
Recolhimento de Santa Maria Madalena ou das Convertidas - detalhe
Designação
Designação
Recolhimento de Santa Maria Madalena ou das Convertidas
Outras Designações / Pesquisas
Edifício do Recolhimento de Santa Maria Madalena ou das Convertidas / Recolhimento de Santa Maria Madalena e São Gonçalo / Recolhimento das Convertidas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Civil / Edifício
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Braga / Braga / Braga (São Vítor)
Endereço / Local
Avenida Central
Braga
Número de Polícia: 107
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Cronologia
Portaria n.º 665/2012, DR, 2.ª série, n.º 215, de 7-11-2012 (ver Portaria)
Anúncio n.º 19053/2011, DR, 2.ª série, n.º 243, de 21-12-2011 (ver Anúncio)
Procedimento prorrogado até 31-12-2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma)
Parecer favorável de 10-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 30-03-2011 da DRC do Norte para a classificação como MIP
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Despacho de abertura de 3-11-1998 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de abertura de 39-04-1998 da DR do Porto
ZEP
Portaria n.º 665/2012, DR, 2.ª série, n.º 215, de 7-11-2012 (sem restrições) (ver Portaria)
Anúncio n.º 19053/2011, DR, 2.ª série, n.º 243, de 21-12-2011 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 10-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 30-03-2011 da DRC do Norte
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
-
Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
A assistência aos desfavorecidos praticada pelos Bispos portugueses na Época Moderna encontra-se a ser reavaliada pela historiografia, que lhe vem atribuindo um papel de grande notoriedade no contexto assistencial do nosso país, ainda que "não tendo o cariz homogéneo, centralizador, institucional e a abrangência da assistência praticada pelas Misericórdias" (PAIVA, 2004, p. 167).
É, pois, neste contexto, que se inscreve a instituição do Recolhimento das Convertidas pelo Arcebispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles. As mulheres eram um dos alvos preferenciais da prática da caridade: na juventude, na viuvez e na velhice, por não poderem trabalhar, pelos filhos pequenos, pelo perigo de perderem a sua honra, as mulheres recorriam à caridade, e às instituições que a praticavam. Beneficiavam, assim, das esmolas, da roupa, ou num plano mais estruturado, dos dotes que lhes permitiam casar e não se perder na vida, e da vivência no quadro dos recolhimentos, instituições tuteladas, muitas vezes, pelas Misericórdias, e que acolhiam mulheres pobres, outras temporariamente, durante a ausência dos maridos (preservando assim a sua honra), ou mesmo as que se arrependiam de uma conduta moral mais duvidosa. O Recolhimento de Santa Maria Madalena destinava-se a mulheres que se encontravam nesta última condição, e que procuravam mudar de vida.
O Arcebispo adquiriu, em 1720, as casas contíguas à capela de São Gonçalo, que já aí existia com confraria desde o século XVII. As obras correram céleres e a 25 de Abril de 1722 inaugurava-se a nova instituição. Não se conhece o autor do traçado do edifício, embora sejam apontados os nomes do Engenheiro Manuel Pinto de Vilalobos, ou do mestre de pedraria Manuel Fernandes da Silva, pela ligação que mantinham aos trabalhos patrocinados por D. Rodrigo de Moura Teles (OLIVEIRA, 1999, p. 242; ROCHA, 1996, p. 186).
Todo o complexo desenvolve-se em torno de um pátio em forma de U, com as celas e as dependências de serviço. A fachada principal, voltada para a Avenida Central, é marcada pelo torreão rectangular que faz esquina com a Rua de São Gonçalo: este apresenta um segundo registo sobre a cornija, aberto por quatro janelas de verga recta no alçado principal, prolongando as pilastras dos cunhais que terminam em pináculos. É possível que se trate de um acrescento de época posterior.
A porta principal, de verga recta, encontra-se ligada ao avental de aletas da janela superior que, por sua vez, termina num frontão triangular interrompido, e em cujo tímpano se exibe, destacada, uma cartela de enrolamentos com o emblema do Recolhimento: a Penitente. No interior, situam-se os átrios, a sineta e a roda dos expostos.
O alçado tem continuidade numa outra janela e numa pequena fresta rectangular, encontrando-se, depois, a porta da igreja que, como convém a uma instituição feminina, é lateral. Também de verga recta, é encimada por janela de avental, que termina num frontão idêntico ao primeiro, com o brasão característico de D. Rodrigo.
No interior do templo, o coro exibe um oratório seiscentista, muito possivelmente, proveniente da antiga confraria de São Gonçalo (que apenas em 1733 se mudou para a igreja de São Vítor). A nave é revestida por azulejos de figura avulsa, e o tecto pintado encontra-se atribuído a Manuel Furtado de Mendonça. Articula-se com a capela-mor através de arco triunfal de volta perfeita, destacando-se nesta última o imponente retábulo de talha dourada de estilo barroco.
(Rosário Carvalho)
Imagens
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Fachada principal (torreão)
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Fachada principal
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Interior da igreja: púlpito
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Planta com a delimitação e a ZP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Interior da igreja: grade do coro-alto
-
Recolhimento de Santa Maria Madalena - Fachada principal: torreão e acesso à igreja
Bibliografia
Título
Braga - percursos e memória de granito e oiro
Local
Porto
Data
1999
Autor(es)
OLIVEIRA, Eduardo Pires de
Título
Braga - roteiro histórico e monumental
Local
Braga
Data
1998
Autor(es)
COSTA, Luís
Título
Manuel Fernandes da Silva mestre e arquitecto de Braga: 1693-1751
Local
Braga
Data
1996
Autor(es)
ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da
Título
O episcopado e a «assistência» em Portugal na Época Moderna (séculos XVI-XVII), Igreja, caridade e Assistência da Península Ibérica (sécs. XVI-XVII), pp. 167-196
Local
Lisboa
Data
2004
Autor(es)
PAIVA, José Pedro