
Muralhas do Antigo Castelo de Odemira (troços existentes) - detalhe
Designação
Designação
Muralhas do Antigo Castelo de Odemira (troços existentes)
Outras Designações / Pesquisas
Castelo de Odemira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Militar / Muralha
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Beja / Odemira / São Salvador e Santa Maria
Endereço / Local
-- -
Odemira
Proteção
Situação Actual
Procedimento caducado - sem protecção legal
Categoria de Protecção
Não aplicável
Cronologia
Procedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
São muito obscuras as origens do castelo de Odemira. A investigação arqueológica ainda não logrou identificar as fases de ocupação do promontório onde se implantou a fortaleza medieval, enquanto que as interpretações tradicionais apontam para uma primeira ocupação romana, provavelmente um oppidum, dada a acentuada altura do terreno em que se implanta. Numa prospecção recentemente realizada, foi possível verificar que existiu um povoado fortificado com ocupação desde a Idade do Bronze, situação determinada certamente pela localização e implantação deste monte, dominante sobre o vale do rio Mira e numa zona fulcral de comunicação entre o litoral e o interior.
Durante a época islâmica, é de supor que aqui tenha existido uma comunidade organizada, mas nada se sabe acerca da eventual alcáçova que tutelava a vila. À superfície não se detectaram materiais assinaláveis, mas D. Afonso Henriques conquistou o território em 1166. Por essa altura, já Odemira deveria ter castelo, ainda que nada se saiba acerca da sua configuração.
Em 1245, D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago, doou o seu castelo ao bispo do Porto, doação que prova ser a vila muralhada. Em 1256, a localidade foi agraciada com foral por D. Afonso III, apontando-se esta data como ano aproximado da reconstrução da fortaleza, agora tipologicamente vinculada às determinantes góticas. Infelizmente, da obra então realizada praticamente nada sobreviveu. No ponto mais elevado da vila, desenvolvendo-se em espécie de cunha de contorno ligeiramente oval, ergue-se uma esplanada definida pelo que resta da antiga muralha, reconstruída no século XX. Da cerca medieval, da sua organização interna, portas e torres nada chegou até hoje, embora subsista um troço reconstruído a que se associa a base de uma torre quadrangular.
Com D. Dinis, em 1319, Odemira foi doada ao almirante Manuel Pessanha, genovês que teve a seu cargo o comando da armada portuguesa. Supõe-se que a fortaleza foi então reforçada por uma segunda cerca, cuja finalidade era a de proteger a vila que se desenvolvia à sombra do castelo. No entanto, também dessa segunda linha pouco ou nada chegou até aos nossos dias e as múltiplas transformações urbanas por que passou a localidade nos séculos seguintes, dificulta o reconhecimento desta medieval definição urbanística.
No século XV, o castelo de Odemira deveria ainda revelar a configuração geral dos tempos imediatamente anteriores, mas a perda de funcionalidade da fortaleza, em benefício de pontos militares costeiros, ditou a sua progressiva decadência. Assim se compreende que os escassos vestígios que chegaram até nós estejam de tal forma adulterados, que só um projecto arqueológico de grande envergadura possa resgatar informações concludentes acerca das sucessivas fases de ocupação do castelo. Em 1974, sem recurso à arqueologia, a DGEMN empreendeu obras de remoção de terras, com vista à definição da muralha original, mas os resultados revelaram-se pouco significativos, e a construção da esplanada ditou mais uma fase de destruição do castelo.
PAF
Bibliografia
Título
Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses
Local
Lisboa
Data
1948
Autor(es)
ALMEIDA, João de
Título
Odemira. Subsídios para uma monografia
Local
Odemira
Data
1989
Autor(es)
QUARESMA, António Martins