
Igreja matriz de Viana do Castelo - detalhe
Designação
Designação
Igreja matriz de Viana do Castelo
Outras Designações / Pesquisas
Sé Catedral de Viana do Castelo / Igreja Paroquial de Viana do Castelo / Catedral de Viana do Castelo / Sé de Viana do Castelo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Viana do Castelo / Viana do Castelo / Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela
Endereço / Local
Largo do Instituto Histórico do Minho, à Rua do Poço
Viana do Castelo
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 39 175, DG, I Série, n.º 77, de 17-04-1953 (ver Decreto)
ZEP
Portaria de 12-06-1973, publicada no DG, II Série, n.º 149, de 27-06-1973 (sem restrições) (a legenda da planta refere ZEP da Zona Arqueológica de Viana do Castelo, quando do diploma fixou a ZEP dos Paços Municipais, da Igreja de Santa Cruz (São Domingos), da Misericórdia, do Palácio dos Viscondes da Carreira, do Chafariz da Praça da Rainha, da Casa de João Velho, da Casa de Miguel de Vasconcelos, da Igreja matriz, da Fachada do prédio manuelino na Rua de São Pedro, 28, e do Forte ou Castelo de Santiago)
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
A Sé de Viana é o primeiro capítulo do enorme desenvolvimento de Viana da Foz do Lima durante os últimos tempos da Idade Média e o primeiro século da Modernidade. A sua construção iniciou-se em 1400, já sob o signo da dinastia de Avis e como marca de autoridade do novo monarca. Concluiu-se em 1433, depois de três décadas de trabalhos, ao que tudo indica sem interrupções, que revelam o desafogo económico e a constância de recursos para aqui canalizados. Contudo, as obras ter-se-ão arrastado ainda por algum tempo, pois em 1439 faltava ainda terminar uma das torres (FERNANDES, 1990, p.52).
Artisticamente, a igreja constitui um dos melhores exemplos do que terá sido o gótico joanino antes da introdução do flamejante por Mestre Huguet na Batalha. Com efeito, se pensarmos que a Colegiada de Guimarães lhe é contemporânea, e que D. João I não ficou agradado com o resultado da obra vimaranense, podemos encontrar tendências semelhantes em ambas, que ajudam a caracterizar esta etapa. A principal marca é a extrema robustez, conotada, mesmo, com um certo arcaísmo. Se em Guimarães existe uma torre quadrangular anexa à fachada, a Matriz de Viana possui duas, dispostas de forma harmónica (ladeando o corpo central), que terminam numa estrutura ameada de impacto cenográfico. A fachada principal foi, assim, construída à maneira das velhas catedrais românicas de Coimbra ou de Lisboa, e não dispensa o aspecto fortificado que caracteriza estes templos.
O conjunto escultórico que envolve o portal principal é a realização mais original da empreitada medieval, na medida em que constitui um dos raríssimos exemplos de entradas escultóricas do nosso Gótico (outro exemplo antes da revolução da Batalha é a portada da Sé de Évora, e só). Cristo reinando coroa a composição (no fecho da última arquivolta e não no tímpano, inexistente), ladeado por uma visão da corte celestial, e a entrada na igreja é protegida por seis apóstolos. Sobre o aparecimento desta obra em Viana, não restam dúvidas sobre a acção de grande parte da companhia que efectuou o portal da igreja galega de Noya (c.1434), como provou Flávio Gonçalves (GONÇALVES, 1961, pp.11 e 16).
O interior apresenta uma composição também bastante comum no Gótico nacional e cujas características básicas haviam sido definidas dois séculos antes. Três naves, de cinco tramos, separadas por arcarias quebradas (iluminadas por um grande janelão da fachada principal e por frestas laterais) e uma cabeceira tripartida, com a capela-mor de maior relevância volumétrica, é o que de mais comum a arquitectura paroquial gótica produziu. A relativa inovação, que neste caso deve ser entendida como uma tentativa de maior prestígio do edifício, é dado pela existência de um transepto saliente, solução que reforça mais a proximidade para com as catedrais (e os grandes conventos mendicantes) e menos para com a arquitectura paroquial
No século XVI, em pleno período áureo de Viana, a igreja foi alvo de numerosos melhoramentos e, mais importante, da instituição de várias capelas privadas, com função funerária. Destas, destaca-se a capela dos Camaridos, junto ao braço Norte do transepto, com o seu duplo arco de volta perfeita, inserido numa moldura quadrangular limitada por colunas torsas, e a abóbada polinervada.
A capela dos Mareantes (a mais importante no século XVI) e a do Senhora da Cana Verde, construída por João Lopes já sob o signo do Maneirismo, provam como o espaço não cessou de ser enriquecido. Nos inícios do século XVIII, sob o impulso do enérgico arcebispo bracarense D. Rodrigo de Moura Teles, teve lugar uma campanha barroca de que resta, por exemplo, o aspecto geral da capela-mor, datada de 1713. Mas a história da Matriz de Viana conta também com momentos de destruição, como os incêndios de 1656 e 1809. Este último obrigou ao encerramento da igreja durante quase trinta anos, reabrindo finalmente em 1835 com as marcas próprias de um neoclassicismo cenográfico acima dos arcos divisores das naves.
