Direção-Geral do Património Cultural

Ao chegarmos à Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, logo deparamos com o invulgar portão arte nova, em forma de borboleta estilizada (que também foi apropriada para logotipo da própria casa museu). Este portão parece dar-nos as boas vindas e convida a conhecer melhor o exterior e o interior desta casa, do foro público ao íntimo privado.

Aceitemos o seu convite e passemos à sua descoberta e dos artistas que a criaram e respetiva mundivivência.

Casa idealizada pelo artista José Malhoa que se rodeou de outros artistas, como António Augusto da Costa Mota (peças escultóricas decorativas nas fachadas), António Ramalho e João Eloy (desenhos para pinturas decorativas de exteriores) e de um arquiteto inovador, Norte Júnior que beneficiara de uma bolsa de estudo em Paris. A casa atelier ficaria consagrada com um prémio Valmor (1905) o que despertou o gosto do colecionador, Anastácio Gonçalves.

Sabemos quem executou o portão, devido à inscrição central “Vicente Joaquim Esteves serralheiro, Rua das Amoreiras, 123” – caso raro desta peça única, contra o anonimato da standardização e da produção em série que a industrialização generalizava. As sua formas curvas e intrincadas, numa sensação de movimento de teor orgânico, vegetalista e zoomórfico contrastam com o carater rústico tradicional das estruturas arquitetónicas, naquilo que foi denominado como “filigrana do ferro”. Perante a crescente industrialização e uma realidade arredada da Natureza, a Arte Nova foi uma nova forma de fazer arte que aceitava os processos industriais, por exemplo, o ferro, mas devolvia o protagonismo ao belo. Norte Júnior soube aqui aliar tradição e modernidade.

Entrada livre | Número máximo de pessoas 10*, mínimo 5* | 20 minutos

Visita orientada por Olga Ribeiro

* sujeito a marcação para comunicacao@cmag.dgpc.pt ou 21 354 08 23