
Cruzeiro de Atouguia da Baleia - detalhe
Designação
Designação
Cruzeiro de Atouguia da Baleia
Outras Designações / Pesquisas
Cruzeiro em Coimbrã / Cruzeiro de Atouguia da Baleia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Cruzeiro
Inventário Temático
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Localização
Divisão Administrativa
Leiria / Peniche / Atouguia da Baleia
Endereço / Local
Rua da Memória
Coimbrã
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 37 728, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1950 (ver Decreto)
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Localizado na povoação de Coimbrã (numa artéria que tem a sugestiva designação de Rua da Memória), este pequeno cruzeiro quinhentista é um dos marcos patrimoniais mais interessantes do antigo termo de Atouguia da Baleia e reporta-se a um momento devocional com abundantes testemunhos no país: a cristianização de pontos de referência na rede viária por cruzeiros de caminho, cuja erecção se ficou a dever, na maior parte dos casos, a privados. A construção deste monumento foi determinada por um desconhecido António da Costa, certamente um homem de importância social na vila da Atouguia nos inícios do século XVI. Infelizmente, o que dele se conhece resume-se à inscrição comemorativa que acompanha o cruzeiro: "ANTÓNIO DA COSTA POR SUA DEVOÇÃO MANDOU FAZER NO ANO DE 1525".
É uma obra constituída por duas peças distintas: o cruzeiro propriamente dito e o templete que o protege. A cruz assenta sobre fuste cilíndrico e capitel vegetalista, de motivos entrançados, onde se inscreveu a legenda epigráfica que comemora a sua construção. O coroamento é esculpido em duas faces, de acordo com uma iconogrofia bem conhecida, que liga, numa mesma obra, as paixões de Cristo e da Virgem Maria: num dos lados, representou-se a figura de Jesus; do outro, uma "Pietá", um conjunto escultórico de assinalável qualidade, plena de naturalismo, com torsão dos corpos bem conseguida e revelando um tratamento superior das vestes e dos rostos. Os braços da cruz terminam em composições em flor-de-lis, sendo este elemento coroado por um pelicano.
A envolver o cruzeiro, eleva-se um pequeno templete de planta quadrangular, aberto por quatro vãos de arco abatido, alternando entre portas e janelas, e coberto por cúpula piramidal de verticalismo pronunciado. Parece ser obra posterior à feitura do cruzeiro, revelando uma gramática estilística que deve corresponder aos finais do século XVI.
Desconhecem-se eventuais obras de restauro neste monumento, mas é de supor que algumas consolidações tenham sido efectuadas ao longo dos tempos, em particular de caiação. Pela sua singularidade no contexto local (uma vez que a nível nacional são já relativamente numerosos os espécimes recenseados que seguem a mesma tipologia), este cruzeiro quinhentista aguarda, ainda, por um estudo mais aprofundado, eventualmente em paralelo com os registos documentais do antigo concelho da Atouguia, em progressiva decadência já nesses inícios do século XVI.
PAF
Bibliografia
Título
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria)
Local
Lisboa
Data
1955
Autor(es)
SEQUEIRA, Gustavo de Matos