
Castelo de Ranhados - detalhe
Designação
Designação
Castelo de Ranhados
Outras Designações / Pesquisas
Castelo de Ranhados (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Militar / Castelo
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Guarda / Mêda / Ranhados
Endereço / Local
- -
Ranhados
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
O povoamento de Ranhados remonta à época proto-histórica, altura em que aqui se terá implantado um povoado, que foi posteriormente romanizado, datando deste último período alguma cerâmica identificada por Adriano Vasco Rodrigues. As origens do castelo medieval recuam a 1286, altura em que D. Dinis passou carta de foral à localidade. É a este monarca que se atribui a edificação do castelo, provavelmente em associação com as Ordens do Templo e do Hospital, que possuíam territórios na zona. O local escolhido apresentava condições favoráveis, a cerca de 840 metros de altitude e na confluência de dois cursos fluviais (Rio Torto e Ribeira da Teja).
A fortaleza encontra-se em muito mau estado de conservação e foi objecto de obras posteriores que a desfiguraram parcialmente. Em todo o caso, é ainda possível perceber a organização geral gótica. Planimetricamente, o perímetro tem a forma oval, característica das vilas novas de Trás-os-Montes e Alto Douro fomentadas por D. Afonso III e D. Dinis. Não se registam vestígios de torre de menagem associada à porta principal, o que poderá indicar tratar-se de uma fortaleza secundária, independentemente desta apreciação poder vir a ser contrariada por futuras intervenções arqueológicas. Conhecem-se duas torres, uma a reforçar o ângulo Sudeste, oposto à entrada, e outra no interior do recinto, aparentemente associada a uma segunda porta (da Traição), de menores dimensões e protegida por dupla muralha, implantada a nascente do conjunto. Esta torre possui ainda entrada em arco apontado e compartimento abobadado com solução de cruzaria de ogivas. A cerca era parcialmente corrida por adarve, a que se acede por escadaria de um dos lados da porta principal.
Não consta que a fortaleza tenha desempenhado papel relevante na defesa do território, razão que terá favorecido o seu rápido declínio. No reinado de D. Fernando, o castelo foi doado aos Távoras, admitindo alguns autores que deve antes corresponder a este reinado a edificação do conjunto militar, hipótese razoável tendo em conta a aparente simplicidade do projecto e as diferenças em relação ao que foi mais comum na viragem para o século XIV (em particular a aparente inexistência de torre a defender activamente a porta).
Em 1512, D. Manuel passou foral à povoação, mas esta encontrava-se já em estado de pré-abandono. Na época moderna, esta tendência acentuou-se até à extinção do estatuto concelhio de Ranhados, consumada em 1836. A partir de então, o castelo passou a desempenhar as funções de cemitério da freguesia e foi nessa qualidade que, há escassas décadas, se reforçou um dos muros exteriores.
PAF
Bibliografia
Título
Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses
Local
Lisboa
Data
1948
Autor(es)
ALMEIDA, João de
Título
Terras da Meda: natureza, cultura e património
Local
Mêda
Data
2002
Autor(es)
RODRIGUES, Adriano Vasco
Título
Castelo de Ranhados, Do Douro Internacional ao Côa. As raízes de uma fronteira, CD-ROM
Local
Porto
Data
2000
Autor(es)
BARROCA, Mário Jorge