
Castelo de Sines - detalhe
Designação
Designação
Castelo de Sines
Outras Designações / Pesquisas
Castelo de Sines / Museu de História Natural(Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Militar / Castelo
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Setúbal / Sines / Sines
Endereço / Local
Rua Largo do Poeta Bocage, Rua João de Deus, Largo do Castelo e Largo João de Deus
Sines
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 22 737, DG, I Série, n.º 140, de 24-06-1933 (ver Decreto)
ZEP
Anúncio n.º 106/2013, DR, 2.ª série, n.º 46, de 6-03-2013 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 23-04-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de 7-02.2007 da DRÉvora para a ZEP conjunta do Castelo de Sines e da Igreja Matriz de Sâo Salvador
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Apesar das escassas intervenções arqueológicas na área urbana de Sines, não restam dúvidas de que a localidade assenta sobre níveis de povoamento muito anteriores. Eles deverão remontar, pelo menos, à época romana, período documentado por vários vestígios, designadamente um pedestal de estátua consagrada a Marte (posteriormente incorporado nas muralhas do castelo) e uma fábrica de salga de peixe, identificada no Largo João de Deus. A apenas 17 Km de Miróbriga, e em posição dominante sobre o canal da Ilha do Pessegueiro, o local era propício ao aproveitamento portuário, complementado com um ponto de vigia e de defesa.
O capítulo seguinte da história da ocupação do morro do castelo aconteceu na Alta Idade Média. Em época ainda incerta, mas que a maioria dos autores situa pelo século VII (ou já mesmo em época moçárabe), Sines teve um edifício de culto cristão, localizado provavelmente no mesmo local onde, séculos mais tarde, se construiu a igreja matriz. Uma parte significativa dos seus vestígios foi incorporada nas muralhas do castelo medieval, onde José Miguel da Costa a encontrou na década de 60.
Estes indícios são claros quanto à anterioridade de estruturas de ocupação no morro do castelo, ou na sua envolvência. Infelizmente, estamos mal informados a respeito dos séculos centrais da Idade Média, não tendo chegado até nós registos materiais claros de época islâmica. No contexto de Reconquista, a povoação foi definitivamente conquistada por D. Afonso III, que a vinculou a Santiago do Cacém e à Ordem de Santiago. Nos séculos XIII e XIV, a vila desenvolveu-se à sombra do seu porto, de tal forma que, em 1362, D. Pedro I concedeu carta de foral à povoação. Este diploma autonomizava Sines de Santiago do Cacém, mas continha uma condição régia: a de que os moradores da vila edificassem uma fortaleza.
O castelo que hoje conhecemos foi iniciado algum tempo depois do foral de D. Pedro, não se tendo, até agora, identificado por que razão não foi a ordem do monarca acatada de imediato. Com efeito, só em 1424, a pedido do procurador do povo Francisco Neto Pão Alvo, se terá dado forma à fortificação. As suas características denunciam esta cronologia tardia. Ao contrário de um típico castelo gótico, de planta ovalada, o monumento define um trapézio irregular, de tendência rectangular, reforçado por três torreões, dois de secção poligonal nos ângulos da fachada Norte e uma torre circular no vértice Sudoeste. A torre de menagem localiza-se a Noroeste é de três andares, sendo a face voltada à vila fenestrada por três janelas em posição axial entre si (as duas inferiores de perfil rectangular, a denunciar reformas posteriores, e a superior dupla e mainelada, com certeza contemporânea da construção quatrocentista).
No interior, o espaço ocidental, anexo aos dois torreões poligonais e à porta principal do reduto, está ocupado com as ruínas do paço onde, em 1469, segundo a tradição, terá nascido Vasco da Gama. Era de dois andares, mas os trabalhos posteriores e a inexistência de estudos monográficos específicos dificultam o reconhecimento de fases construtivas, bem como da sua configuração original.
Castelo já proto-racionalista, mais conotado com as fortalezas manuelinas que, propriamente, com as góticas, foi objecto de uma reforma na primeira metade do século XVII, altura em que o flanco Sul foi reforçado por pequena bateria de forma levemente estrelada. O projecto seiscentista seria maior do que aquele efectivamente construído, certamente para fazer frente aos constantes ataques de corsários na costa sudoeste da Península Ibérica.
Sem obras aparentes nos séculos seguintes, só em 1956 o castelo foi alvo de um pontual restauro, que teve por objectivo a consolidação estrutural de uma parcela da fortaleza. Trabalhos mais abrangentes ocorreram entre 1998 e 2001, numa parceria entre a DGEMN e a Câmara de Sines, que logrou recuperar e consolidar panos exteriores e beneficiar algumas zonas do interior.
PAF
Imagens
Bibliografia
Título
Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses
Local
Lisboa
Data
1948
Autor(es)
ALMEIDA, João de
Título
Castelos e Fortalezas da Costa Azul
Local
-
Data
-
Autor(es)
VICTOR, Isabel, GONÇALVES, Luís J.
Título
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I
Local
Lisboa
Data
2002
Autor(es)
DIAS, Pedro
Título
Da ocidental praia lusitana - Vasco da Gama e o seu tempo
Local
Lisboa
Data
1998
Autor(es)
-
Título
Sines. Terra de Vasco da Gama
Local
Sines
Data
1999
Autor(es)
SOLEDADE, Arnaldo