
Igreja de Nossa Senhora das Neves do Sobral, matriz de Borba - detalhe
Designação
Designação
Igreja de Nossa Senhora das Neves do Sobral, matriz de Borba
Outras Designações / Pesquisas
Igreja Matriz de Borba / Igreja Paroquial de Borba / Igreja de Nossa Senhora do Soveral / Igreja de Nossa Senhora das Neves(Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Évora / Borba / Borba (Matriz)
Endereço / Local
Largo D. Fernando Rodrigues de Sequeira
Borba
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Cronologia
Portaria n.º 99/2014, DR, 2.ª série, n.º 30, de 12-02-2014 (ver Portaria)
Procedimento (indevidamente) prorrogado até 31-12-2011 pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Despacho de homologação de 29-05-2003 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 7-05-2003 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 19-09-2022 da DR de Évora para a classificação como IIP
Despacho de abertura de 10-01-2002 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de abertura 9-01-2002 da DR de Évora
Proposta de classificação de 3-12-2001 da CM de Borba
ZEP
Parecer favorável de 23-02-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Nova proposta de 12-11-2010 da DRC do Alentejo
Devolvido à DRC do Alentejo por despacho de 11-02-2010 do director do IGESPAR, I.P., para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma)
Proposta de 10-12-2009 da DRC do Alentejo para a ZEP dos imóveis classificados e em vias de classificação da Vila de Borba
Em 20-09-2006 a CM de Borba enviou documentação
Em 10-03-2003 a DR de Évora solicitou elementos à CM de Borba
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Embora tenha sido reconquistada aos mouros em 1217 por Afonso II, a povoação de Borba só pode estabelecer-se com toda a segurança no vale onde hoje se encontra implantada depois da pacificação da região, cerca de 1223. A primitiva matriz há-de ter sido edificada entre esta época e 1260, data em que Afonso III doou o padroado das igrejas borbenses à Ordem de Avis (SIMÕES, 2007, p. 43).
Em 1315 D. Dinis concedeu Carta de Feira à vila de Borba, o que permitiu o crescimento comercial da vila nas centúrias seguintes. No ano de 1420, o mestre da Ordem de Avis, D. Fernão Rodrigues de Sequeira "mandou construir a nova igreja de Nossa Senhora do Soveral, conforme atesta a bela lápide em mármore que existe no lado da epístola, único testemunho da fábrica quatrocentista" (Idem, ibidem, p. 45).
Na segunda metade do século XVI o edifício foi totalmente reconstruído, a exemplo do que aconteceu com todos os templos que estavam sob a alçada da Ordem de Avis, que em 1550 encetou uma reforma profunda que contemplou a reestruturação das suas igrejas. O promotor da obra terá sido o Cardeal- Infante D. Henrique (Idem, ibidem, p. 46).
Embora a sua estrutura exterior apresente um desenho de linhas modestas, a planimetria e a evolução dos volumes do espaço interior seguem o modelo das igrejas-salão alentejanas. Na fachada principal destaca-se o portal renascentista em mármore, ladeado por colunas coríntias com dois medalhões no extradorso do arco de volta perfeita. Sobre este foi rasgada uma janela de moldura arquitravada. Do lado direito da fachada foi edificada a sineira.
O espaço interior divide-se em três naves de cinco tramos, cobertas por abóbadas de arestas assentes em grandes colunas de mármore. Com coro-alto, a igreja possui diversas capelas laterais, que na estrutura quinhentista não se pronunciavam do conjunto, "havendo uma congregação dos módulos para formarem organicamente um único edifício que era pensado como um bloco" (Idem, ibidem, p. 59), o que denuncia influências da arquitectura militar.
Do lado do Evangelho foram edificadas as capelas de Nossa Senhora do Bom Sucesso, das Almas, do Anjo da Guarda, que alberga actualmente o baptistério, e do Santíssimo Sacramento. Do lado oposto, foram edificadas as de Nossa Senhora do Rosário, da Misericórdia, da Cruz de Cristo e de Nossa Senhora da Conceição, primitivamente dedicada a São Pedro. Ao longo dos séculos XVII e XVIII as irmandades que detinham o padroado destas capelas alteraram a estrutura das mesmas, ao procederem à sua ampliação.
Quando da campanha quinhentista, a Ordem de Avis encomendou uma composição em pintura mural representando Nossa Senhora do Soveral para ornamentar as paredes da capela-mor, desconhecendo-se o autor da mesma (Idem, ibidem, p. 59). Em finais do século XVII o conjunto terá sido destruído, para que no seu lugar fosse colocado um grande retábulo em mármore, que nunca chegaria a ser edificado (idem, ibidem, p. 61). Do conjunto retabular subsistem as pinturas do camarim, as imagens de São João Evangelista e de Nossa Senhora e duas telas com a representação da Imaculada Conceição e da Anunciação.
Catarina Oliveira
DIDA/ IGESPAR, I.P./ Outubro de 2010
Imagens
Bibliografia
Título
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)
Local
Lisboa
Data
1966
Autor(es)
ESPANCA, Túlio
Título
Borba - Património da Vila Branca
Local
Borba
Data
2007
Autor(es)
SIMÕES, João Miguel