Cinema na Casa das Artes | outubro
Todas as quintas e sábados há cinema na Casa das Artes do Porto. Em outubro a programação abre com o comovente filme de Marie Amachoukeli, A AMA DE CABO VERDE, baseado nas suas memórias de infância. Na semana seguinte, o feminino continua em destaque com o mais recente filme da austríaca Jessica Hausner, CLUBE ZERO. Outubro encerra em português com dois jovens realizadores, André Marques e João Rosas, e os seus filmes O BEBÂDO e A MORTE DE UMA CIDADE, respetivamente.
Mas há muito mais para ver. Tome nota!
Qui 3 – 21h30 (A TEMPO E HORAS) A AMA DE CABO VERDE de Marie Amachoukeli (2023 . FRANÇA . FIC . 84’)
Cléo tem seis anos. Adora Glória, a ama que a criou desde que nasceu. Mas Glória deve regressar urgentemente a Cabo Verde, para junto dos seus filhos. Antes da partida, Cléo pede-lhe que prometa que vão voltar a ver-se o mais depressa possível. Glória convida-a a passar um último verão juntas, na ilha, com a sua família.
Qui 10 – 21h30 (A TEMPO E HORAS) CLUBE ZERO de Jessica Hausner (2023 . Austria, RU, Al, Fr, Din, Qatar . Fic . 110’)
Seleção Oficial do Festival de Cannes 2023.
A professora Novak junta-se ao corpo docente de um colégio interno internacional para lecionar uma disciplina de comer com consciência. Ensina que comer menos é saudável. Os outros docentes não compreendem logo o que se passa e, quando os pais distraídos começam a perceber, o Clube Zero já se tornou uma realidade.
Sab 12 – 18h00 (A TEMPO E HORAS) GERAÇÃO LOW COST de Emmanuel Marre e Julie Lecoustre (2021. França/ Belgica. Fic . 116’)
Cassandre, 26 anos, é assistente de bordo numa companhia aérea low-cost. Vivendo um dia de cada vez, apanha voo atrás de voo e festas atrás de festas, fiel à sua alcunha do Tinder “Carpe Diem”. É uma existência sem compromissos, uma forma de escapismo que parece satisfazê-la. Mas à medida que a pressão na companhia aumenta, Cassandre acaba por perder o seu equilíbrio. Será ela capaz de enfrentar a dor adormecida e voltar para aqueles que deixou para trás?
Qui 17 – 21h30 [GOLPE DE MESTRE] AS MÃOS SOBRE A CIDADE de Francesco Rosi (1963 . Itália. Fic. 101’ . M/12)
Depois da queda de um edifício residencial que faz vítimas, um poderoso magnata imobiliário e vereador é alvo de investigação por tráfico de influências, num negócio massivo de construção com que havia enriquecido. Rosi foca-se agora nas poderosas forças corruptas que estrangulam a sua Nápoles natal (que filma com especial esmero), durante o período da “reconstrução” que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Sem deixar de apostar em qualidades fortes de entretenimento capazes de seduzir o grande público – Rod Steiger, nesta altura já um peso pesado de Hollywood, encarna a personagem principal –, o cineasta desenvolve uma análise fílmica, quase clínica e plenamente informativa, de um inquérito criminal capaz de abalar a política partenopeia.
Sab 19 – 18h00 (A TEMPO E HORAS) UM DOMINGO INTERMINÁVEL de Alain Parroni (2023. Itália, Alemanha. Fic.110′ M/14)
Três jovens, cada um tentando deixar um legado no mundo, vagueiam entre o campo costeiro e a cidade eterna (Roma) sempre ligados, enquanto enfrentam o avanço inexorável do tempo. Uma cadeia ininterrupta de situações, paradoxos e personagens sucede-se numa construção narrativa que se assemelha a um Bildungsroman não convencional. As experiências individuais de Alex, Brenda e Kevin não são uma sequência aleatória de aventuras, mas degraus na escada do processo de orientação, crescimento e amadurecimento.
Um filme pós-moderno de amadurecimento, produzido por Wim Wenders, que ganhou o Prémio Especial do Júri na secção Orizzonti e o prémio FIPRESCI no Festival Internacional de Cinema de Veneza.
Qui 24 – 21h30 (A TEMPO E HORAS) THF – AEROPORTO CENTRAL de Karim Aïnouz (2018 . Alemanha . doc . 97’)
Um jovem refugiado sírio, Ibrahim, vive por um ano num dos hangares do aeroporto de Tempelhof, na capital alemã. O local, construído durante o período nazista, abriga hoje milhares de refugiados que tentam buscar asilo na Alemanha.
Sab 26 – 18h00 (A TEMPO E HORAS) O BÊBADO de André Marques (2023 . Portugal . fic . 121’)
Contemplando o fracasso da sua vida, Rogério bebe até perder o controle das suas ações e envolve-se numa briga de bar. A sua deriva alcoólica leva-o até ao porto da cidade, onde adormece enquanto observa os navios que passam. Quando uma jovem aparece à noite, aparentemente fugindo de algo, Rogério oferece-se para ajudar e entra num pesadelo que ele nunca imaginou que pudesse se tornar seu.
Qui 31 – 21h30 (A TEMPO E HORAS) A MORTE DE UMA CIDADE de João Rosas (2022.Portugal.doc.116’)
No coração do Bairro Alto, mesmo no centro de Lisboa, o edifício de uma antiga tipografia é demolido para dar lugar a apartamentos de luxo. Vendo isto como uma imagem perfeita da morte de uma certa Lisboa no rescaldo da crise financeira e do crescimento imobiliário e turístico exponencial que se lhe seguiu, o realizador filma um diário urbano que retrata o quotidiano do estaleiro de obras e os que aí trabalham. O que começa por ser um filme centrado no trabalho acaba por ser a história da relação do realizador com a sua terra natal e com as pessoas que a construíram.
Bilheteira Casa das Artes
[Bilhete normal: 3,5€ | bilhete estudante/+65 anos: 2,5€]