
Quinta das Olaias - detalhe
Designação
Designação
Quinta das Olaias
Outras Designações / Pesquisas
Casa da Quinta das Olaias (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Civil / Quinta
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Coimbra / Figueira da Foz / São Julião da Figueira da Foz
Endereço / Local
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IM - Interesse Municipal
Cronologia
Edital n.º 138/05 de 7-03-2005 da CM da Figueira da Foz, publicado em 15-04-2005
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Imóvel
A Quinta das Olaias localiza-se no centro da cidade da Figueira da Foz, a norte da avenida ribeirinha. A casa é composta por três corpos justapostos, o primeiro retangular, ao qual se justapõe um segundo corpo em L, e o terceiro de planta retangular ligeiramente irregular, que se encaixa neste último.
O edifício principal apresenta um longo frontispício dividido em dois pisos, separados por friso, com a fachada tardoz exibindo um terceiro piso, correspondente à cave.
A fachada principal abre para o jardim da casa, com os andares marcados pela disposição simétrica de vãos. No piso térreo foram abertas dez janelas retangulares, intercaladas por três portas de entrada em arco semicircular antecedidas por escada de pedra. No andar nobre foram rasgadas treze janelas em arco de volta perfeita, no eixo das aberturas inferiores. O remate do corpo edificado é percorrido, em todo o seu perímetro, por uma balaustrada de cantaria, com urnas sobre os acrotérios.
O alçado lateral esquerdo, também marcado pela abertura regular de janelas nos dois pisos, é marcado pela disposição de uma escadaria de acesso ao andar nobre, constituída por dois lanços que se desenvolvem sobre um arco de passagem.
No interior conservam-se os tetos em estuque decorados por motivos de concheados e rendilhados, entre os quais se destaca uma alegoria à Caça e à Música.
Para além desta casa, encontra-se ainda no jardim um chalé, de telhados pontiagudos e vãos com verga em empena, inspirado na arquitetura nórdica.
No espaço da quinta, a oeste desta edificação principal, ergue-se o Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, uma edificação contemporânea com dois auditórios, salas polivalentes e de exposições e um anfiteatro ao ar livre.
História
A Quinta das Olaias foi edificada cerca de 1840 por José da Silva Soares, portuense que se radicou na Figueira da Foz e que foi um dos fundadores da Associação Comercial local.
Na segunda metade do século XIX a quinta seria vendida a Joaquim António Simões, cuja filha se casaria com António de Macedo Papança, conde de Monsaraz. Deve-se a este escritor e poeta a remodelação da casa principal a partir de 1888, data do seu casamento.
Inscrevendo-se no contexto romântico e revivalista da centúria de oitocentos, este imóvel é também valorizado pela sua importância histórica, uma vez que por aqui passaram grandes nomes da política e das letras do século XIX, entre os quais se destaca Júlio Dantas. Em 1913, por morte de António de Macedo Papança, a casa foi herdada pelo seu filho, o Dr. Alberto de Monsaraz (1889-1959), um ativo participante do movimento "Integralismo Lusitano" que aqui reuniu outros membros deste grupo.
No ano de 1999 a Câmara Municipal da Figueira da Foz adquiriu a propriedade, construindo na zona de bosque da quinta o Centro de Artes e Espectáculos, projetado pelo arquiteto Luís Marçal Grilo e inaugurado em 2002. Em 2005, a Quinta das Olaias era classificada como de interesse municipal.
Catarina Oliveira
DGPC, 2019