
Capela dos Castros - detalhe
Designação
Designação
Capela dos Castros
Outras Designações / Pesquisas
Capela de Corpus Christi / Convento de São Domingos de Benfica / Instituto Militar dos Pupilos do Exército / Igreja da Força Aérea Portuguesa / Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Capela
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Lisboa / Lisboa / São Domingos de Benfica
Endereço / Local
Travessa de São Domingos de Benfica
Lisboa
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MN - Monumento Nacional
Cronologia
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Portaria n.º 1094/94, DR, I Série-B, n.º 283, de 9-12-1994 (sem restrições) (ZEP do Palácio dos Marqueses de Fronteira, da Igreja de São Domingos de Benfica, da Capela dos Castros e do Túmulo de João das Regras) (ver Portaria)
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
Igreja de São Domingos de Benfica, incluindo o túmulo de João das Regras, o grande retábulo da capela-mor, os dois retábulos do transepto, as quatro pinturas que se vêem nos segundos e terceiros altares, de um e outro lado do corpo da igreja, (...)Palácio, jardins, horta e mata dos dos marqueses de FronteiraTúmulo de D. João das Regras
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Esta capela, fundada sob a invocação de Corpus Christi, foi mandada construir em 1644 por D. Francisco de Castro, neto do vice-rei D. João de Castro e, ao tempo, Inquisidor-geral do reino, para albergar o panteão da sua família. O pequeno templo foi edificado dentro do convento de São Domingos de Benfica, abrindo para o claustro do cenóbio. Uma lápide disposta na estrutura indica a data de 1648, que provavelmente corresponde à inauguração da capela.
A traça de gosto maneirista denuncia a erudição do programa encomendado por D. Francisco de Castro, sendo porém desconhecido o seu autor. A capela desenvolve-se numa planta longitudinal, composta por três corpos justapostos, um quadrado, correspondendo à nave, e dois rectangulares, o presbitério e o retro-coro.
A fachada, por se integrar na estrutura do claustro apresenta somente o portal de moldura rectangular, encimado pela pedra de armas dos Castro, ao qual se sobrepõe a janela rectangular que ilumina o espaço interno.
O interior, de nave única, possui seis tramos, marcados por arcos de volta perfeita, sendo coberto por abóbada de berço em pedra, dividida em caixotões. Quatro dos tramos foram transformados em arcosólios, albergando os túmulos dos membros da família do fundador da capela.
Estes monumentos funerários são constituídos por urnas de mármore piramidais, assentes sobre pares de elefantes, também em mármore, apresentando muitas semelhanças com os túmulos reais da capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos.
Encontram-se sepultados neste espaço o vice-rei D. João de Castro, e sua mulher, D. Leonor Coutinho, D. Álvaro de Castro, pai do fundador do templo e Vedor da Fazenda de D. Sebastião, bem como D. Ana de Ataíde, sua mulher. O fundador, D. Francisco de Castro, e a sua irmã, D. Violante de Castro, condessa de Odemira, estão sepultados nos arcosólios mais próximos do presbitério. Em campa rasa, junto ao altar, foi sepultado Frei Fernando da Cruz, também irmão do fundador.
Ao fundo, precedido por um conjunto de degraus, ergue-se o presbitério, com grandioso retábulo de gosto tardo-maneirista, de talha branca e dourada, decorado com relevos de motivos vegetalistas, por vezes dispostos em pendurados. Pelas semelhanças que apresenta com a estrutura retabular da igreja do convento, é possível que tenha sido executado pelo mesmo entalhador, Jerónimo Correia. Ao centro integra sacrário com baldaquino. O conjunto retabular é rematado por tela com a figuração da Última Ceia.
Atrás do retábulo abre-se o retrocoro, um elemento pouco comum na arquitectura portuguesa, que encontrou eco em algumas edificações do Maneirismo lisboeta, nomeadamente a Capela da Luz. Este espaço rectangular era utilizado exclusivamente pela comunidade monacal.
Depois da extinção das ordens religiosas, a Capela de Corpus Christi manteve o padroado da família Castro, tendo sido objecto de obras de manutenção em meados do século XIX, por ordem do conde de Penamacor, António Castro Ribafria.
No entanto, à época da implantação da República, era noticiado que o pequeno templo se encontrava bastante arruinado. Em 1910, o Convento de São Domingos de Benfica foi ocupado pelo Instituto Militar dos Pupilos do Exército, que somente muitos anos mais tarde procedeu ao restauro da capela.
Catarina Oliveira
DIDA/IGESPAR,I.P./ Setembro de 2007
Imagens
Bibliografia
Título
São Domingos de Benfica. Roteiro
Local
Lisboa
Data
1991
Autor(es)
FERREIRA, Jorge Rodrigues
Título
Pelas freguesias de Lisboa. Benfica. Carnide. Ameixoeira. Charneca. Lumiar
Local
Lisboa
Data
1993
Autor(es)
CONSIGLIERI, Carlos; RIBEIRO, Filomena; VARGAS, José Manuel; ABEL, Marília
Título
História de S. Domingos
Local
Porto
Data
1977
Autor(es)
SOUSA, Frei Luís de
Título
Castros (Capela dos), Dicionário da História de Lisboa
Local
Lisboa
Data
1994
Autor(es)
FERREIRA, Jorge Rodrigues
Título
Monumentos e edifícios notáveis do distrito de Lisboa, vol. V (4º tomo)
Local
Lisboa
Data
2000
Autor(es)
ATAÍDE, M. Maia, SOARES, Maria Micaela