
Igreja de Santa Maria de Óbidos - detalhe
Designação
Designação
Igreja de Santa Maria de Óbidos
Outras Designações / Pesquisas
Igreja de Santa Maria, matriz de Óbidos
Igreja Matriz de Óbidos / Igreja Paroquial de Óbidos / Igreja de Santa Maria (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Leiria / Óbidos / Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa
Endereço / Local
Praça de Santa Maria
Óbidos
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 22 735, DG, I Série, n.º 140, de 24-06-1933 (ver Decreto)
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
A ocupação populacional do perímetro que forma actualmente a vila de Óbidos regista-se desde tempos pré-históricos, quando se formou junto à lagoa o primeiro povoado. A povoação foi sucessivamente habitada por tropas romanas, transferindo-se depois para os Visigodos, que são apontados como os fundadores dos primeiros templos de Óbidos, um no centro da vila, outro junto à lagoa (PEREIRA,J. F.,1988,p. 35). Quando os Árabes ocuparam a vila, utilizaram o templo cristão situado dentro das muralhas para a instalação da sua mesquita, destinando o espaço fronteiro a esta - um largo mais pequeno que o actual - para trocas comerciais.
Em 1148 Óbidos era reconquistada pelas tropas de D. Afonso Henriques, e o monarca terá restaurado o culto cristão na mesquita. A igreja, dedicado então a Santa Maria, iria tornar-se o principal templo da povoação. No entanto, nada resta do edifício medieval, uma vez que a estrutura foi totalmente renovada por ordem da rainha D. Leonor no início do século XVI.
Na realidade, a vila de Óbidos pertencia desde 1210 à Casa das Rainhas, pelo que foi muito beneficiada em termos de mecenato artístico e religioso pela Coroa nos seiscentos anos seguintes. As principais intervenções custeadas pela viúva de D. João II foram o portal principal e a torre edificada do lado direito. Embora não se conheça o modelo deste portal, que foi substituído cerca de 1571, este deveria ser "(...) com toda a probabilidade (...) uma obra manuelina." (Idem,ibidem,p. 37).
No entanto, a estrutura do edifício foi-se deteriorando ao longo do século XVI, e em Março de 1571 o templo era fechado ao culto por apresentar sinais de ruína eminente. Em Agosto desse mesmo ano, a rainha D. Catarina ordenou ao Prior da Colegiada de Santa Maria, D. Rodrigo Sanches, que desse início à reconstrução do templo. O projecto deste "novo" templo é atribuído ao risco do arquitecto António Rodrigues (FLOR,P.,2002).
Assiste-se assim a uma reforma radical do programa estético do templo, verificando-se que esta campanha de obras conseguiu, "(...) partindo de um espaço interior pré-determinado (...) conferir à igreja matriz de Óbidos uma sensação de leveza e de unidade pouco frequentes em igrejas que sofreram beneficiações tão profundas (...)" (CÂMARA,T.B.,1990, p. 83).
A tipologia mendicante da planta manteve-se, apresentando um espaço interior de gosto gótico dividido em três naves sem transepto, cobertas por tecto de madeira, sendo a central mais elevada. No exterior o portal manuelino foi substituído por um magnífico portal maneirista de estrutura retabular, inspirado nos modelos de Sebastiano Serlio.
O espaço interior do templo, que como foi já referido manteve a tipologia mendicante, foi totalmente reformulado em termos do programa decorativo, que deriva de campanhas de obras executadas em épocas distintas. A cabeceira do templo, tal como a sacristia, foram reformadas em 1571, numa obra que se prolongou até 1579, quando foram edificados o novo retábulo-mor, dedicado à Assunção da Virgem, e o respectivo sacrário (Idem,ibidem,p.84), cuja estrutura segue o modelo do retábulo de Nossa Senhora da Luz de Carnide.
Somente em 1676 se iniciou a execução do programa decorativo deste espaço, que compreendeu a execução do revestimento azulejar das naves, da sacristia e da abside, a pintura das abóbadas e um novo retábulo para o altar-mor. Esta campanha de obras iria prolongar-se pelo século XVIII.
Das obras decorativas destacam-se ainda o tríptico de São Brás, executado por Diogo Teixeira cerca de 1590, e actualmente depositado no Museu Municipal de Óbidos, e o retábulo do altar de Santa Catarina, pintado por Josefa de Óbidos em 1661.
Catarina Oliveira
GIF/IPPAR/2006
Bibliografia
Título
Azulejaria Portuguesa
Local
Lisboa
Data
1986
Autor(es)
MECO, José
Título
Tesouros Artísticos de Portugal
Local
Lisboa
Data
1976
Autor(es)
ALMEIDA, José António Ferreira de
Título
Óbidos, arquitectura e urbanismo - séculos XVI e XVII, (tese de mestrado)
Local
Lisboa
Data
1986
Autor(es)
CÂMARA, Maria Teresa Bettencourt da
Título
As mais belas igrejas de Portugal, vol. II
Local
Lisboa
Data
1988
Autor(es)
GIL, Júlio
Título
Óbidos
Local
Lisboa
Data
1988
Autor(es)
PEREIRA, José Fernandes
Título
O túmulo de D. João de Noronha e de D. Isabel de Sousa na Igreja de Santa Maria de Óbidos
Local
Lisboa
Data
2002
Autor(es)
FLOR, Pedro
Título
Igreja de Santa Maria de Óbidos, Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 58
Local
Lisboa
Data
1949
Autor(es)
DGEMN - Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais