
Capela de São Jacinto - detalhe
Designação
Designação
Capela de São Jacinto
Outras Designações / Pesquisas
Capela de São Jacinto (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Capela
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Leiria / Caldas da Rainha / Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório
Endereço / Local
Rua da Capela
Casais de São Jacinto
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Portaria n.º 1160/2009, DR, 2.ª série, n.º 212, de 2-11-2009 (ver Portaria)
Edital N.º 11/2008 de 16-01-2008 da CM das Caldas da Rainha
Despacho de homologação de 22-10-2007 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer de 4-10-2006 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP
Nova proposta de classificação de 2-06-2006 da DR de Lisboa do IPPAR
Proposta de classificação de 23-07-2004 da DR de Lisboa do IPPAR
Edital N.º 45/03 de 24-07-2003 da CM das Caldas da Rainha
Edital N.º 14/03 de 5-03-2003 da CM das Caldas da Rainha
Despacho de abertura de 15-01-2003 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 14-01-2003 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação
Em 10-10-2002 a CM das Caldas da Rainha enviou a documentação solicitada
Em 27-10-1975 foi solicitado à CM das Caldas da Rainha o envio de documentação para a instrução de processo de classificação
ZEP
Portaria n.º 1160/2009, DR, 2.ª série, n.º 212, de 2-11-2009 (sem restrições) (ver Portaria)
Edital N.º 11/2008 de 16-01-2008 da CM das Caldas da Rainha
Despacho de homologação de 22-10-2007 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer favorável de 4-10-2006 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 2-06-2006 da DR de Lisboa
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
A presença de D. João V nas Caldas da Rainha, entre 1742 e 1748, juntamente com a corte que o acompanhava, trouxe consigo novos e importantes melhoramentos para a vila, entre os quais se integra a edificação da capela de São Jacinto, com o seu revestimento cerâmico, executado por artistas da capital. Pouco se conhece da evolução das obras da capela, que devem ter ocupado a primeira metade do século XVIII, estando terminadas em 1745, data pintada na cruz de azulejos sobre a porta da sacristia, que ajuda a datar não apenas o edifício, mas também a campanha azulejar do seu interior.
De planta longitudinal, que articula nave única e capela-mor, a capela de São Jacinto caracteriza-se pela depuração dos seus volumes e linhas exteriores, própria da arquitectura chã. A fachada, com pilastras nos cunhais e remate em frontão triangular, com óculo no tímpano, é aberta por um portal de linhas rectas, sem qualquer elemento decorativo. No interior, o brilho e o efeito cenográfico do revestimento azulejar, só não contrastam mais vivamente com o exterior, porque a restante arquitectura pauta-se, também ela, por uma grande linearidade.
A nave, coberta por tecto de madeira seccionado em três planos, é percorrida por uma cimalha, que acompanha, também, o arco triunfal, de volta perfeita, integrando os vãos de linhas rectas, e o púlpito com guarda de madeira. Os azulejos organizam-se num silhar com cartelas divididas por elementos arquitectónicos, que se prolongam nos painéis superiores, separando as diversas cenas da vida de São Jacinto, a quem a capela foi dedicada.
Na capela-mor, as azulejos revestem, também, a parede fundeira, apenas parcialmente ocupada pelo retábulo, numa solução muito pouco usual na tradição azulejar portuguesa (SIMÕES, 1979, p. 164). Na verdade, o retábulo, mais próximo já do neoclassicismo, foi integrado pelo revestimento cerâmico, que desenha uma moldura de volutas alongadas à sua volta, e abre uma espécie de dossel, cujos panejamentos são afastados por querubins. É possível que o retábulo original fosse outro, ainda de talha barroca, mas a eventual integração de um novo exemplar soube respeitar o enquadramento cerâmico.
Curiosamente, na próxima capela de São Sebastião, a solução encontrada para a capela-mor é muito semelhante, ta como os próprios painéis, o que indicia um pintor comum. José Meco (1985, p. 30) atribuiu o conjunto de São Sebastião a Bartolomeu Antunes, datando-o de 1743-45, o que coincide com as datas disponíveis para a capela de São Jacinto. Todavia, estudos recentes sobre Antunes vieram revelar que este não era pintor, e que a sua actividade "(...) deve ser entendida como a de um experiente gestor, sobre o qual recaía a responsabilidade geral da empreitada", articulando a encomenda com os pintores com quem habitualmente trabalhava (MANGUCCI, 2003, p. 140). Tal não invalida o agrupamento de um conjunto de painéis semelhantes, muito embora fique em aberto, até novos dados, o nome do pintor que os executou, sabendo-se, desde já, que se encontrava ligado a Bartolomeu Antunes.
(Rosário Carvalho)
Bibliografia
Título
Azulejaria em Portugal no século XVIII
Local
Lisboa
Data
1979
Autor(es)
SIMÕES, J. M. dos Santos
Título
Arquitectura caldense no século XVIII, Terra de Águas - Caldas da Rainha História e Cultura, p. 137-152
Local
Caldas da Rainha
Data
1993
Autor(es)
MANGORRINHA, Jorge
Título
As artes nas Caldas da Rainha no século XVIII, Terra de Águas - Caldas da Rainha História e Cultura, p. 155169
Local
Caldas da Rainha
Data
1993
Autor(es)
HORTA, Cristina Ramos e
Título
Palácio da Mitra em Lisboa e os seus azulejos, Lisboa Revista Municipal, 2ª série, n.º 13
Local
Lisboa
Data
1985
Autor(es)
MECO, José
Título
A estratégia de Bartolomeu Antunes mestre ladrilhador do Paço (1688-1753), Al-madan, n.º 12, pp. 135-141.
Local
Almada
Data
2003
Autor(es)
MANGUCCI, Celso