
Dois obeliscos, um de cada lado da EN 12-1 (actual EN 10), ao km 13,895 - detalhe
Designação
Designação
Dois obeliscos, um de cada lado da EN 12-1 (actual EN 10), ao km 13,895
Outras Designações / Pesquisas
Marcos do Termo de Lisboa (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Civil / Marco
Inventário Temático
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Localização
Divisão Administrativa
Lisboa / Vila Franca de Xira / Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa
Endereço / Local
EN 12
Verdelha de Baixo
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 32 973, DG, I Série n.º 175, de 18-08-1943 (classificou como "Dois obeliscos, um de cada lado da estrada nacional n.º 12-1.ª, ao km 13,895") (ver Decreto)
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Construídos em 1782 por iniciativa da rainha D. Maria I, os dois obeliscos, que ainda hoje ladeiam a Estrada Nacional que liga Lisboa a Vila Franca de Xira (e daí a Santarém), foram concebidos como marcas cenográficas destinadas a assinalar o termo do território da capital. A sua construção antecede, em seis anos, os doze marcos de légua que sabemos terem existido nesta estrada, de que apenas um se conserva in situ (ao km. 29.270) e de que restam abundantes vestígios de outros dois no actual concelho de Vila Franca de Xira.
Apesar desta diferença cronológica, a edificação dos marcos não pode ser dissociada da dos obeliscos, e demonstram uma mesma preocupação em beneficiar e monumentalizar a principal via terrestre que ligava Lisboa ao Norte do país, numa atitude vincadamente neo-clássica, que tanto sucesso teve em outros países europeus da altura. As legendas epigráficas que acompanham os obeliscos elucidam a respeito do mais amplo processo de beneficiação viária do termo de Lisboa levado a cabo nesta altura, de que fizeram parte não só a construção de marcos de légua e de obeliscos, mas também o plantio de oliveiras, cujo azeite se destinava à Casa Pia e a alimentar o sistema de iluminação da cidade de Lisboa (AZEVEDO, FERRÃO e GUSMÃO, 1963, p.83), obras encarregues por D. Maria ao Intendente Geral da Polícia do Reino, Diogo Ignacio de Pina Manique.
Os obeliscos propriamente ditos são idênticos e compõem-se de três partes claramente diferenciadas: as bases são de secção quadrangular e volume cúbico, assentes sobre socos de duplo degrau, e com as face Sul decoradas por amplas legendas epigráficas comemorativas da edificação e do contexto de beneficiação da rede viária em torno de Lisboa; seguem-se os fustes, de secção piramidal progressivamente adelgaçada, sobre estruturas quadrangulares irregulares, ostentando o brasão nacional na parte inferior das faces meridionais; finalmente, os remates são em forma de fogaréu, originalmente monolíticos, mas um já restaurado, em virtude de ter caído nos anos 80 do século XX.
Pela sua posição, junto a uma via de intenso tráfego na área metropolitana de Lisboa, os obeliscos encontram-se sujeitos a numerosas ameaças. A principal tem sido a sua extrema vulnerabilidade a acidentes de trânsito, como aconteceu em 1968, ano em que algumas partes de um dos obeliscos foram danificadas pela colisão de um veículo. O projecto inicial previu um elemento de separação dos monumentos das pequenas ribeiras que ladeavam a estrada, através de muretes dotados de grelhas de ferro, mas não equacionou qualquer protecção em relação à via. Desta forma, ao longo das últimas décadas, as faces inferiores das bases têm sido pintadas com riscas florescentes, como forma de sinalização preventiva em termos rodoviários, facto que veio deturpar significativamente a condição de originalidade dos obeliscos.
Igualmente grave tem sido a pressão urbanística na zona, responsável, no início dos anos 90 do século XX, pelo licenciamento camarário de uma obra que violava a zona de protecção dos monumentos. Uma breve comparação entre fotografias tiradas há 30 ou 40 anos e outras mais recentes prova como toda a zona envolvente foi alvo de uma urbanização crescente, que muito contribuiu para a pressão sobre os marcos do termo de Lisboa e os colocou numa posição secundária, que pouco ou nada tem que ver com a intenção inicial de monumentalização que presidiu à sua edificação.
PAF
Imagens
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Dois obeliscos, um de cada lado da EN 12-1 (actual EN 10), ao km 13,895 - Vista geral dos obeliscos
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Dois obeliscos, um de cada lado da EN 12-1 (actual EN 10), ao km 13,895 - Obelisco do lado direito (sul)
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Dois obeliscos, um de cada lado da EN 12-1 (actual EN 10), ao km 13,895 - Obelisco do lado direito (sul): base
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Dois obeliscos, um de cada lado da EN 12-1 (actual EN 10), ao km 13,895 - Obelisco da esquerda (norte): remate
Bibliografia
Título
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)
Local
Lisboa
Data
1963
Autor(es)
AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de
Título
De Alverca a Castanheira. Cinco vilas da Estremadura através das corografias setecentistas, Boletim Cultural Cira, nº1
Local
Vila Franca de Xira
Data
1985
Autor(es)
CAMACHO, Clara
Título
Estrada de Lisboa a Santarém. Demarcação, Vida Ribatejana, nº especial dedicado a Vila Franca de Xira
Local
Lisboa
Data
1964
Autor(es)
SARMENTO, Zeferino
Título
As Sentinelas, Notícias de Alverca, n.º44, Março de 1991
Local
Alverca
Data
1991
Autor(es)
PLÁCIDO, Alexandre
Título
Forte da Casa. Ippar suspende construção, Público, 25/04
Local
Lisboa
Data
1995
Autor(es)
TALIXA, Jorge
Título
Monografia de Alverca
Local
Alverca
Data
1998
Autor(es)
PACHECO, José do Carmo
Título
Das gentes e terras do concelho de Vila Franca de Xira. O Corpo e a Alma da Freguesia de Alverca do Ribatejo, 2 vols.
Local
Alverca
Data
-
Autor(es)
GABRIEL, Adriano