
Casa Nobre do Morgado e Capela de Santo António - detalhe
Designação
Designação
Casa Nobre do Morgado e Capela de Santo António
Outras Designações / Pesquisas
Solar dos Ornelas ou Nápoles e Capela de Santo António (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Civil / Casa
Inventário Temático
-
Localização
Divisão Administrativa
Coimbra / Montemor-o-Velho / Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca
Endereço / Local
Rua de Santo António
Abrunheira
Número de Polícia: 29-31
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IM - Interesse Municipal
Cronologia
Edital de 2-08-2004 da CM de Montemor-o-Velho, publicado em 6-08-2004
Enviada cópia do processo à CM de Montemor-o-Velho em Junho de 2002
Despacho de concordância de 1-10-2002 do presidente do IPPAR
Parecer de 26-09-2002 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a não atribuição de uma classificação de âmbito nacional e o envio do processo à autarquia br>Proposta de 16-03-1999 da DR de Coimbra do IPPAR para a classificação como de IP
Novo despacho de abertura de 7-10-1998 do vice-presidente do IPPAR
Despacho de abertura de 13-02-1992 do presidente do IPPC
Processo iniciado em 1985 no IPPC
ZEP
-
Zona "non aedificandi"
-
Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
-
Património Mundial
-
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica
Imóvel
Localizadas no centro da povoação da Abrunheira, a Casa Nobre do Morgado e a sua Capela de Santo António destacam-se pela forma harmoniosa com que se integram na malha urbana, através de um longo frontispício de linhas muito sóbrias, no extremo do qual se ergue o pequeno templo.
De planta retangular, a casa de habitação apresenta uma extensa fachada, que se implanta ao longo do arruamento, dividindo-se em dois registos. Entre os dois andares desenha-se um friso de pedra, que acentua a horizontalidade do conjunto. Cada um dos registos é marcado pela abertura regular de janelas de moldura curva (nove no superior e seis no térreo), embora as fenestrações do andar nobre se destaquem pelas dimensões superiores e pelo remate com cimalha saliente. O ritmo simétrico da fachada converge, ao centro, no portal de cantaria, de moldura curva encimado por frontão interrompido onde foi colocado o brasão de armas dos Ornelas, Abreu, Fonseca e Moura.
O interior da habitação mantém as funções originais, sendo agora utilizado como espaço de residência familiar sazonal.
No alinhamento deste alçado, mas num plano mais recuado, surge a capela, com acesso direto para a via pública através de um portão, aberto no muro do prolongamento da fachada. O frontispício do templo, ladeado por pilastras-cunhais sobrepujados por pináculos, corresponde à parede lateral, a que se acede por uma pequena escadaria. A porta principal abre-se, sensivelmente, a meio da nave, existindo à esquerda desta uma janela, que está no exterior da capela-mor.
No interior, a nave é coberta por abóbada pintada, apresentando ao centro uma representação de Nossa Senhora. O retábulo de talha dourada, de estilo joanino, alberga a imagem de Santo António, e um Cristo crucificado indo-português, em marfim e pau-santo. Uma tribuna com balaustrada permite a ligação direta entre a capela e o solar.
História
A Casa Nobre do Morgado terá sido originalmente edificada na segunda metade do século XVII, desconhecendo-se o nome do seu edificador ou a data exata da sua construção. Sabe-se que a capela, dedicada a Santo António, foi instituída no último quartel do século XVII, por iniciativa da então proprietária D. Maria Marques, viúva do capitão António Rodrigues Pinto, que obteve autorização do Bispo de Coimbra D. João Manuel (Conceição: 1992, p. 242). A fachada, que se desenha já segundo um gosto barroco setecentista (Gonçalves: 1947, p. 141), poderá resultar de uma reforma posterior.
O brasão sobre o portal principal exibe as armas dos Ornelas da Fonseca, que foi detentora do morgadio que esteve vinculado à casa e sua proprietária até ao século XX.
A Capela de Santo António é objeto de grande devoção da população local, sendo aberta aos fiéis anualmente, com a celebração de uma missa e de uma procissão no dia do padroeiro, tradicionalmente considerado o protetor da povoação desde a época das Invansões Francesas.
A Casa Nobre e a Capela de Santo António foram classificadas conjuntamente em 2004 como de interesse municipal.
Catarina Oliveira
DGPC, 2019
Bibliografia
Título
Inventário Artístico de Portugal: distrito de Coimbra
Local
Lisboa
Data
1952
Autor(es)
GONCALVES, António Nogueira, CORREIA, Vergílio
Título
Memória Descritiva, Proceso de Classificação da Casa Nobre do Morgado e Capela de Santo António, IPPAR/DRC
Local
Coimbra
Data
1991
Autor(es)
TRINDADE, Maria Luísa
Título
Terras de Montemor-o-Velho
Local
-
Data
1992
Autor(es)
CONCEIÇÃO, Augusto dos Santos