
Capela do Calvário - detalhe
Designação
Designação
Capela do Calvário
Outras Designações / Pesquisas
Capela do Calvário (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Capela
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Portalegre / Nisa / Arez e Amieira do Tejo
Endereço / Local
-- -
Amieira do Tejo
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 37 801, DG, I Série, n.º 78, de 2-05-1950 (ver Decreto)
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Localizada numa das zonas mais elevadas da Amieira, a Capela do Calvário beneficia de uma implantação privilegiada sobre a povoação, facto que cumpre as premissas da sua invocação.
O templo que hoje conhecemos não é o original, pois há notícias de um outro, demolido no início do século XVIII, para dar lugar ao actual. Não se sabe em que data este começou a ser edificado mas, em 1728, já se encontrava em construção, como o comprova o testamento de Pedro Vaz Caldeira, que instituiu uma capela com os seus bens, cujos rendimento deveriam ser aplicados na obra do Calvário. Contudo, as obras prolongaram-se e, no seu Diccionário Geográfico, o padre Luís Cardoso (de 1747-51) refere que apenas a capela-mor estava concluída, já com o retábulo, em cantaria (a imitar talha), que custou oito mil cruzados. Faltava, no entanto, "fazer o corpo da igreja, cujo gasto se tira dos bens que para este efeito deixou Pedro Vaz Caldeira, Sargento-Mor que foi desta Vila" (CARDOSO, 1751).
Nesta medida, é possível que os trabalhos tenham avançado entre as décadas de 30 e 40, uma vez que a cartela do portal principal ajuda a datar todo o edifício: Esta igreja mandou fazer Pedro Vaz Caldeira. Ano 1740 (SOUSA, RASQUILHO, 1982, p. 441).
De nave única, com duas capelas laterais correspondentes ao transepto e capela-mor quadrangular, a capela do Calvário da Amieira afasta-se da planimetria e dimensões que habitualmente caracterizam estes templos. A fachada principal é flanqueada por pilastras-cunhais encimadas por pináculos, situação que se repete nos restantes ângulos do edifício, à excepção da cabeceira, rematada por pinhas. Ao centro, abre-se o portal, de moldura recta mas encimado por frontão triangular, assente sobre mísulas e ladeado por urnas. Uma cartela, com a inscrição acima transcrita, encontra sobre o entablamento e o frontão. O alçado exibe, ainda, duas janelas de sacada, sobre mísulas e sobrepujadas por frontão triangular. Remata o conjunto um frontão recortado que enquadra um nicho, a que se sobrepõe um frontão curvo, interrompido pela cruz.
Nas fachadas laterais, destaca-se o conjunto de óculos que se abrem na zona superior, e que iluminam directamente a nave. O interior é percorrido por uma cimalha que se une ao arco triunfal e percorre todo o perímetro do templo. As capelas laterais são definidas por arcos de cantaria, a pleno centro, com impostas salientes, e a nave exibe ainda um púlpito de linhas simples, cuja porta é encimada por cornija saliente. Ganha especial importância o retábulo, de cantaria a imitar talha, e a imagem de Cristo crucificado, já mencionada no Dicionário do padre Luís Cardoso.
No panorama arquitectónico desta pequena localidade, pertença, desde 1232, da Ordem do Hospital, a capela do Calvário destaca-se vivamente, na sua linguagem barroca e erudita, pautada por uma depuração de matriz italianizante.
(Rosário Carvalho)
Bibliografia
Título
Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve, com todas as cousas raras, que nelles se encontrão, assim antigas, como modernas, vol. II
Local
Lisboa
Data
1751
Autor(es)
CARDOSO, Pe. Luís
Título
Amieira do antigo Priorado do Crato. Subsídios para uma monografia (1936)
Local
Lisboa
Data
1982
Autor(es)
SOUSA, Tude Martins de, RASQUILHO, Francisco Vieira