
Igreja de Nossa Senhora do Pé da Cruz - detalhe
Designação
Designação
Igreja de Nossa Senhora do Pé da Cruz
Outras Designações / Pesquisas
Igreja de Nossa Senhora do Pé da Cruz (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
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Localização
Divisão Administrativa
Beja / Beja / Beja (Salvador e Santa Maria da Serra)
Endereço / Local
Rua do Pé da Cruz
Beja
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 45 327, DG, I Série, n.º 251, de 25-10-1963 (ver Decreto)
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Já existente no ano de 1499, pensa-se que a igreja de Nossa Senhora do Pé da Cruz tenha sido fundada por Manuel Raposo de Brito em 1488 (MESTRE, Joaquim Figueira, 1989). Deste templo primitivo apenas restam vestígios da abside, pois segundo a inscrição da fachada, a igreja actual é fruto da campanha de obras concluída no ano de 1669.
A planta longitudinal, articula os dois espaços rectangulares da nave e da capela-mor, com a sacristia e a Sala da Irmandade, adossados a Sul.
Nossa Senhora do Pé da Cruz é uma igreja de características maneiristas chãs, cuja sobriedade exterior ao nível dos alçados e estrutura contrasta fortemente com a exuberância do interior, onde se conjuga pintura, azulejaria e talha. Esta profusa decoração, resultante da campanha barroca do final do século XVII, veio, à semelhança do que acontece na maioria das igrejas deste período, contribuir para a ampliação e dinamização espacial da nave única, "rompendo" com a estrutura maneirista.
Os silhares de azulejos policromos que revestem a nave, remontam ao último quartel do século XVII, e articulam-se, no registo superior, com as pinturas a óleo sobre tela que representam temas da Paixão de Cristo. Uma campanha pictórica situada entre 1665 e 1667, da responsabilidade do mestre eborense Francisco Nunes Varela, que também executou o retábulo da Capela do Esporão na Catedral de Évora, em 1620.
O arco triunfal apresenta sanefa de talha dourada, e a capela-mor conserva o revestimento azulejar de tipo tapete (c.1660), bem como um conjunto de pinturas de autor desconhecido, datáveis da segunda metade do século XVIII, e que representam cenas do Novo Testamento.
O retábulo de talha dourada, característica do barroco nacional / joanino, foi mandado executar a expensas do casal Gaspar Estevens e Leonor do Monte (segundo acordo tabelionário firmado em 1699 - (ESPANCA, Túlio, 1966), que deixou à Irmandade o rendimento necessário para a realização desta obra monumental.
Dois altares de características barrocas (estilo joanino) rasgam-se nos alçados laterais, e a abóbada de berço exibe uma decoração pictórica com os símbolos do Martírio de Cristo ao centro, datada de 1859.
(Rosário Carvalho)
Bibliografia
Título
Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Vol. XII
Local
Lisboa
Data
1992
Autor(es)
ESPANCA, Túlio
Título
Francisco Nunes - As Pinturas da Igreja de Nossa Senhora de ao Pé da Cruz, in Diário do Alentejo
Local
-
Data
1989
Autor(es)
MESTRE, Joaquim Ferreira