
Edifício Arte Nova, também denominado «Casa do Major Pessoa» - detalhe
Designação
Designação
Edifício Arte Nova, também denominado «Casa do Major Pessoa»
Outras Designações / Pesquisas
Casa do Major Pessoa / Edifício Arte Nova na Rua Dr. Barbosa Magalhães, n.º 9 a 11 / Museu Arte Nova (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Civil / Edifício
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Aveiro / Aveiro / Glória e Vera Cruz
Endereço / Local
Rua do Dr. Barbosa de Magalhães
Aveiro
Número de Polícia: 9-11
Travessa do Rossio
Aveiro
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 10-07-1996 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 7-05-1996 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 18-03-1996 da DR de Coimbra do IPPAR para a classificação como IIP
Despacho de abertura de 2-02-1996 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 9-02-1996 da CM de Aveiro
ZEP
Despacho de 4-09-2013 da diretora-geral da DGPC a devolver o processo à DRC do Centro
Deliberação de 23-04-2013 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a devolução do processo à DRC do Centro para aplicação do art.º 43.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
Nova proposta de 22-02-2013 da DRC do Centro
Parecer de 7-11-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura concordante com a delimitação, mas propondo a fixação de duas ZEP totalmente idênticas
Proposta de 6-07-2010 da DRC do Centro mantém a delimitação da ZEP conjunta
Devolvido à DRC do Centro por despacho de 11-02-2010 do director do IGESPAR, I.P., para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
Proposta de 17-12-2009 da DRC do Centro de ZEP conjunta ao Edifício Arte Nova na Rua João Mendonça, 5-7 e ao Edifício Arte Nova ou Casa do Major Pessoa
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
À semelhança do edifício da Cooperativa Agrícola ou da Casa do Doutor Peixinho, também este imóvel, situado junto à Ria de Aveiro, constitui um dos exemplos mais significativos da expressão que o movimento Arte Nova alcançou nesta cidade piscatória. Construída entre os anos de 1907 e 1909, sob projecto do arquitecto aveirense Francisco Augusto da Silva Rocha, a casa do Major Pessoa destaca-se pela fachada profusamente decorada, onde foram empregues diferentes materiais, que convergem numa composição geral marcada pela procura da linha curva e pela ornamentação de inspiração floral.
Ao contrário de outros países europeus, onde a arte nova alcançou grande fortuna enquanto (...) fenómeno de transição para o futuro movimento moderno dos anos 20 (...)" capaz de "(...) despertar a atenção para a necessidade de mudança que a situação retrógada do ecletismo oitocentista tornava essencial" (FERNANDES, 1993, p. 37), em Portugal este fenómeno restringiu-se, de uma forma genérica, à modelação das superfícies, relegando para segundo plano a estrutura e as novas tecnologias de construção.
No caso específico da Casa do Major Pessoa, a eventual intervenção de Korrodi conferiu a este edifício uma pureza de desenho, conjugada com a nova linguagem curva e ondulante, de inspiração natural, que tanto caracterizou a arte nova aveirense. A fachada, de três pisos, é revestida a cantaria decorada com motivos de malmequeres, lírios, folhas de acanto, girassóis, entre outros. No rés-do-chão, os vãos são separados por dupla coluna de bronze, e protegidos por grades de ferro forjado de desenho de inspiração vegetal. No primeiro piso, o espaço entre as três varandas é decorado por painéis de esmalte, sendo que no segundo andar uma arcaria percorre toda a superfície, protegida por um varandim em ferro. Remata a fachada um óculo inserido num arco japonês, cuja utilização, bastante comum em Aveiro, é visível ainda no edifício da Barrica ou no hotel das Américas. No topo do edifício ergue-se uma águia de grandes dimensões, sobre uma serpente, destacando-se ainda, em bronze dourado, a data de construção da casa e as iniciais do proprietário.
No pátio posterior, ao qual se acede através de um portão com as mesmas iniciais do Major Pessoa, existe um painel de azulejos com a data de 1907 e as assinaturas de Lícinio Pinto e Carlos Branco, produzido na Fábrica Fonte Nova, a mais importante indústria cerâmica da região no campo da arte nova.
(Rosário Carvalho)
Bibliografia
Título
A Arquitectura Modernista em Portugal (1890-1940)
Local
Lisboa
Data
1993
Autor(es)
FERNANDES, José Manuel
Título
Aveiro: cidade Arte Nova
Local
Aveiro
Data
1999
Autor(es)
BORGES, Jaime
Título
Francisco da Silva Rocha (1864-1957), Tese de Mestrado em História da Arte, apresentada à Universidade do Porto
Local
Porto
Data
1999
Autor(es)
FERNANDES, Maria João
Título
Aveiro - do Vouga ao Buçaco
Local
Lisboa
Data
1989
Autor(es)
NEVES, Amaro, SEMEDO, Enio, ARROTEIA, Jorge Carvalho
Título
Francisco Augusto da Silva Rocha e a Arquitectura Arte Nova em Portugal: uma Primavera eterna, I Encontro Internacional de Arte Nova
Local
Aveiro
Data
2007
Autor(es)
FERNANDES, Maria João
Título
A Casa Major Belmonte Pessoa, Pedra & Cal, nº 43, pp. 32-34
Local
Lisboa
Data
2009
Autor(es)
SANTOS, Miguel, BOTELHO, Jerónimo