Especialistas do Laboratório de Arqueociências do PC, I.P. colaboram no projeto ECOFREEDOM e desenvolvem trabalho de campo na Guiné-Bissau
Equipa de especialistas do Laboratório de Arqueociências (LARC) do Património Cultural, Instituto Público, colabora no projeto ECOFREEDOM – Ecologias da Liberdade: Materialidades da escravidão e Pós-Emancipação no Mundo Atlântico, coordenado pelo investigador da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, Rui Gomes Coelho.
ECOFREEDOM, um programa de investigação arqueológica interdisciplinar que explora os impactos ambientais e sociais do colonialismo, da escravidão e do trabalho não livre entre os séculos XVI e XX no mundo Atlântico, especificamente em Portugal e na Guiné-Bissau.


Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (PTDC/ HAR-ARQ/4540/2021), neste projeto os investigadores tentam perceber se uma sociedade baseada na escravidão e uma sociedade sem escravidão produzem diferentes ecologias. Ou seja, o objetivo é caracterizar as transformações sociais e ambientais que tiveram lugar durante e depois da abolição da escravidão em duas regiões do mundo Atlântico: no Vale do Sado, Portugal, no sudoeste europeu, e no Estuário do Cacheu, Guiné-Bissau, na África ocidental.
Ana Costa, especialista do LARC, encontra-se atualmente em Cacheu, na Guiné-Bissau, e está envolvida na tarefa relacionada com a geoarqueologia, mais especificamente integrando a nova campanha de recolha de amostras de sedimento, cujo «objetivo é caracterizar a evolução da paisagem nos últimos 500 anos para compreender as mudanças que possam estar associadas a estas diferentes ecologias – uma sociedade com escravidão e uma sociedade sem escravidão», explica a especialista.
Patrícia Mendes, a partir do Laboratório em Lisboa, colabora na tarefa da paleobotânica, e contribui na tarefa da geoarqueologia, com especial enfoque no estudo palinológico das sondagens recolhidas nas margens do Cacheu para análises de indicadores ambientais.

Já Sónia Gabriel, que esteve em Cacheu em 2023, encontra-se a estudar os restos faunísticos recuperados nas escavações que decorrem no âmbito do projeto, de forma a determinar quais os habitats explorados, e as espécies selecionadas para consumo entre os séculos XV-XX. Além disso contribui para a análise de padrões de processamento que permitirá discutir diferenças definidas ou influenciadas pela herança cultural, e pela estrutura social.

Entre outros parcerios, o projeto conta também com a colaboração da ONG guineense “AD- Ação para o Desenvolvimento”, cuja estrutura em Cacheu – “Memorial para a Escravatura e Tráfico Negreiro de Cacheu”, garante o acolhimento dos investigadores durante o período de trabalho de campo no local.
Saber mais sobre o projeto ECOFREEDOM – Ecologias da Liberdade: Materialidades da escravidão e Pós-Emancipação no Mundo Atlântico
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