PAF
Imagens
Bibliografia
Título
Viana do Castelo
Local
Lisboa
Data
1990
Autor(es)
CALDAS, João Vieira, GOMES, Paulo Varela
Título
Guia de Vianna do Castello
Local
Viana do Castelo
Data
1923
Autor(es)
GUERRA, Luís Figueiredo da
Título
As mais belas igrejas de Portugal, vol. I
Local
Lisboa
Data
1988
Autor(es)
GIL, Júlio
Título
O Estilo Manuelino
Local
Lisboa
Data
1952
Autor(es)
SANTOS, Reinaldo dos
Título
O alpendre da Irmandade do Santíssimo Sacramento da matriz de Viana, Monumentos, nº22, pp.166-171
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
SOROMENHO, Miguel
Título
A Sé de Viana do Castelo: intervenções e acompanhamento arqueológico. O plano de intervenção, Monumentos, nº22, pp.182-184
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
MALHEIRO, Miguel
Título
A Sé de Viana do Castelo: intervenções e acompanhamento arqueológico. Acompanhamento arqueológico, Monumentos, nº22, pp.184-186
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
LEMOS, Francisco Sande, SAMPAIO, Liliana, NOGUEIRA, Sandra
Título
A Sé de Viana do Castelo: intervenções e acompanhamento arqueológico. Intervenção no retábulo da Capela de Nossa Senhora da Consolação ou dos Melo Alvim, Monumentos, nº22, pp.186-188
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
ALBUQUERQUE, Beatriz
Título
Evolução do centro histórico de Viana do Castelo, Monumentos, nº22, pp.6-21
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
FERNANDES, Mário Gonçalves
Título
Viana, a Sé, in Monumentos, nº 22, pp.28-41
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
OLIVEIRA, Marta M. Peters Arriscado de
Título
Renovação urbana e arquitectónica entre os séculos XVII e XVIII: as reformas da igreja matriz, Monumentos, nº22, pp.42-49
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
SOROMENHO, Miguel
Título
A Sé de Viana do Castelo: intervenções e acompanhamento arqueológico. O material pétreo do portal da igreja. Exame prévio, Monumentos, nº22, p.189
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
GOMES, Adélia
Título
O restauro da matriz no século XIX, Monumentos, nº22, pp.50-55
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
ROSAS, Lúcia Maria Cardoso
Título
As capelas da Sé através da documentação das suas irmandades: abordagem cripto-histórica, in Monumentos, nº 22, pp.56-79
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
FIGUEIREDO, Ana Paula
Título
André de Padilha e a pintura do Renascimento em Viana da Foz do Lima, 1517-1561, Monumentos, nº22, pp.80-91
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
SERRÃO, Vítor
Título
Escultura devocional em Viana da Foz do Lima no século XVI. A Lamentação de Cristo da Confraria dos Mareantes, Monumentos, nº22, pp.92-105
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
GRILO, Fernando
Título
Os órgãos da Sé, in Monumentos, nº 22, pp.106-115
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
FIGUEIREDO, Ana Paula
Título
Mobiliário monumental da igreja matriz, Monumentos, nº22, pp.116-123
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
MARQUES, Cátia
Título
O tesouro da igreja, Monumentos, nº22, pp.124-133
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
COSTA, Manuela Pinto
Título
O modelo de navio da Capela dos Mareantes, in Monumentos, nº22, pp.134-137
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
DOMINGUES, Francisco Contente
Título
A actividade artística das confrarias no vale do Lima, Monumentos, nº22, pp.138-143
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
CARDONA, Paula
Título
Os mestres da Sé revisitado no Mosteiro de Santa Ana, Monumentos, nº22, pp.144-165
Local
Lisboa
Data
2005
Autor(es)
NOÉ, Paula
Título
O pórtico da Matriz de Viana do Castelo, Mvsev, 2ª sér., nº3
Local
Porto
Data
1961
Autor(es)
GONÇALVES, Flávio
Título
Esboço histórico. Viana do Castelo
Local
Coimbra
Data
1878
Autor(es)
GUERRA, Luís Figueiredo da
Título
«Matriz Velha» e «Matriz Nova» de Viana, Cadernos Vianenses, nº 5, pp.111-132
Local
Viana do Castelo
Data
1981
Autor(es)
FERNANDES, Francisco José Carneiro
Título
A Sé Catedral de Viana do Castelo
Local
Viana do Castelo
Data
1984
Autor(es)
ALPOIM, Maria Augusta Pereira de Eça de
Título
Do Gótico ao Manuelino no Alto Minho II - Edifícios religiosos, Caminiana, nº10, pp.41-88
Local
Caminha
Data
1984
Autor(es)
ALVES, Lourenço
Título
André de Padilha e a pintura quinhentista: entre o Minho e a Galiza
Local
Lisboa
Data
1998
Autor(es)
SERRÃO, Vítor
Título
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.
Local
Viana do Castelo
Data
1987
Autor(es)
ALVES, Lourenço
Título
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I
Local
Lisboa
Data
2002
Autor(es)
DIAS, Pedro
Título
Monografia de Viana do Castelo
Local
Viana do Castelo
Data
1957
Autor(es)
CRESPO, José
Título
Viana Monumental e Artística: espaço urbano e património de Viana do Castelo
Local
Viana do Castelo
Data
1990
Autor(es)
FERNANDES, Francisco José Carneiro
Título
A arquitectura manuelina
Local
Vila Nova de Gaia
Data
2009
Autor(es)
DIAS, Pedro