
Castelo de Belmonte - detalhe
Designação
Designação
Castelo de Belmonte
Outras Designações / Pesquisas
Castelo de Belmonte (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Militar / Castelo
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Castelo Branco / Belmonte / Belmonte e Colmeal da Torre
Endereço / Local
Largo do Castelo
Belmonte
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MN - Monumento Nacional
Cronologia
Decreto n.º 14 425, DG, I Série, n.º 228, de 15-10-1927 (ver Decreto)
ZEP
Portaria de 15-11-1965, publicada no DG, II Série, n.º 179, de 3-08-1966 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"
Portaria de 15-11-1965, publicada no DG, II Série, n.º 179, de 3-08-1966
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Construído num inselberg, no extremo Norte da Cova da Beira, o Castelo de Belmonte é uma imponente construção em granito mandada edificar por D. Sancho I entre os finais do século XII e os inícios do século XIII, em pleno processo de consolidação da fronteira oriental do reino. As informações acerca da sua maior antiguidade (em particular a que relacionava uma primeira fase de povoamento com um oppidum romano), foram rejeitadas pelas recentes escavações arqueológicas, que não identificaram qualquer vestígio dessa época (MARQUES, 2001,pp. 485 e 494, nota 4).
O castelo românico implantou-se, muito provavelmente, sobre um primitivo povoado pré-românico, periférico e de escassa relevância política, mas que poderá ter sido dotado de muralha, como parece provar-se pelos vestígios de um alicerce e pela referência duocentista a um muro pré-existente (IDEM, pp.487-488).
Em 1199, no mesmo ano em que D. Sancho I transferiu a diocese da Egitânia para a Guarda, Belmonte foi dotado de foral régio, documento fundacional em que o monarca reconhece os direitos do bispo de Coimbra sobre a localidade. Em 1223, D. Sancho II confirmou este foral, devendo datar dessa época uma renovada atenção às obras de fortificação. António da Cunha Marques aponta para os meados do século XIII a definição do plano geral do castelo (IDEM, p.489), mas a verdade é que os resultados das escavações não são claros a respeito da cronologia exacta de algumas parcelas. Ou seja, permanece uma relativa dificuldade em identificar o que pertenceu ao castelo românico e o que, por ser já gótico, se deve atribuir à reforma dionisina, na viragem para o século XIV. O facto de a investigação ter encontrado uma extensa zona de aterro, que terá levado, mesmo, ao despovoamento parcial da área intra-muros (IDEM, p.489), é um indicador seguro da maior amplitude das obras góticas aqui realizadas. E o mesmo se poderá vir a concluir acerca do traçado oval do conjunto, mais característico da arquitectura militar gótica que da românica.
A torre de menagem é a principal estrutura dionisina do conjunto. Assente sobre uma sapata (ao contrário das muralhas) e realizada com grandes silhares bem aparelhados e siglados, ela adossa-se do lado Sul e protege a entrada principal no recinto. Ainda hoje, a sua imponência constitui uma das mais cenográficas panorâmicas da vila, com a sua planta quadrangular e um desenvolvimento vertical de três andares (marcados exteriormente por frestas e por duas portas na face voltada ao interior do castelo) e coroamento ameado.
Deslocada a fronteira mais para nascente, com o Tratado de Alcanices, Belmonte perdeu parte da sua importância estratégica. A nova ordem proporcionada pela dinastia de Avis, todavia, encarregou-se de dotar o castelo de renovada relevância. Seguindo uma prática comum à nobreza quatrocentista, parte do antigo recinto foi transformada em paço senhorial. Logo em 1397 ou 1398, D. João I nomeou como alcaide Luís Álvares Cabral. Foram diversas as obras então efectuadas. Do lado Sul, reconstruiu-se a actual entrada, em forma de cotovelo. Do lado oposto, reformou-se parte da muralha, adossando-se-lhe um torreão e deu-se nova forma à porta setentrional, nomeadamente através da inclusão de uma troneira (IDEM, p.491).
