
Forte da praia da Consolação - detalhe
Designação
Designação
Forte da praia da Consolação
Outras Designações / Pesquisas
Forte de Nossa Senhora da Consolação (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Militar / Forte
Inventário Temático
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Localização
Divisão Administrativa
Leiria / Peniche / Atouguia da Baleia
Endereço / Local
- -
Lugar da Consolação
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MN - Monumento Nacional
Cronologia
Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (ver Decreto)
Edital N.º 22/76 de 23-07-1976 da CM de Peniche
Edital N.º 13/76 de 8-04-1976 da CM de Peniche
Despacho de homologação de 22-01-1976
Parecer de 9-01-1976 da 4.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor a classificação como MN
Em 22-11-1975 a DGEMN enviou os referidos documentos
Em 4-07-1975 foi solicitado à DGEMN o envio de documentação para instruir o processo de classificação
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Imóvel
Localizado na Praia da Consolação, na freguesia de Atouguia da Baleia, o Forte de Nossa Senhora da Consolação é uma estrutura defensiva erigida durante o período da Guerra da Restauração.
A fortaleza implanta-se num maciço rochoso situado no extremo sul da praia, com a entrada principal virada a terra e separada desta por um fosso, transponível por uma ponte assente sobre dois arcos de volta perfeita. A estrutura desenvolve-se numa planta estrelada, composta por quatro baluartes triangulares, dois virados a este, para o lado de terra, e dois de menores dimensões do lado oposto, apontados para o mar. Estes últimos são unidos interiormente por uma cortina onde assentam cinco plataformas lajeadas, sobre as quais se dispunham originalmente as bocas de fogo. Em torno do terrapleno dispõem-se os espaços originalmente destinados aos aquartelamentos e a antiga capela, actualmente desafecta ao culto. Estes edifícios, paralelos entre si, formavam um pátio central rectangular que se abria para o lado do mar. A porta de armas apresenta um grande arco de volta perfeita, com moldura em aparelho rusticado, ladeado por duas pilastras. Sobre o entablamento, no eixo da porta, foi incorporada uma lápide com inscrição alusiva à fundação e construção do forte, encimada pelo escudo nacional coroado. À direita desta, no exterior da fortaleza, estava disposta uma bateria com quinze canhoeiras.
História
O Forte da Praia da Consolação foi erigido entre 1641 e 1645 por iniciativa de D. Jerónimo de Ataíde, Conde de Atouguia. O objectivo de construir uma fortaleza naquele local, frente à vila de Atouguia da Baleia, prendia-se com a necessidade premente de reforçar a defesa da enseada de Peniche, bastante exposta aos ataques corsários. Esta nova estrutura defensiva serviria para cruzar fogo com o forte da vila de Peniche, localizado do lado oposto da baía e da qual dista cerca de oito quilómetros.
Na realidade, este pensamento estratégico integrava-se no próprio plano defensivo da fronteira marítima portuguesa no período imediatamente posterior à Restauração da independência, que visava o reforço da capacidade de fogo das fortalezas costeiras edificadas até então - na sua maioria estruturas quinhentistas - com um conjunto de pequenos pontos fortificados, sobretudo fortins e baterias, que permitiriam a mobilidade tática das tropas portuguesas.
Nas centúrias seguintes, o Forte da Consolação sofreu algumas transformações. Ainda no século XVII, a estrutura era ampliada em duas épocas distintas, 1657 e 1675. Em meados do século XVIII, o violento terramoto de 1755 destruiu uma parte da bateria que estava voltada ao mar, pelo que foi novamente objecto de obras. No ano de 1796 concluía-se a edificação das cinco plataformas que, entre os dois baluartes voltados ao mar, suportavam originalmente as canhoeiras. Em 1800 era construída uma bateria com quinze canhoeiras no exterior do forte, a leste, de modo a formar um campo entrincheirado que impedisse o acesso à fortaleza pelo lado de terra. No ano de 1832, em plena Guerra Civil, o Forte da Consolação recebeu obras de restauro da estrutura.
A fortaleza viria a perder as suas funções militares na primeira metade do século XX, tendo sido ocupado pela colónia de férias infantil das Religiosas do Sagrado Coração de Maria em 1947. No ano de 1954 os edifícios no interior do forte eram reformados e adaptados às suas novas funções. No ano de 1974 instalava-se no local a sede da Associação Recreativa Forte Clube da Consolação, e em 1978 o Forte da Praia da Consolação era classificado como Monumento Nacional.
No ano de 2017 o Estado Português cedeu o imóvel à Câmara Municipal de Peniche para que aí seja instalado um pólo museológico dedicado ao património histórico militar da região e ao património geológico do concelho. O projecto contempla a reabilitação do imóvel e a sua integração nas rotas turísticas e patrimoniais da região centro.
Catarina Oliveira
DGPC, 2020
Imagens
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Forte da Praia da Consolação - Ponte de acesso e portal
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Forte da Praia da Consolação - Fosso do lado de terra
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Forte da Praia da Consolação - Vista geral de terra
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Forte da Praia da Consolação - Vista geral de terra
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Forte da Praia da Consolação - Escarpa do lado sul
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Forte da Praia da Consolação - Vista geral
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Forte da Praia da Consolação - Enquadramento geral e cruzeiro na zona envolvente
Bibliografia
Título
Fortificações da região de Peniche
Local
Almeirim
Data
2000
Autor(es)
CALADO, Mariano
Título
Peniche na história e na lenda
Local
Peniche
Data
1991
Autor(es)
CALADO, Mariano
Título
Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar, História da Arte em Portugal, vol. 8
Local
Lisboa
Data
1986
Autor(es)
MOREIRA, Rafael
Título
Sistema defensivo de Peniche. O Forte de São João Batista na Ilha da Berlenga. (tese de mestrado)
Local
Évora
Data
2015
Autor(es)
TÚLIO, Ana
Título
O Forte de Nossa Senhora da Consolação da Praça de Peniche, Revista da Armada, nº 95, Novembro de 1980
Local
Lisboa
Data
1980
Autor(es)
CALLIXTO, Carlos Pereira