Programa evocativo dos 700 anos da morte de D. Dinis abre com apresentação pública do rosto do rei
A assinalar os 700 anos da morte de D. Dinis, realiza-se na próxima terça-feira, 7 de janeiro, às 16h00, no Mosteiro de Odivelas, uma cerimónia evocativa que terá como ponto alto a apresentação pública do rosto do monarca, uma reconstrução facial através de impressão 3D baseada nos estudos arqueológicos e antropológicos desenvolvidos nos últimos anos, em contexto tumular e laboratorial.
Trata-se da primeira imagem cientificamente fundamentada de um monarca português da primeira dinastia, que o retrata no final de vida, resultando de um extenso e profícuo trabalho de investigação levado a cabo no Mosteiro de Odivelas, onde D. Dinis (1261-1325) escolheu ser sepultado.
O Projeto de Conservação e Restauro do Túmulo de D. Dinis, iniciado em 2016 por iniciativa da extinta DGPC (Direção-Geral do Património Cultural) em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas (CMO), constitui o eixo condutor temático do programa alusivo ao sétimo centenário da morte do rei, a anunciar na cerimónia.
Para o efeito será celebrado um protocolo de colaboração entre a CMO, o Património Cultural, IP (PC, IP) e a Museus e Monumentos de Portugal, EPE (MMP, EPE) centrado na divulgação dos resultados científicos deste Projeto, cuja abordagem interdisciplinar envolveu peritos em Arqueologia, Antropologia Biológica, Conservação e Restauro, História e História de Arte.
Irradiando a partir do Mosteiro de Odivelas, com um conjunto de atividades a desenvolver no Município, o programa evocativo prolonga-se até ao final de 2025 e terá expressão nacional, com iniciativas a desenvolver pelo PC, IP, pela MMP, EPE e por outras entidades que se queiram associar.
É já no quadro desta comemoração que a sessão dia 7 no Mosteiro de Odivelas terminará com uma conferência sobre D. Dinis, a proferir pelo professor José Augusto de Sotto Maior Pizarro, da Universidade do Porto.
O lançamento deste programa ficará especialmente marcado pela primeira apresentação ao público do rosto daquele que foi um dos monarcas mais paradigmáticos da História de Portugal, reconstruído através de impressão 3 D na Liverpool John Moores University FaceLab, sob coordenação científica da antropóloga Eugénia Cunha, da Universidade de Coimbra, que integrou a equipa multidisciplinar encarregue do Projeto de Conservação e Restauro do Túmulo de D. Dinis.
Além dos responsáveis das três entidades envolvidas – CMO, PC, IP e MMP, EPE – a sessão contará com a presença de técnicos e investigadores que participaram na investigação.
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Antecedentes:
O túmulo do rei D. Dinis foi aberto em 2019 e encerrado a 28 de junho de 2023, numa operação especial e delicada, em que os restos mortais do monarca foram envoltos num tecido de linho e posicionados de modo a respeitar o esqueleto humano. Por cima foi colocada uma cápsula em acrílico e ao lado uma caixa com pequenos fragmentos ósseos, para que eventuais futuras investigações possam ocorrer sem descerramento da arca tumular. Este estudo forense, pioneiro em Portugal, incidiu sobre o monarca e o seu espólio, incluindo o manto real e a espada medieval descoberta em 2022. Em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas, os trabalhos envolveram o Laboratório José de Figueiredo, da MMP, EPE, e o Laboratório de Arqueociências (LARC) do PC, IP.