
Tratamento de dois pluviais do Museu de Évora (LJF 2013)
Dois pluviais pertencentes ao Museu de Évora, um de veludo que pertenceu a D. Teotónio de Bragança (1530-1602), arcebispo de Évora, e outro de damasco carmesim do século XVIII, foram objecto de intervenção de conservação-restauro.
Os pluviais, peças de vestuário religioso usados pelos dignitários da Igreja nas cerimónias e festas litúrgicas, caracterizam-se por uma sumptuosidade e opulência que são conferidas pelos materiais nobres com que os tecidos são construídos, como a seda e os fios metálicos dourados e prateados.
Estas peças, pela utilização a que estiveram sujeitas, sofreram danos que as tornaram muito frágeis e vulneráveis. Assim, os tratamentos efectuados possibilitaram a sua preservação, exposição e valorização, permitindo a sua fruição por parte do público actual e futuro.
O pluvial de D. Teotónio de Bragança, peça muito fragilizada, encontrava-se com os tecidos muito desgastados e com grandes deformações. A realização de radiografias a várias zonas dos pluviais permitiu uma leitura mais detalhada dos motivos decorativos e um registo do estado de conservação dos tecidos.
Os dois pluviais, apesar de serem peças diferentes e de apresentarem patologias distintas, foram ambos sujeitos a limpeza mecânica, por aspiração de sucção controlada, e os tecidos consolidados através de ponto de agulha com fio de seda natural, e colocação de suportes parciais nas zonas de lacunas e aberturas. Nas zonas muito degradadas foi colocado um facing de tule como protecção. As deformações dos tecidos foram tratadas através de humidificação vaporizada e colocação de placas de vidro para possibilitar a sua planificação.
Estes tratamentos permitiram a estabilidade física dos tecidos, a sua integração estética e a prevenção do avanço da degradação dos tecidos com vista à preservação destas obras representativas do património têxtil nacional.