
Igreja de São Gião - detalhe
Designação
Designação
Igreja de São Gião
Outras Designações / Pesquisas
Igreja de São Gião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
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Localização
Divisão Administrativa
Leiria / Nazaré / Famalicão
Endereço / Local
Quinta de São Gião, na EN 242 (troço Nazaré - Famalicão)
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Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MN - Monumento Nacional
Cronologia
Decreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3-01-1986 (ver Decreto)
ZEP
Portaria n.º 78/97, DR, II Série, n.º 48, de 26-02-1997 (toda a área é considerada ZNA)
Zona "non aedificandi"
Portaria n.º 78/97, DR, II Série, n.º 48, de 26-02-1997
Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Desde a sua descoberta, nos anos 60 do século XX, que a pequena igreja da orla costeira da Nazaré tem sido catalogada como visigótica, "certeza" que levou Helmut SCHLUNK, 1971, a propor uma leitura da arquitectura da liturgia de época visigótica, tendo por base este monumento.
Os trabalhos mais recentes de escavação e, principalmente, de Arqueologia da Arquitectura trouxeram novos dados para a caracterização do monumento, que invariavelmente contrariam a atribuição tradicional. Carlos Alberto Ferreira de ALMEIDA, 1986: 137-140, entre outros argumentos, evidenciou o recurso a uma entrada de lintel recto sobrepujada por arco de descarga de volta perfeita, como em Lourosa, e a existência de uma tribuna ocidental, característica das igrejas asturianas (cf. também ALMEIDA, 2001: 30-31), para colocar o monumento numa cronologia mais tardia. Manuel Luís REAL, 1995: 61-62 referiu-se ao estatuto do templo como "um posto avançado na progressão da influência galaico-asturiana", retomando os argumentos de Ferreira de Almeida e aduzindo outros como o da reutilização de material anterior, presumivelmente visigótico.
Finalmente, o estudo de Arqueologia da Arquitectura (CABALLERO, ARCE e UTRERO, 2003), esclareceu algumas das anteriores suspeitas e acrescentou novas evidências. A primeira - e possivelmente a mais importante para afastar a recorrente atribuição visigótica - é o facto de os muros integrarem fragmentos escultóricos que podemos catalogar como de época visigótica, facto que pressupõe uma construção posterior à perda de simbolismo desses materiais. Paralelamente, as próprias características arquitectónicas do conjunto afastam-no do universo visigótico e aproximam-no extraordinariamente do restrito número de templos asturianos, conforme se comprova pela existência de tribuna ocidental e câmara supra-absidal. A juntar a estas evidências, há que aprofundar o estudo estilístico dos capitéis da eikonosthasis, cujo vegetalismo e organização em andares aponta também, ainda que com tratamento menos saliente do campo escultórico, para os característicos capitéis vegetalistas asturianos.
Findos os trabalhos de investigação, o IPPAR desenvolve, na actualidade, os estudos com vista ao restauro e valorização do monumento.
PAF
Bibliografia
Título
Arqueología de la Arquitectura. Conocimiento e intervención, Revista Estudos / Património, nº9, pp.33-43
Local
Lisboa
Data
2006
Autor(es)
CABALLERO ZOREDA, Luis
Título
Experiências portuguesas em Arqueologia da Arquitectura, Revista Estudos / Património, nº9, pp.44-55
Local
Lisboa
Data
2006
Autor(es)
FONTES, Luís Fernando de Oliveira