
Ruínas do Teatro Romano - detalhe
Designação
Designação
Ruínas do Teatro Romano
Outras Designações / Pesquisas
Museu do Teatro Romano / Ruínas do Teatro Romano dedicado a Nero (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arqueologia / Teatro
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Lisboa / Lisboa / Santa Maria Maior
Endereço / Local
Pátio do Aljube
Lisboa
Número de Polícia: 5
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Anúncio n.º 216/2019, DR, 2.ª série, n.º 243, de 18-12-2019 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 12-06-2019 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 23-03-2019 do Departamento dos Bens Culturais para a abertura de procedimento de ampliação e reclassificação como MN
Em 5-07-2018 foi solicitado à requerente o envio de elementos adicionais e uma melhor explicitação do requerido
Requerimento de 18-05-2018 do Museu de Lisboa/Teatro Romano-EGEAC E.M para a classificação do Museu de Lisboa - Teatro Romano
Decreto n.º 47 984, DG, I Série, n.º 233, de 6-10-1967 (ver Decreto)
Despacho de homologação de 1-09-1967
Parecer den21-07-1967 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor a classificação como IIP
Proposta de 8-06-1967 da CM de Lisboa para a classificação como VC
ZEP
Despacho de 18-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P. a concordar com o parecer e a devolver o processo à DRC de Lisboa e Vale do Tejo para apresentar propostas de ZEP individuais, ou conjuntas nos casos em que tal se justifique
Parecer de 10-10-2011 da SPA do Conselho Nacional de Cultura a propor o arquivamento
Proposta de 22-08-2006 da DR de Lisboa para a ZEP conjunta do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente
Portaria de 28-02-1969, publicada no DG, II Série, n.º 71, de 25-03-1969 (com restrição)
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Sítio
As ruínas do teatro romano de Lisboa situam-se no centro histórico da cidade, na encosta do Castelo de S. Jorge, surgindo semi-soterradas a cerca de 8 metros de profundidade. As construções à cota mais baixa correspondem, também, às áreas que melhor se conservaram por terem sido escavadas nos afloramentos da colina, ao mesmo tempo que aproveitaram o seu declive natural.
Construído no período do Imperador Augusto, nos primeiros anos do século I, restam dessa fase vários elementos decorativos (capitéis, cornijas, bases, fustes) e parte da sua estrutura. Durante a época de Nero, nomeadamente em 57 d. C., o teatro sofre uma remodelação, essencialmente ornamental, sendo marmorizada a sua parte central com a repavimentação da orchaestra e renovação do proscaenium e do pulpitum calculando-se que teria tido capacidade para cerca de 4000 espectadores. Hoje é possível ver a orchestra de planta semicircular, ainda com alguns vestígios do antigo pavimento em mosaico e toda a infra-estrutura do palco observando-se, igualmente, o piso em opus signinum do hyposcaenium, assim como os pilares paralelepipédicos sobre os quais assentavam as traves de madeira que suportavam o pulpitum. Com as obras de remodelação em 57 d. C., dá-se também a renovação da decoração com um embelezamento geral do teatro, mas mantendo a ordem decorativa original jónica da qual ainda hoje se podem ver algumas colunas, fustes e capiteis.
O teatro começa a ser desmantelado no século V/VI, sucedendo-se a este abandono, e durante os séculos seguintes, uma progressiva ocultação das estruturas.
Importa ainda referir as imponentes estruturas identificadas no interior do atual museu, correspondentes ao porticus post scaenam do teatro. O espólio encontrado neste importante sítio arqueológico indicam uma ocupação continuada do local não só durante o período romano. Entre o espólio exumado destacam-se as lucernas, os vários tipos de ânforas, fragmentos de sigillatas tardias, loiça de cozinha em cerâmica comum e vidrada, loiça brunida, fragmentos de majólica, azulejos, vidros e porcelana do século XVIII.
História
O Teatro Romano de Lisboa foi descoberto por volta de 1798 quando, um pouco por toda a cidade, se procedia à abertura de caboucos com o objetivo de reconstruir a cidade duramente afetada pelo terramoto de 1755. O arquiteto Francisco Xavier Fabri, responsável por várias obras na cidade, ao ficar ao corrente desta descoberta, procedeu a escavações no local efetuando, simultaneamente, um levantamento gráfico pormenorizado do estado de conservação do teatro de Olisipo. Este registo, de uma importância extraordinária, mostra algumas áreas do monumento que, na altura, estavam praticamente intactas como o muro do proscaenium bem como outras estruturas que foram depois destruídas sendo as suas pedras reaproveitadas para a construção de novos edifícios, nomeadamente os que se ergueram por cima das ruínas, resultando no desaparecimento progressivo do monumento. Apenas em 1964 o teatro voltará a ser descoberto por Fernando de Almeida, procedendo Irisalva Moita às primeiras escavações com fins científicos na área entre o hyposcaenium e a imma cavea . Nos anos 80 o local é novamente alvo de escavações arqueológicas tendo Câmara Municipal de Lisboa criado, em 1989, o "Gabinete Técnico do Teatro Romano", dando seguimento a diversas campanhas arqueológicas que permitiram determinar, com maior rigor, a área de ocupação do teatro. Mais tarde foi também desenvolvido um extenso projeto de valorização e musealização do espaço, resultando hoje no mais importante "Museu de Sítio" da cidade, núcleo este que integra exposições distribuídas por dois edifícios de distintas épocas, um setecentista e outro já dos finais do séc. XIX .
