Exposição e Colóquio assinalam ‘Dia Mundial da Filosofia’ no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Exposição e Colóquio assinalam ‘Dia Mundial da Filosofia’ no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

A Nova Acrópole, com o apoio do Património Cultural, I.P. celebra a 21 de novembro o Dia Mundial da Filosofia instituído pela UNESCO, este ano sob o lema “A unidade na diversidade do pensamento mítico”.

No âmbito das comemorações no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, será inaugurada, às 18h00, a Exposição de Pintura de Françoise Terseur: “Mito e Logos”, seguindo-se o Colóquio “O Homem Universal e a Dignidade Humana à Luz dos Mitos”, entre as 19h00 e as 21h00.

18h | Inauguração da Exposição de Pintura de Françoise Terseur: “Mito e Logos”

 A exposição “Mito e Logos” é uma fascinante incursão no universo criativo da artista Françoise Terseur. Esta coleção, convida-nos a uma jornada introspetiva, onde as fronteiras entre o mito e a razão se entrelaçam de maneira sublime.

Françoise Terseur, conhecida por sua habilidade em traduzir temas complexos em composições visualmente cativantes, explora neste conjunto de obras a dualidade ancestral entre “Mito” e “Logos” transportando-nos para um mundo onde figuras mitológicas ganham vida ao lado de símbolos e elementos que representam o sonho humano de chegar a Ser.

Cada obra nesta exposição é um convite para contemplar não apenas a beleza estética, mas também para refletir sobre as profundas questões que permeiam a condição humana. Os mitos, carregados de significados universais, dialogam de maneira intensa com os princípios racionais que moldam a nossa compreensão do mundo. Nas suas pinceladas, Françoise Terseur leva-nos a um diálogo silencioso entre o antigo e o contemporâneo, entre o irracional e o lógico, entre o imaginário e o real.

Cada tela é uma história em si mesma, convidando-nos a explorar os contrastes e as harmonias entre os opostos aparentes. Da criação mítica à filosofia, “Mito e Logos” desafia-nos a questionar e a contemplar, mergulhando nas profundezas da psique humana através do prisma único da arte de Françoise Terseur.

19h às 21h | Colóquio “O Homem Universal e a Dignidade Humana à Luz dos Mitos”

“História feita Mito: o poder da imagética lusitana”, por José Antunes

“A visão mitológica na literatura de Tolkien”, por Carlos Ramos

“As origens do conhecimento e a sua transmissão no mito de Prometeu”, por Ricardo Louro Martins

“Como viver os mitos”, por Andreia Mariano

Ao longo da história, os mitos têm desempenhado um papel essencial na formação do imaginário humano, sendo muito mais do que narrativas ancestrais. Eles expressam, em linguagem simbólica, as grandes questões existenciais, valores e dilemas da humanidade. Através deste colóquio, procuraremos lançar luz sobre como essas narrativas milenares nos oferecem um caminho para compreender a noção de dignidade humana e o ideal do “Homem Universal”.

O conceito de “Homem Universal” remete-nos para a procura de uma unidade profunda entre corpo, mente e espírito, transcendendo barreiras culturais, históricas e geográficas. Ele simboliza o ser humano que busca o seu desenvolvimento pleno, integrando conhecimento, ética e ação no mundo. Ao abordar essa figura arquetípica, iremos refletir como os mitos nos mostram esse caminho de integração, destacando-se a importância do respeito à dignidade intrínseca de todo ser humano.

Nessa perspetiva, o mito, longe de ser uma simples fábula, revela verdades profundas sobre a condição humana, tal como o mito de Prometeu, que desafia os deuses em nome do progresso humano, e o mito de Ícaro, que, em sua busca pelo infinito, nos ensina sobre os limites da ambição. Essas histórias, e muitas outras, ajudam-nos a refletir sobre a essência do ser humano, a sua liberdade, responsabilidade e os dilemas éticos que enfrentamos na sociedade contemporânea.

Assim, este colóquio propõe um diálogo entre a sabedoria dos antigos e as demandas atuais de justiça e igualdade. O mito oferece-nos um espelho para refletirmos sobre a dignidade que, na sua raiz, está na capacidade de cada indivíduo realizar o seu potencial pleno enquanto parte de uma comunidade global. Em tempos de crise e desumanização, essa reflexão sobre o Homem Universal e a Dignidade Humana convida-nos a resgatar valores essenciais para a convivência e o respeito mútuo.

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