
Ermida de São Sebastião - detalhe
Designação
Designação
Ermida de São Sebastião
Outras Designações / Pesquisas
Ermida de São Sebastião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Ermida
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Leiria / Caldas da Rainha / Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório
Endereço / Local
- a noroeste da Praça da República
Santo Onofre
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 29/84, DR, I Série, n.º 145, de 25-06-1984 (ver Decreto)
Edital N.º 13/82 de 28-12-1982 da CM das Caldas da Rainha
Aviso de 28-07-1982 da CM das Caldas da Rainha
Despacho de homologação de 5-02-1981 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer de 30-01-1981 da Comissão "ad hoc" do IPPC a propor a classificação como IIP
Em 11-12-1980 a CM das Caldas da Rainha concluiu o envio da documentação solicitada
Em 10-03-1970 foi solicitado à CM das Caldas da Rainha o envio de documentação para a instrução do processo de classificação
Proposta de classificação de 27-02-1970 da CM das Caldas da Rainha
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Da ermida quinhentista original subsiste, apenas, o fecho de uma abóbada, integrado no alçado lateral da capela-mor. O templo que hoje observamos resulta de uma intervenção posterior, ocorrida, muito possivelmente, no século XVII, como indica a sua linguagem depurada própria da arquitectura chã, ou no início de Setecentos, como testemunha a campanha decorativa do interior, onde os painéis de azulejos azuis e brancos são datáveis de meados da década de 1740.
De volumes simples, com uma pequena diferenciação entre a capela-mor e a nave, a ermida de São Sebastião apresenta fachada aberta por um portal de verga recta, com cimalha, e janela também recta, de iluminação do coro.
A depuração das linhas exteriores mantém-no no interior, com nave de tecto de madeira, púlpito, e arco triunfal de volta perfeita, com impostas salientes. A campanha barroca de meados do século XVIII veio trazer uma outra dinâmica ao espaço, totalmente revestido por azulejos azuis e bancos que, com os seus brilhos e composições em perspectiva, transformam o espaço numa enorme máquina cenográfica.
Os painéis figurativos são divididos por outros azulejos com a representação de arquitecturas, que têm início do silhar com cartelas, evidenciando motivos ligados a São Sebastião, como setas, elementos bélicos, ou palmas de martírio. Os episódios ilustram diferentes passos da vida do santo mártir, a quem a capela é dedicada.
As composições cerâmicas integram os elementos arquitectónicos existentes, como o púlpito, envolto por uma moldura de concheados, ou o arco triunfal, que apresenta uma solução semelhante. Mais interessante e pouco comum na azulejaria nacional, é o revestimento da parede fundeira da capela-mor, que exibe uma espécie de dossel, cujos panejamentos são afastados por querubins, enquadrando o retábulo de talha, ao centro. Na vizinha capela de São Jacinto, no Souto, o modelo utilizado é muito próximo, tal como o desenho dos próprios painéis, e as datas disponíveis, o que levou alguns autores a atribuir os dois conjuntos ao mesmo pintor, Bartolomeu Antunes (MECO, 1985, p. 30). Todavia, estudos recentes vieram revelar que Antunes não era pintor, mas que a sua actividade "(...) deve ser entendida como a de um experiente gestor, sobre o qual recaía a responsabilidade geral da empreitada", articulando a encomenda com os pintores com quem habitualmente trabalhava (MANGUCCI, 2003, p. 140). Tal não invalida a existência de um conjunto de painéis semelhantes, muito embora fique em aberto, até novos dados, o nome do pintor que os executou, sabendo-se, desde já, que se encontrava ligado a Bartolomeu Antunes.
Os revestimentos cerâmicos destas duas capelas devem ser integrados num conjunto de obras relacionadas com a presença nas Caldas da Rainha de D. João V, entre 1742 e 1748, responsável pela dinamização directa ou indirecta de uma série de edifícios civis e religiosos.
(Rosário Carvalho)
Bibliografia
Título
Introdução à História das Caldas da Rainha
Local
Caldas da Rainha
Data
1991
Autor(es)
SERRA, João
Título
Azulejaria em Portugal no século XVIII
Local
Lisboa
Data
1979
Autor(es)
SIMÕES, J. M. dos Santos
Título
Arquitectura caldense no século XVIII, Terra de Águas - Caldas da Rainha História e Cultura, p. 137-152
Local
Caldas da Rainha
Data
1993
Autor(es)
MANGORRINHA, Jorge
Título
As artes nas Caldas da Rainha no século XVIII, Terra de Águas - Caldas da Rainha História e Cultura, p. 155169
Local
Caldas da Rainha
Data
1993
Autor(es)
HORTA, Cristina Ramos e
Título
Palácio da Mitra em Lisboa e os seus azulejos, Lisboa Revista Municipal, 2ª série, n.º 13
Local
Lisboa
Data
1985
Autor(es)
MECO, José
Título
A estratégia de Bartolomeu Antunes mestre ladrilhador do Paço (1688-1753), Al-madan, n.º 12, pp. 135-141.
Local
Almada
Data
2003
Autor(es)
MANGUCCI, Celso