00 às 18h00; e de quarta a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 (horário de verão)

Terça, das 14h00 às 17h30; e de quarta a domingo, das 09h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h30 (horário de inverno)

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Construída sobre uma igreja medieval fundada por D. Dinis, a renascentista Igreja de São Miguel, Matriz de Freixo de Espada à Cinta, situa-se no centro quinhentista da vila raiana. É interiormente organizada segundo o esquema de hallenkirchen (igrejas-salão), com a cobertura das três naves em abóbada de nervura à mesma altura, aspeto revelado ao nível da fachada contrafortada.

Apesar das diversas campanhas interventivas que recebeu ao longo da idade moderna, manterá um forte pendor manuelino, de que é exemplo o portal de entrada ladeado por pilastras e por decoração relevada, o qual contribui para suavizar a austeridade estrutural do templo. No reinado de D. João V, introduz-se o retábulo-mor de talha dourada, em estilo barroco nacional, dispondo-se as dezasseis tábuas pintadas do retábulo original, pertencentes à escola de Grão Vasco, nas paredes laterais da capela-mor.

 

Datada dos séculos XIII-XIV, a igreja de Meinedo localizar-se-á sob uma primitiva capela sueva, estrutura identificada aquando de uma campanha arqueológica entre 1991-1993. De feição tardo-românica, o portal de entrada é em arco apontado, possuindo arquivoltas decoradas com motivos de pérolas.

Por sua vez, a cabeceira, retangular, apresenta uma cornija assente em cachorros lisos, enquanto a nave possui cachorros esculpidos. A igreja de Meinedo é assim testemunho de um programa arquitetónico do românico rural, caracterizado pela perpetuação das formas, esquemas decorativos e modos de construir em cronologias avançadas. O interior receberá contínuas intervenções, com destaque para a decoração seiscentista que dota o arco triunfal de retábulos de talha dourada, em estilo nacional, e a capela-mor de azulejo de tapete e retábulo-mor em talha dourada maneirista. Ao nível da cobertura, destaca-se o teto em caixotões da capela-mor, com representações de temática Mariana. Segundo a lenda, este cenóbio, sede de um Bispado no século VI, terá acolhido neste período o corpo de Santo Tirso, oriundo de Constantinopla.

 

Possivelmente construída sob um templo anterior e finalizada em 1798, a Igreja Matriz de Sambade é um exemplo da arquitetura religiosa barroca e neoclássica em Portugal. A fachada apresenta bastante movimento, conferido pelo seu remate com frontão curvilíneo interrompido de aletas e pelo frontão curvo do portal axial, interrompido por uma janela de perfil curvo.

De igual modo, são rasgadas várias janelas no restante corpo da igreja com modinaturas em granito. No lado norte anexa-se a torre sineira, rematada por coruchéu, e a sacristia, num plano recuado. No lado oposto, situa-se a Casa das Almas, na qual funcionou a escola primária durante o século XIX. O interior, com falsas abóbadas de berço em madeira, recebe retábulos laterais e colaterais de talha policromada, em estilo rococó, enquanto o retábulo-mor apresenta uma feição neoclássica, tendo sido pintado no século XIX. Esta igreja é dedicada a Nossa Senhora da Assunção, orago da paróquia, encontrando-se a sua imagem inserida no nicho da fachada posterior, voltada para estrada nacional que liga Alfândega da Fé a Mirandela.

Igreja Matriz de Setúbal

Setúbal


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Com origem numa capela ducentista, com fundação tradicionalmente atribuída a uma comunidade piscatória, e ligada aos Paços do Duque de Aveiro, a igreja de São Julião, como também é conhecida, será sucessivamente reconstruída por ser assolada por terramotos. Neste contexto, enquadra-se a sua reconstrução quinhentista, pós-terramoto de 1531, que sucedeu a campanha de ampliação de D. Manuel I (1516-1520).

Deste período, com desenho atribuído a João de Castilho, subsiste na fachada o portal axial, com moldura em arco canopial, e o portal lateral, com arco trilobado e inscrito em gablete. Por sua vez, a estrutura divisória do interior apresenta feição maneirista. Posteriormente ao terramoto de 1 de novembro de 1755, que destruiu toda a baixa de Lisboa e atingiu grande parte do litoral de Setúbal, reconstrói-se a igreja no final do século XVIII, sendo datáveis deste período as obras pombalinas que conferem o aspeto atual da igreja, como a capela-mor, o remate da fachada principal e os respetivos janelões barrocos, os altares laterais e o altar-mor, bem como os azulejos com cenas da vida de São Julião e Santa Basilissa, enquadrados por cercaduras rococó.

 

A igreja quinhentista de Nossa Senhora da Assunção, Matriz de Torre de Moncorvo, foi concluída no início do século XVII e concebida de forma pouco ortodoxa, ao orientar a entrada principal para nascente, ao invés da canónica capela-mor. Domina na fachada uma torre sineira, pela qual se acede ao interior através de um portal renascentista, encimado por três ordens de colunas coríntias formando diversos nichos. O acesso lateral é realizado por um portal protegido por alpendre abobadado. O espaço interior é organizado segundo o esquema de hallenkirchen (igrejas-salão), com os cinco tramos das naves abobadados à mesma altura. A parede fundeira é coberta por um retábulo-mor setecentista, obra de talha dourada joanina da autoria de Jacinto da Silva, enquanto as paredes laterais ostentam frescos alusivos a cenas bíblicas.

Partindo da proposta de D. José Cordeiro, então bispo de Bragança-Miranda, e em colaboração com a Conferência Episcopal Portuguesa, o Conselho Presbiteral da Diocese de Bragança-Miranda, a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, a Direção Regional de Cultura do Norte e demais pessoas e instituições interessadas, é concedido o título de Basílica Menor a este templo, pelo Papa Francisco, por decreto de 12 de janeiro de 2022.

Igreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa

Vila Nova de Foz Côa


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Construída no local de uma primitiva capela dedicada a Santa Maria da Veiga, do século XII, a atual igreja paroquial de Vila Nova de Foz Coa, dedicada a Nossa Senhora do Pranto, data do início do século XV, por iniciativa de D. Manuel I. Possui uma planta de três naves e capela-mor retangular, sendo antecedida por fachada em empena truncada por campanário. O portal axial apresenta um arco pleno de cinco arquivoltas, decorado com motivos da regalia manuelina, como rosetas, palmetas, vieiras, cordames, medalhões, arabescos, assim como a cruz da Ordem de Cristo, escudos reais e esferas armilares.

Posteriormente, o terramoto de 1755 motivará a sua reedificação e ampliação, datando desta intervenção a cobertura em falsa abóbada de berço da nave central, em madeira e com pinturas figurativas; a meia abóbada das naves laterais, com episódios da Paixão; e o teto em caixotões da capela-mor, com um conjunto de vinte e sete pinturas representativas da vida de Cristo e da Virgem. De igual modo, os altares setecentistas em talha dourada e policromada apresentam uma linguagem própria da retabulística em estilo nacional e rococó. Em 1810, no âmbito da terceira invasão francesa, a igreja matriz é saqueada pelas tropas napoleónicas, assistindo-se ao furto de diversas alfaias litúrgicas.