
Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, também denominada «Ermida de Nossa Senhora dos Remédios» ou «Santuário da Senhora dos Remédios» - detalhe
Designação
Designação
Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, também denominada «Ermida de Nossa Senhora dos Remédios» ou «Santuário da Senhora dos Remédios»
Outras Designações / Pesquisas
Ermida de Nossa Senhora dos Remédios / Igreja de Nossa Senhora dos Remédios / Santuário da Senhora dos Remédios (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia
Arquitectura Religiosa / Igreja
Inventário Temático
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Localization
Divisão Administrativa
Leiria / Peniche / Peniche
Endereço / Local
Largo dos Remédios
Peniche
Proteção
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (ver Decreto)
Edital N.º 40/90 de 15-11-1990 CM de Peniche
Despacho de concordância e autorização de 5-07-1990 do Secretário de Estado da Cultura
Despacho de concordância de 4-06-1990 do presidente do IPPC
Parecer de 10-05-1990 da 9.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 4-04-1988 do IPPC
Em 27-04-1987 a CM de Peniche enviou a documentação solicitada
Em 24-02-1987 foi solicitado à CM de Peniche o envio de documentação para a instrução de um processo de classificação
ZEP
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Zona "non aedificandi"
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Abrangido em ZEP ou ZP
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Abrangido por outra classificação
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World Heritage
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General Description
Nota Histórico-Artistica
Situada junto à costa, a ermida de Nossa Senhora dos Remédios é um santuário de romaria implantado num nível mais baixo em relação aos edifícios que o circundam, antecedido por um átrio e por um amplo adro murado.
Não se sabe, ao certo, em que época foi edificado, muito embora a estrutura actual deva remontar ao século XVII, com uma campanha decorativa da centúria seguinte. A tradição revela, no entanto, que a primitiva ermida corresponderia a uma capela talhada na rocha, e que hoje se encontra integrada na nave, do lado do Evangelho, sendo dedicada ao Senhor Morto (CALADO, 1991, p. 272).
O muro que delimita o adro apresenta cunhais em cantaria e é aberto por um portal encimado por frontão de aletas, flanqueado por duas janelas. No mesmo eixo, mas na outra extremidade, um arco de volta perfeita, encimado por frontão semicircular, permite o acesso ao átrio que antecede a capela, num patamar inferior. A torre sineira, de planta hexagonal e cúpula bolbosa, encontra-se adossada num dos ângulos do adro.
Na capela, a nave única, coberta por abóbada de berço, articula-se com a capela-mor através de um arco de volta perfeita em cantaria. Do lado do Evangelho, a referida capela do Senhor Morto, talhada na rocha e abre-se para a nave por arco de pilastras com capitéis coríntios, em mármore.
As paredes da nave são totalmente revestidas por azulejos azuis e brancos, que representam episódios da vida da Virgem, sobre um rodapé com cartelas de emblemas marianos. Do lado do Evangelho encontramos o Nascimento da Virgem, Apresentação do Templo e o Casamento. Da parte da Epístola, a Anunciação foi interrompida pelo púlpito, que é, por isso mesmo, posterior aos azulejos, seguindo-se a e a Adoração dos pastores . Na abóbada, também azulejada, a Assunção da Virgem é o tema principal, envolto pela figuração das virtudes.
Na capela-mor, os azulejos de figura avulsa enquadram o Trânsito de Nossa Senhora.
Assinados, na nave, por António de Oliveira Bernardes, estes azulejos constituem um importante testemunho da fortuna que este género de decoração alcançou no nosso país, e em particular em Peniche, onde pela mesma época (década de 1720), encontramos mais duas igrejas totalmente revestidas por painéis cerâmicos - Nossa Senhora da Ajuda e Nossa Senhor da Conceição. Uma diferença, no entanto, isola a ermida dos Remédios neste contexto, e que é a ausência de talha dourada, aqui substituída por talha a imitar mármore, no retábulo-mor, denotando um certo afastamento dos modelos nacionais e reflectindo um gosto mais erudito e" joanino".
(Rosário Carvalho)
Images
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Fachada principal e adro fronteiro
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Portal de acesso ao adro
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Vista geral
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Fachada lateral esquerda
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Fachada lateral direita (muro do adro)
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Interior da igreja: capela do Senhor Morto (lado do evangelho)
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Enquadramento geral do terreiro
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Torre sineira
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Adro: fachada do muro voltada para o terreiro
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Interior da igreja: nave e capela-mor
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Interior da igreja: nave e capela-mor
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Fachada posterior
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Interior a igreja: coro-alto e tecto da nave com revestimento azulejar da autoria de António de Oliveira Bernardes
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Enquadramento geral do terreiro e cruzeiro
Bibliografia
Título
Azulejaria em Portugal no século XVIII
Local
Lisboa
Data
1979
Autor(es)
SIMÕES, J. M. dos Santos
Título
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria)
Local
Lisboa
Data
1955
Autor(es)
SEQUEIRA, Gustavo de Matos
Título
As obras setecentistas da igreja de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche e o seu enquadramento na arte portuguesa da primeira metade do século XVIII (conclusão), Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, pp. 245-269
Local
Lisboa
Data
1983
Autor(es)
GONÇALVES, Flávio
Título
O Azulejo em Portugal
Local
Lisboa
Data
1989
Autor(es)
MECO, José
Título
Peniche na história e na lenda
Local
Peniche
Data
1991
Autor(es)
CALADO, Mariano