Visita Guiada a duas maquetes da autoria de Víctor Mestre e uma de Chorão Ramalho
Visita Guiada por Víctor Mestre e por Sofia Aleixo no âmbito da “Exposição | Maquetes de Arquitetura – Maquetes como Componente de Projeto“
A exposição “Maquetas de Arquitetura – Maquetas como componente de projeto” patente no Círculo da Arquitetura, em Oeiras, pretende mostrar a importância da execução de maquetas no desenvolvimento dos projetos de arquitetura e de planeamento, sobretudo numa época em que não havia recursos informáticos.
Sábado, 30 de novembro de 2024, 15h00
Arq.º Víctor Mestre
Reabilitação do Santuário de Nossa Senhora do Cabo, Cabo Espichel, Sesimbra
Materiais: madeira, PVC
Escala: 1:200 Dimensões: 107x23x57 cm
Escala: 1:500 Dimensões: 118x31x78 cm
Descrição maqueta: maquetas representando o complexo do Santuário de Nossa Senhora do Cabo, incluindo a proposta final de arquitetura com o edifício da pousada.
Autor maqueta: não identificado.
Descrição projeto: o projeto visava a reabilitação da ala Norte para utilização como pousada pela Inatur, bem como o restauro da igreja e a conservação da ala sul para os círios. Apenas foi executado o restauro da igreja.
Autor projeto: DGEMN: GSRP, Gabinete de Salvaguarda e Revitalização do Património Arquitetónico – arquiteto Vítor Mestre (1995/1998).
Entidade detentora: PC,IP/SIPA: DGEMN: Coleção de objetos
Reabilitação do edifício do Aljube para instalação da Divisão Concentrada da PSP, Porto
Materiais: acrílico, cartolina, madeira
Escala: 1:100 Dimensões: 54x43x49 cm
Descrição maqueta: maqueta monocromática, representando a proposta final do projecto de arquitetura.
Autor maqueta: Schema, Maquetas e Design, Lda.
Descrição projeto: o edifício do Convento de Santa Clara, foi fundado originalmente no séc. XV. Após a extinção das ordens religiosas no séc. XIX, é amputado de parte do seu espaço, devido às obras para a Avenida da Ponte. Depois de devoluto, é transformado em Aljube, sucedendo-se adulterações várias na adaptação a funções diferentes das iniciais.
Os vestígios tipológicos do que teria sido o convento ficaram assim, praticamente apagados, restando apenas as paredes do claustro, e alguns vãos das fachadas sul e poente. Na década de 90 do séc. XX são executadas obras de reabilitação. O edifício antigo surge como uma caixa dentro de outra, num contraste assumido entre o velho e o novo, em que do primeiro se mantiveram os mais significativos testemunhos, e o último foi concebido com soluções contemporâneas. O claustro, assume-se como elemento primordial e principal memória do passado. Alguns vãos de antigas portas e janelas, e outros testemunhos do passado arquitetónico, estão a descoberto. A obra foi executada entre 1997 e 1999.
Autor projecto: DGEMN, Direcção Regional dos Monumentos de Lisboa – arquiteto Victor Mestre (1994/1995).
Entidade detentora: PC,IP/SIPA: DGEMN: Colecção de objectos.
SINOPSE
As maquetas antecipam a visão dos futuros edifícios, quer enquanto processo de estudo no desenvolvimento dos projectos, modificando-se como “barro moldável” num incessante apuramento, quer numa versão final após estabilização do projecto. Uma maqueta pode ser finita desde a sua construção enquanto um modelo tendencialmente é algo que nunca se completa na plenitude, ou seja, um modelo é uma fase transitória inclusivamente para outro modelo.
Durante décadas o nosso processo de trabalho incorporou sempre a construção de modelos durante o processo criativo, vindo estes a dar lugar a maquetes de apresentação da solução a construir. As maquetas do Cabo Espichel e do Edifício do Aljube concretizam em três dimensões os projectos a implementar em obra, destinando-se a serem expostas para apreciação pública. A sua constituição em materiais plásticos, beneficiaram, à data, da nova tecnologia C N C, cujo rigor no corte, mesmo em escalas mínimas, proporcionou uma nova expressão para as maquetas. A resistência e durabilidade deste material reforçou a opção por esta tecnologia sobretudo pelo seu acondicionamento e transporte.
