
Forte da Ínsua - detalhe
Designação
Designação
Forte da Ínsua
Outras Designações / Pesquisas
Farol da Ínsua (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Militar / Forte
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Viana do Castelo / Caminha / Moledo e Cristelo
Endereço / Local
-- pequena ilha rochosa situada a sudoeste da foz do Rio Minho a cerca de duzentos mestros da costa, entre Moledo e Caminha
Moledo
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MN - Monumento Nacional
Cronologia
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Imóvel
Implantado a 200 metros da costa, fronteiro à praia de Moledo, o Forte da Ínsua destaca-se pela originalidade da sua localização defensiva, já que foi erigido num ilhéu, bem como por integrar no espaço intramuros um convento que já existia anteriormente. O forte tem ainda a particularidade de incorporar um poço de água doce situado no mar, um dos três únicos existentes no mundo.
Esta fortaleza abaluartada apresenta planta estrelada irregular composta por dois baluartes poligonais de ângulo, localizados a norte e a oeste, e dois meios baluartes de ângulo unidos por tenalha central, posicionados entre sul e este. A estrutura é unificada por cortinas de traçado plano. Nos cunhais dos quatro baluartes foram edificadas guaritas facetadas com cobertura esférica em calote, e num dos panos da muralha foi erigido um balcão retangular sobre mísulas, com cobertura semelhante. A praça de armas é dividida em duas áreas; a primeira corresponde a uma plataforma lajeada onde se implantavam os quartéis, depósito e cozinha; no restante espaço foi incorporado o convento, de modelo chão bastante sóbrio, formado pela igreja de planta longitudinal, com nave única e sacristia, pelo claustro jónico de planta quadrangular, e pelas dependências conventuais.
A porta de armas localiza-se na frente leste, virada a terra, aberta num arco pleno inserido em estrutura rectangular, sobre a qual assenta um frontão triangular cujo tímpano é decorado por três brasões com as armas de Portugal e do Governador da Província do Minho. À direita foi inserida uma lápide alusiva à edificação da fortaleza. No baluarte da frente nascente abre-se uma porta secundária de moldura reta assente sobre impostas.
História
A ocupação primitiva do ilhéu da Ínsua, junto à foz do rio Minho e frente à vila de Caminha, decorreu ainda na época medieval, quando uma comunidade franciscana edificou ali o Convento de Santa Maria em 1392. O convento seria ampliado e renovado em 1471 e novamente em 1502, tendo estas últimas sido ordenadas por D. Manuel I.
Pensa-se que durante os séculos XV e XVI o ilhéu teve estruturas fortificadas, mas delas nada subsiste. O Forte da Ínsua que hoje se conhece data do reinado de D. João IV, tendo sido desenhado durante a reforma das fortalezas costeiras portuguesas no contexto das Guerras da Restauração, de acordo com as necessidades de defesa nacionais. Executada entre 1649 e 1652, esta fortificação abaluartada marca o início da linha defensiva então delineada para a costa atlântica portuguesa. Ao cruzar fogo com a Praça de Caminha, a Ínsua era a primeira defesa da fronteira noroeste do Reino, marcando também a primeira linha de fogo do sistema de fortificações interiores, implantadas nas margens do rio Minho.
A fortaleza teve a particularidade de integrar o convento existente e os frades que nele habitavam, e que participaram na edificação do complexo militar. O cenóbio foi depois ampliado e beneficiado, em 1676, 1717, 1767 e 1795.
No século XIX, o forte sofreu várias adversidades. Se em 1807, no decorrer da 1.ª Invasão Francesa, o espaço foi invadido por tropas espanholas, em 1834 a comunidade franciscana era forçada a abandonar o convento, no decorrer da Extinção das Ordens Religiosas. A partir de então, a Ínsua foi exclusivamente ocupada pelo Exército, que aí instalou um farol em 1886, que funcionou até aos anos 70 do século XX.
Em 1909 era nomeado o último governador da fortaleza, e no ano seguinte o Forte da Ínsua era classificado como Monumento Nacional. Depois de 1979 as autoridades locais e nacionais registaram várias vezes o estado de abandono e ruína da estrutura e, embora fosse sempre reafirmada a necessidade de recuperar esta fortaleza única pela sua tipologia e localização, somente em 2016 o edifício foi integrado no programa de reabilitação do património português REVIVE.
Catarina Oliveira
DGPC, 2020
Imagens
Bibliografia
Título
Os mais belos castelos e fortalezas de Portugal
Local
Lisboa
Data
1986
Autor(es)
GIL, Júlio, CABRITA, Augusto
Título
Alto Minho
Local
Lisboa
Data
1987
Autor(es)
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de
Título
Castelos do Distrito de Viana
Local
Coimbra
Data
1926
Autor(es)
GUERRA, Luís Figueiredo da
Título
Caminha e seu concelho
Local
Caminha
Data
1985
Autor(es)
ALVES, Lourenço
Título
Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar, História da Arte em Portugal, vol. 8
Local
Lisboa
Data
1986
Autor(es)
MOREIRA, Rafael
Título
Caminha através dos tempos. Igrejas, Capelas, Mosteiros e Conventos, Caminiana, nº2, pp.127-159
Local
Caminha
Data
1980
Autor(es)
SILVA, João M. F.
Título
Guia de Inventário - Fortificações medievais e modernas
Local
-
Data
2015
Autor(es)
NOÉ, Paula