
Castelo de Aljustrel e Igreja de Nossa Senhora do Castelo - detalhe
Designação
Designação
Castelo de Aljustrel e Igreja de Nossa Senhora do Castelo
Outras Designações / Pesquisas
Castelo de Aljustrel (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Igreja de Nossa Senhora do Castelo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Beja / Aljustrel / Aljustrel e Rio de Moinhos
Endereço / Local
-- -
Aljustrel
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 26-A/92, DR, I Série-B, n.º 126, de 1-06-1992 (ver Decreto)
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Dominante sobre uma extensa faixa de território do Baixo Alentejo, o morro onde se situa o Castelo de Aljustrel foi ocupado desde o Neolítico e identificaram-se níveis estratigráficos do Calcolítico, que revelaram fragmentos de sílex e cerâmicas com bordos denteados. A esta primeira fase ter-se-á seguido um interrogante hiato, não tendo as escavações resgatado quaisquer materiais proto-históricos e romanos.
A primitiva configuração do castelo ocorreu durante o período islâmico, de que se revelaram alguns troços de muralha em taipa. Desconhece-se a data em que se definiu essa estrutura militar, mas é de supor que tenha ocorrido em momentos mais tardios da ocupação islâmica, em concreto no século XIII, no contexto da perda da praça forte de Alcácer do Sal (CORREIA, 1992: 69). A investigação arqueológica revelou ainda materiais que recuam até ao século IX (RAMOS, MARTINS, MURALHA e ESTORNINHO, 1993: 15), o que atesta a efectiva importância do castelo para o complexo civilizacional muçulmano do Sudoeste peninsular.
A conquista de Aljustrel pelas tropas portuguesas, em 1234, marcou o início de uma nova era na história do castelo. Em 1235, D. Sancho II doou-o à Ordem de Santiago, acto sancionado pelo seu sucessor, D. Afonso III em 1255. Não só o castelo passava a integrar a linha defensiva imediata, face às possessões islâmicas no Algarve, como passava para a posse da coroa o importante estatuto de administração das minas de Aljustrel. A presença na vila de D. Paio Peres Correia, Mestre de Santiago, não é de estranhar, tendo em consideração a necessidade de pontos de apoio para a Ordem na preparação dos ataques aos castelos mais a Sul nesses meados do século XIII.
Desconhecem-se, todavia, quais as alterações introduzidas pela nova ordem cristã. Pouco depois, com a conquista definitiva do Algarve, Aljustrel perdeu grande parte da sua relevância estratégica e a fortaleza entrou em declínio, razão pela qual dela hoje pouco mais resta que alguns troços e a memória do topónimo e da igreja.
Este templo é o resultado de sucessivas fases construtivas. Em 1482 aparece mencionada como Ermida de Santa Maria do Castelo e, em 1510, era uma simples casa de taipa com contrafortes de pedra (DIAS, 1993: 81), sem capela-mor e demais pormenores construtivos e decorativos assinaláveis. Na viragem para o século XVII deu-se corpo à construção actual, composta por nave e capela-mor e dependências de apoio de ambos os lados, algumas destinadas a apoiar as romarias. A galilé que hoje antecede o monumento é já posterior, do século XVIII, assim como o extenso escadório que liga o adro da igreja à vila, principal peça cenográfica que o Barroco legou ao património de Aljustrel. A nave é relativamente pequena, de apenas dois tramos cobertos por abóbada de pronunciada cruzaria de ogivas, enquanto que a capela-mor ostenta abóbada de berço e retábulo neoclássico que cobre a parede fundeira. O conjunto é reforçado lateralmente por contrafortes de diferentes formulações, característica da arquitectura meridional do país, mas também sintoma dos distintos espaços adossados ao longo dos tempos.
Paulo Fernandes | DIDA | IGESPAR, I.P.
01.08.2007
Bibliografia
Título
Aljustrel. Monografia
Local
Aljustrel
Data
1983
Autor(es)
LOBATO, João Rodrigues
Título
Ermidas e capelas do concelho de Aljustrel, Vipasca, nº2, pp.79-90
Local
Aljustrel
Data
1993
Autor(es)
DIAS, Maria da Graça
Título
O Castelo de Aljustrel. Uma tentativa de interpretação, Vipasca, nº1, pp.67-72
Local
Aljustrel
Data
1992
Autor(es)
CORREIA, Fernando M. R. Branco
Título
O Castelo de Aljustrel - campanhas de 1989 e 1992, Vipasca, nº2, pp.11-40
Local
Aljustrel
Data
1993
Autor(es)
MURALHA, João, ESTORNINHO, Alexandra, RAMOS, Carlos, MARTINS, Artur Manuel Gonçalves
Título
Aljustrel no século XIII: subsídios para o estudo da Ordem de Santiago da Espada, Vipasca, nº1, pp.73-80
Local
Aljustrel
Data
1992
Autor(es)
DIAS, Maria da Graça