Víctor Mestre | Out. 2024
Arq.ª Sofia Aleixo
Edifício da Caixa Geral de Depósitos, Leiria
Materiais: acetato, cartão, cartolina, corticite, PVC
Escala: 1:100 Dimensões: 81x28x59 cm
Descrição maqueta: maqueta de cariz realista, representando a proposta final de arquitectura. Sobre a base encontram-se marcados os espaços verdes, acessos e passeios. O edifício encontra-se executado com materiais que procuram representar a realidade através das suas texturas, cores e transparências.
Autor maqueta: maquetista Manuel João Cancela.
Descrição projeto: arquitetura civil financeira do século 20. Esta foi, num grupo de 3 edifícios, a primeira filial da Caixa Geral de Depósitos projetada por Chorão Ramalho, constituindo-se, por esse motivo, definidora das linhas gerais para este programa. Pelo seu carácter de obra pública, expressão arquitetónica, escala e implantação na cidade de Leiria, o projeto para a construção da nova sede da Caixa Geral de Depósitos foi acompanhado de uma ampla polémica, que envolveu críticos e arquitetos na defesa da preservação da antiga sede da mesma instituição bancária, projetada pelo arquiteto Luís Cristino da Silva (1896-1976). No entanto, a opção pela demolição do edifício anterior deveu-se ao facto de que a sua compartimentação interna já não respondia às necessidades dos serviços, e mesmo que se procurasse uma adaptação, como foi proposto inicialmente, havia que derrubar paredes estruturais, para tornar o todo compatível com o novo projeto de utilização. O projeto foi construído de acordo com a maqueta exposta e o edifício inaugurado em 1984.
Autor projeto: arquiteto Raul Chorão Ramalho (1978).
Entidade detentora: PC,IP/SIPA: Espólio do arquiteto Chorão Ramalho: Coleção de objetos
SINOPSE
Revisitar o Arquitecto Raúl Chorão Ramalho (Fundão,1914 – Lisboa – 2002), na maqueta à escala 1:100 do Edifício da Caixa Geral de Depósitos, em Leiria (a que se seguiram as do Fundão e da Guarda), é retornar ao final dos anos 70, princípio dos anos 80 do século passado.
É relembrar o seu papel fundacional na definição moderna do edifício público, inaugurada nas Caixas de Previdência de Setúbal, Funchal e Angra do Heroísmo, que denominam de “Arquitectura civil administrativa modernista”, e onde construiu com betão descofrado à vista.
É relembrar a importância dada aos artistas plásticos e ao contributo cultural que proporcionavam aos utentes dos seus edifícios, em tapeçarias, azulejos, esculturas, e pinturas.
É enquadrar num período que se segue à delicada escala da Escola Primária do Porto Santo, moderna num território de arquitectura tradicional, que vinha “contaminando” com os seus Postos de Transformação e Centrais Eléctricas.
É recordar o prazer de passar horas a fio no seu Atelier, na Rua da Alegria, a desenrolar, cuidadosamente, desenhos a grafite, vegetais com detalhes construtivos, perspectivas onde a figura humana transmitia a escala da arquitectura, fosse uma sede de um Banco, ou um simples equipamento de mobiliário urbano, como o banco-guarda desenhado para a Caixa de Previdência do Funchal.
Sofia Aleixo | Out. 2024
Saber mais sobre Victor Mestre e Sofia Aleixo
Exposição | Maquetes de Arquitetura – Maquetes como Componente de Projeto
18 maquetas do acervo SIPA/Forte de Sacavém encontram-se em exposição pública no Círculo de Arquitetura/CâmaraMunicipal de Oeiras.
🕑 O Círculo da Arquitetura está aberto da 14h às 19h, de terça a sábado.
A visita guiada é gratuita, mediante inscrição prévia através do endereço de email [email protected].
A exposição está patente até ao dia 14 de dezembro.
Círculo da Arquitetura, Rua Sacadura Cabral, N. º61, Dafundo, OEIRAS