
Paço de Óis - detalhe
Designação
Designação
Paço de Óis
Outras Designações / Pesquisas
Casa de Montalvão / Solar dos Calheiros / Paço de Óis (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Civil / Paço
Inventário Temático
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Localização
Divisão Administrativa
Aveiro / Anadia / Tamengos, Aguim e Óis do Bairro
Endereço / Local
Largo do Freixo
Óis do Bairro
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002 (ver Decreto)
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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Património Mundial
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Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
O Paço de Óis, tal como hoje o conhecemos, com a sua planta em U fechada pelo muro com brasão de armas dos Castelo Branco, é uma edificação cujo corpo mais antigo remonta ao século XVII e o mais recente ao século XX, conjugando-se, no entanto, num todo harmónico, que reflecte a sobreposição de linguagens arquitectónicas próprias de cada época, as necessidades habitacionais sentidas pelos proprietários e, também, as consequências de um grande incêndio, ocorrido já no século XX e que destruiu boa parte do imóvel.
A existência da família Castelo Branco em Óis é bastante remota, tendo sucedido na posse da localidade à mitra de Coimbra que a transferiu, por enfiteuse, em forma de prazo familiar hereditário (LOPES, 1985). O leão rompante do seu brasão surge, ainda, nas sepulturas da capela-mor da igreja de Santo André, o que atesta a importância dos Castelo Branco e o prestígio que os mesmos gozavam. Naturalmente, a sua residência deveria, também ela, constituir um testemunho do seu poder e influência, bem visível no brasão setecentista do portão de entrada. Este, foi executado em meados do século XVIII e é definido por pilastras rematadas por urnas terminando num arco contracurvado, em cujo espaldar se inscreve o referido brasão.
O corpo mais antigo, muito possivelmente do século XVII, é do lado direito, caracterizando-se pela abertura de vãos simétricos e regulares, com janelas de sacada no piso nobre, assentes sobre mísulas, nas fachadas Sul e Nascente, e por janelas de verga simples no alçado virado ao pátio. Esta disposição permite concluir da relevância das fachadas abertas para a via pública, visíveis pela população e através das quais se transmitia uma imagem de maior aparato, por oposição às do pátio, apenas acessíveis ao interior da casa e de cariz mais intimista.
O corpo do topo já existia no século XVIII, mas foi destruído pelo incêndio, pelo que a ala actual é relativamente recente. Uma varanda alpendrada de planta em U, com remates de cobertura piramidal nas alas laterais, é suportada por colunata, a anteceder o alçado, aberto por portas de verga recta. O acesso exterior faz-se através de dois lanços de escada laterais e paralelos à fachada.
A capela, no seu traçado neo-gótico, é uma edificação do último quartel do século XIX, cuja fachada termina em empena muito acentuada coroada por cruz, abrindo-se no alçado lateral duas frestas em arco quebrado. A decoração do espaço interno ocorreu pouco depois, em 1894, valorizando, uma vez mais, os elementos heráldicos da família, pintados no coro (NOGUEIRA, 1959).
(Rosário Carvalho)
Bibliografia
Título
Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Aveiro
Local
Lisboa
Data
1959
Autor(es)
GONCALVES, António Nogueira
Título
Monografia do Concelho de Anadia
Local
Anadia
Data
1985
Autor(es)
LOPES, Joaquim José Bento