Maria Ramalho/DGPC/2019.
Bibliografia
Título
Os Capitéis Romanos do Teatro de Olisipo, Miscellanea em Homenagem ao Professor Bairrão Oleiro
Local
Lisboa
Data
1996
Autor(es)
RIBEIRO, Maria Antonieta Brandão S.
Título
Notícia sobre o teatro de Nero, em Lisboa.vol. 5, p. 561
Local
Porto
Data
1966
Autor(es)
ALMEIDA, D. Fernando de
Título
Dissertação Crítico-Filológico-Histórica Sobre o verdadeiro anno, manifestas causas, e attendiveis circumstancias da erecção do Tablado e Orquestra do antigo Theatro Romano, descoberto na excavação da Rua de São Mamede perto do Castelo desta Cidade,
Local
Lisboa
Data
1815
Autor(es)
AZEVEDO, Luís António
Título
Escavando entre papéis: sobre a descoberta, primeiros desaterros e destino das ruínas do teatro romano de Lisboa.Vir bonus peritissimus aeque. Estudos de homenagem a Arnaldo do Espírito Santo. p. 389-409.
Local
Lisboa
Data
2013
Autor(es)
FABIÃO, Carlos Jorge Soares
Título
O teatro de Lisboa: intervenção arqueológica de 2001. In MÁRQUEZ MORENO, Carlos; VENTURA VILLANUEVA, Ángel, eds. - Jornadas sobre teatros romanos en Hispania. Actas del Congreso Internacional de Cordoba, 12 a 15 de nov. de 2002. p. 181-204.
Local
Cordoba
Data
2006
Autor(es)
FERNANDES, Lídia
Título
Teatro romano de Lisboa: os caminhos da descoberta e os percursos da investigação arqueológica. Revista Al-Madan, Vol. 15, p. 27-39.
Local
Almada
Data
2007
Autor(es)
FERNANDES, Lídia
Título
O museu do teatro romano (Lisboa): um teatro, um museu e um projecto de investigação. Arqueologia & História, vol. 64-65, p. 109-123.
Local
Lisboa
Data
2013
Autor(es)
FERNANDES, Lídia
Título
Museu do Teatro Romano (2001-2013): Balanço de uma década de intervenção e novos projectos para o espaço museológico. Revista Al-Madan, IIª série, p. 51-62.
Local
Almada
Data
2013
Autor(es)
FERNANDES, Lídia
Título
Teatro romano de Olisipo: a marca do novo poder romano. In Arqueologia em Portugal - 150 anos, p. 765-773.
Local
Lisboa
Data
2013
Autor(es)
FERNANDES, Lídia
Título
Museu de Lisboa - Teatro Romano: um museu e um monumento romano na cidade. In I Encontro de Arqueologia Urbana: uma cidade em escavação (Teatro Aberto, 26-28 novembro 2015), p. 193-211.
Local
Lisboa
Data
2017
Autor(es)
FERNANDES, Lídia
Título
Ocupação baixo medieval do teatro romano de Lisboa: a propósito de uma estrutura hidráulica cerâmicas vidradas e esmaltadas, vol. 10, p. 159-183.
Local
Porto
Data
2008
Autor(es)
MARQUES, António, TORRES, Andreia, FERNANDES, Lídia
Título
Entre o teatro romano e a Sé de Lisboa: evolução urbanística e marcos arquitectónicos da antiguidade à reconstrução pombalina. In Revista de História de Arte, Volume 11, p. 19-33.
Local
Lisboa
Data
2014
Autor(es)
ALMEIDA, Rita Fragoso, LOUREIRO, José Carlos, FERNANDES, Lídia
Título
Entre a Antiguidade Tardia e a Época Visigótica: novos dados sobre a decoração arquitectónica na cidade de Lisboa. In Revista Portuguesa de Arqueologia, nº 17, p. 225-243.
Local
Lisboa
Data
2014
Autor(es)
FERNANDES, Paulo Almeida, FERNANDES, Lídia
Título
Museu de Lisboa - Teatro Romano: um equipamento dedicado à História da cidade. In Revista Al-Madan, II série (20), p. 229-231.
Local
Almada
Data
2016
Autor(es)
MONTEIRO, Joana Sousa, FERNANDES, Paulo Almeida
Título
Relatório dos trabalhos arqueológicos no teatro romano 1967-1969
Local
Lisboa
Data
1969
Autor(es)
MOITA, Irisalva Nóbrega