
Igreja Paroquial de Santo Estêvão - detalhe
Designação
Designação
Igreja Paroquial de Santo Estêvão
Outras Designações / Pesquisas
Igreja de Santo Estêvão de Odivelas
Antiga Ermida de Santo Estêvão / Igreja Paroquial de Santo Estêvão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Beja / Ferreira do Alentejo / Odivelas
Endereço / Local
Rua da Sacristia
Odivelas
Rua da Saudade
Odivelas
Proteção
Situação Actual
Procedimento encerrado / arquivado - sem protecção legal
Categoria de Protecção
Não aplicável
Cronologia
Classificação nula, dado a CM não ter competência para o efeito (aguarda rectificação no DR)
Aviso n.º 7515/2003, Apêndice n.º 147, 2.ª série, n.º 225, de 29-09-2003 (classificou como de IM) (ver Aviso)
Despacho de encerramernto de 8-05-2009 do director do IGESPAR, I.P., por não ter valor nacional
Deliberação camarária de 11-12-2002 a aprovar a classificação como de IM
Proposta de 10-12-2002 da DR de Évora para a classificação como IM
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Através de documentos pertencentes às chancelarias régias de D. Sancho II e de D. Afonso III, sabe-se que o território da actual Ferreira do Alentejo foi conquistada ao domínio árabe em 1233, sendo doada, no ano imediato, à Ordem Militar de Santiago da Espada, participante no processo de Reconquista da região. A ligação aos cavaleiros espatários está ainda presente na igreja paroquial da povoação de Odivelas, dedicada a Santo Estêvão, que seria antigo curado da Ordem de Santiago. A primeira menção ao templo, então referido como ermida, é feita no reinado de D. João III, e inclui uma breve descrição, na qual se refere a pobreza do edifício "de pedra e barro", com adro demarcado por "marcos antigos", e abóbada da capela-mor "pintada de estrelas". Merece destaque a referência aos "marcos antigos" que delimitavam o adro, uma vez que em toda a região se encontraram muitos testemunhos da presença romana, aqui passando inclusivamente a estrada imperial de Antonino Pio. O humanista André de Resende chegou a encontrar, precisamente em Santo Estêvão de Odivelas, um marco milenário do século II. Desta forma, pode colocar-se a hipótese de serem pedras romanas aquelas que demarcariam a igreja, justificando-se o facto de na década de trinta do século XVI já fosse possível considerá-las antigas.
Pouco resta hoje da edificação original, que os parcos vestígios permitem datar como sendo de alvores de Quinhentos, reflectindo a influência do estilo manuelino, como é possível ver na capela-mor. A igreja ficou profundamente danificada após o terramoto de 1755, tendo desmoronado a nave e a torre sineira, depois reconstruídas.
A fachada é antecedida por uma galilé a toda a largura, vazada por uma arcada de vão largo e volta redonda na frente, e por dois arcos menores nas paredes laterais, rematada em frontão triangular, e à qual se acede por uma escadaria. À direita ergue-se a torre sineira de estilo barroco, de planta quadrada, aberta por frestas em arco redondo e rematada por urnas sobre acrotérios e cúpula bolbosa. O corpo da ábside, de planta quadrada, exibe ainda alguns elementos manuelinos, caso dos contrafortes cilíndricos dos ângulos, rematados por coruchéus.
No interior, de nave única, existiam dois altares laterais e uma capela baptismal, estruturas destruídas na década de sessenta do século XX, quando o conjunto sofreu grandes obras de renovação. A capela-mor, única estrutura original conforme mencionado acima, é coberta por abóbada de nervuras redondas de um só tramo, assente em mísulas poligonais, uma das quais exibe um rosto humano. A abóbada possui fecho central decorado com motivos vegetalistas; esteve pintada, como sabemos, como um céu estrelado. No templo conserva-se ainda a pia baptismal, quinhentista, composta por uma bacia oitavada esculpida em gomos, hoje situada na nave, do lado da Epístola (lado direito do altar). Subsistem igualmente várias imagens, algumas retiradas dos altares desmontados, da invocação de Nossa Senhora do Rosário e do Santo Nome de Jesus, depois Altar das Almas. É o caso do Cristo Crucificado, pertencente a este último e depois colocado na capela-mor, onde pontuava a imagem de Santo Estêvão, padroeiro. SML
Bibliografia
Título
Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Vol. XII
Local
Lisboa
Data
1992
Autor(es)
ESPANCA, Túlio