No reinado de D. Afonso V, criada a alcaidaria-mor de Belmonte e doado o título a Fernão Cabral, este nobre empreendeu a construção do seu paço. As obras deverão ter começado pela ala nascente, ao longo da muralha. Num segundo momento, edificou-se o corpo ocidental, mais regular e de duplo piso (IDEM, p.492). Desse período, data a janela manuelina mainelada, aberta no lado Sul, junto à torre de menagem, que se encontra encimada pelo brasão da família.
Alvo de um incêndio no final do século XVII, e perdida a função militar nos séculos seguintes, o castelo foi parcialmente restaurado na década de 40 do século XX. Recentemente, o IPPAR, em colaboração com a autarquia, adaptou-o a equipamento cultural.
PAF
Bibliografia
Título
Elementos para um inventário artístico do Distrito de Castelo Branco
Local
Castelo Branco
Data
1976
Autor(es)
SALVADO, António
Título
Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses
Local
Lisboa
Data
1948
Autor(es)
ALMEIDA, João de
Título
Levantamento arqueologico do Concelho de Belmonte.
Local
-
Data
-
Autor(es)
FRADE, Maria Helena Simões
Título
Os mais belos castelos e fortalezas de Portugal
Local
Lisboa
Data
1986
Autor(es)
GIL, Júlio, CABRITA, Augusto
Título
O castelo de Belmonte (Castelo Branco): resultados arqueológicos, Mil anos de fortificações na Península Ibérica e no Magrebe (500-1500), pp.485-495
Local
Lisboa
Data
2001
Autor(es)
MARQUES, António Augusto da Cunha
Título
Belmonte. Terras de Cabral
Local
Belmonte
Data
2001
Autor(es)
MARQUES, Manuel
Título
Forais de Belmonte. 1190-1510
Local
Belmonte
Data
2001
Autor(es)
MARQUES, Manuel, VARGAS, José Manuel
Título
Subsídios para uma monografia da vila de Belmonte
Local
Belmonte
Data
1982
Autor(es)
MARQUES, Manuel, TAVARES, Joaquim Cardoso
Título
Escavações arqueológicas no Castelo de Belmonte, Beira Interior - História e Património, Actas das I Jornadas de Património da Beira Interior (1998), pp.253-285
Local
Guarda
Data
2000
Autor(es)
MARQUES, António Augusto da Cunha
Título
Subsídios para a Carta Arqueológica do concelho de Belmonte, Beira Interior - História e Património, Actas das I Jornadas de Património da Beira Interior (1998), pp.351-359
Local
Guarda
Data
2000
Autor(es)
MARQUES, António Augusto da Cunha
Título
Da Reconquista a D. Dinis, Nova História Militar de Portugal, vol. I, pp.21-161
Local
Lisboa
Data
2003
Autor(es)
BARROCA, Mário Jorge
Título
Os castelos da Beira-Interior na defesa de Portugal (séculos XII-XVI)
Local
Lisboa
Data
1995
Autor(es)
GONÇALVES, Luís Jorge Rodrigues
Título
Os castelos portugueses dos finais da Idade Média: presença, perfil, conservação, vigilância e comando
Local
Coimbra
Data
1999
Autor(es)
MONTEIRO, João Gouveia
Título
A gloriosa história dos mais belos castelos de Portugal
Local
Barcelos
Data
1969
Autor(es)
PERES, Damião
Título
Aspectos da evolução da arquitectura militar da Beira Interior, Beira Interior - História e Património, pp.215-238
Local
Guarda
Data
2000
Autor(es)
BARROCA, Mário Jorge
Título
Concelho de Belmonte - Memória e História. Estudo monográfico do concelho de Belmonte
Local
Belmonte
Data
2001
Autor(es)
MARQUES, Manuel, VARGAS, José Manuel
Título
Castelos da Raia Vol. I: Beira
Local
Lisboa
Data
1996
Autor(es)
GOMES, Rita Costa
Título
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil Arquitectónico
Local
Coimbra
Data
2010
Autor(es)
CORREIA, Luís Miguel Maldonado de Vasconcelos