Direção-Geral do Património Cultural

O fontanário e o lavadouro foram edificados no século XX, aquando da construção do sistema público de abastecimento de água da povoação de Ferrarias, por iniciativa de Mateus P. Reis o 'maior produtor agrário da freguesia e grande empregador regional'. «Conquanto, neste caso particular, a iniciativa de construção da fonte e do lavadouro tenham tido origem num particular, percebe-se que a tipologia arquitectónica destes imóveis se insere numa política concreta de renovação dos equipamentos públicos de natureza diversa a nível nacional, que teve lugar essencialmente a partir da década de 30 do século XX. (...)
A Fonte é constituída por uma zona de abastecimento público com pia de forma quadrangular, e por uma outra pia, esta retangular e de menores dimensões, onde os animais podiam beber directamente. Trata-se de uma fonte com uma pia construída em cantaria, com paredes em alvenaria de pedra, formando um remate que se eleva ao centro, onde se inserem azulejos de motivos fitomórficos, em azul e branco, e de uma pia do mesmo material, também sobrepujada de um pequeno remate com azulejos do mesmo tipo. Quanto ao Lavadouro, localizado a pouca distância, possui um pequeno logradouro na entrada, e, a sul, um tanque fossa (...). Este datará do final do primeiro quartel do século XX, e foi construído em tijolo burro, pintado de branco. Apresenta um muro contínuo sobreposto de aberturas superiores, com um friso de cerca de 50 cm formando um desenho, sobre embasamento em amarelo ocre. O telhado, de quatro águas, apresenta beirado saliente. No interior, salienta-se estrutura da cobertura, em asna de madeira. Possui dez tanques de lavar.» (Proposta de arquivamento, Direção Regional de Cultura do Centro, 2013)
«Quer a fonte, quer o lavadouro, apresentam características tipológicas que encontramos noutros exemplares do género, a nível local e regional, que vão, todavia, escasseando cada vez mais. Para além disso, acresce a sua importância e representatividade em termos histórico-culturais e sociais a nível local, como 'marcos do quotidiano da população', pois, para além da sua contínua utilização, eram ainda locais de convívio e de festa na altura das festas dos santos populares.» (requerimento inicial do procedimento de classificação elaborado por Carlos Alberto Dias Lopes, 2013).